Rui Abrunhosa, diretor-geral dos Serviços Prisionais que está debaixo de fogo, não estará presente na conferência de imprensa que servirá para a ministra da Justiça apresentar as conclusões do relatório final do inquérito preliminar da Divisão de Segurança da Direção-Geral dos Serviços Prisionais — que foi entregue à ministra da Justiça por volta das 10h da manhã desta terça-feira.

Tal como o Observador noticiou ao final desta manhã, além da ministra da Justiça, estarão presentes na conferência de imprensa a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, juíza desembargadora Maria Clara Figueiredo, e o inspetor-geral dos Serviços de Justiça, juiz Gonçalo da Cunha Pires.

Fuga de Vale de Judeus. Diretor dos serviços prisionais fica “enquanto a tutela assim entender”

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Ao que o Observador apurou, a ministra da Justiça poderá anunciar não só um plano de investimentos para os serviços prisionais, como também poderá divulgar já substituições em lugares de topo dos serviços prisionais, sendo certo que a saída do diretor-geral Rui Abrunhosa está claramente em cima da mesma. Fontes governamentais garantem ao Observador que a prestação de Abrunhosa na primeira conferência de imprensa das autoridades sobre a fuga dos cinco reclusos esteve claramente abaixo das expetativas e criou mais ruído do que tranquilidade.

Acresce a isso o facto de Rui Abrunhosa ser o máximo responsável pelos serviços que falharam claramente na sua missão: assegurar e manter a segurança de um estabelecimento prisional.

Ao Observador, Rui Abrunhosa afirmou: “mantenho-me no meu posto enquanto a tutela assim entender.

Por causa do PS, ministra só fala depois das 17h30

Ao que o Observador apurou, Rita Alarcão Júdice leu o relatório ao longo da manhã e encontra-se a preparar a conferência de imprensa com a sua equipa.

O encontro com os jornalistas está marcado para as 17h, mas deverá atrasar-se devido à reunião do Governo com o PS sobre o Orçamento de Estado. Ao que o Observador apurou, a conferência de imprensa de Rita Alarcão Júdice só deverá iniciar-se entre as 17h30 e as 17h45.

Esse atraso é justificado por fontes governamentais com outra reunião que vai marcar o dia informativo: a reunião entre o Governo e o PS sobre as negociações para viabilização do Orçamento de Estado que está marcada para as 16h — e que será a última das reuniões que o Executivo terá durante esta terça-feira com todos os partidos parlamentares.

Para evitar qualquer conflito entre os dois eventos mediáticos, e para permitir que a delegação do PS liderada por Alexandra Leitão (líder do Grupo Parlamentar do PS) possa aproveitar uma janela mediática ‘limpa’ para fazer as suas declarações à imprensa, não só a reunião entre o Governo e a delegação do PS poderá começar um pouco mais cedo, como Rita Alarcão Júdice só deverá começar a falar entre as 17h30 e as 17h45.

Ministra da Justiça poderá anunciar substituições nos lugares de topo dos serviços prisionais. Diretor-geral dos Serviços Prisionais com lugar em risco

Ao que o Observador apurou, a conferência de imprensa da ministra da Justiça iniciar-se-á com uma pequena descrição factual dos factos apurados no relatório final do inquérito preliminar da Divisão de Segurança da Direção-Geral dos Serviços Prisionais. Rita Alarcão Júdice deverá falar durante 10 a 12 minutos sobre os principais factos que explicam a falha de segurança que permitiu a evasão no passado sábado de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale dos Judeus.

A ministra da Justiça deverá anunciar que está a ser conduzido um segundo inquérito, mais profundo e que está a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral dos Serviços Prisionais. Este inquérito, que está a ser conduzido por um magistrado do MP daquele serviço, só deverá estar pronto daqui a um mês.

Na segunda fase da conferência de imprensa, Rita Alarcão Júdice deverá anunciar as suas conclusões políticas sobre o relatório e, finalmente, divulgará as suas decisões.