O suspeito, detido no domingo, de uma presumível tentativa de assassínio do candidato presidencial republicano, Donald Trump, foi esta segunda-feira indiciado por posse ilegal de arma e posse de arma com número de série apagado. A investigação preliminar das autoridades concluiu que o suspeito estava no perímetro do campo de golfe, mas não chegou a disparar na direção do ex-presidente e candidato republicano.
O alvo destas acusações foi identificado como Ryan Wesley Routh e é um cidadão americano pró-ucraniano de 58 anos, indiciado esta segunda-feira na sua primeira comparência perante um juiz federal na Flórida, no sudeste dos Estados Unidos. O FBI declarou que o ex-presidente norte-americano Donald Trump foi alvo “do que parece ter sido uma tentativa de assassínio” no seu clube de golfe em West Palm Beach, no Estado da Florida, no domingo.
A audiência durou oito minutos e já foram marcadas as datas para o anúncio das medidas de coação, que será no dia 23 de setembro, e para a leitura formal das acusações, no dia 30 de setembro, relata a Associated Press. Pela acusação de posse de arma ilegal, Routh pode enfrentar 15 anos de prisão, uma vez que acresce o facto de já ter uma condenação que o impede de utilizar armas. Pela acusação de arma com o número de série apagado, a pena seria de cinco anos, às quais se somam mais de meio milhão de dólares em multas (cerca de 449 mil euros). A AP descreve que o suspeito se manteve sempre calmo e sorridente, falando com voz clara e sem declarar arrependimento.
A queixa dos procuradores detalha a cronologia dos acontecimentos. Routh terá chegado aos arredores do campo de golfe por volta da 1h59 da manhã, onde ficou até às 13h31, quase doze horas depois, segundo os registos telefónicos. Depois de ter sido detetado, o suspeito fugiu num Nissan SUV, tendo sido parado pelas autoridades 45 minutos depois, às 14h14, na autoestrada. Questionado pelas autoridades se sabia por que tinha sido parado, respondeu afirmativamente.
Posteriormente, as autoridades confirmaram que a carrinha utilizava uma matrícula que pertencia a um veículo roubado. O momento da detenção foi capturado pelas câmaras corporais dos agentes e partilhado no Facebook pelo gabinete da polícia local.
Em conferência de imprensa, na tarde de segunda-feira, o diretor interino do Serviço Secreto, Ronald Rowe, confirmou que o suspeito nunca teve uma linha de tiro direta para Donald Trump e não chegou a disparar contra o ex-presidente. A investigação ainda está nas “etapas iniciais”, mas já foram recolhidos os aparelhos eletrónicos, incluindo vários telefones e uma câmara de vídeo, e os seus familiares estão a ser entrevistados pelo FBI, que ainda tentam perceber se Routh agiu sozinho.
Rowe garantiu ainda que Trump tem “os níveis mais altos de proteção“, desde o ataque em julho e que os agentes do Serviço Secreto agiram imediatamente, disparando assim que viram uma arma entre os arbustos no perímetro do recinto. A viagem de Donald Trump ao campo de golfe não estava prevista no seu calendário, mas ainda um plano de segurança foi posto em prática, plano esse que funcionou, acrescentou o diretor do Serviço Secreto.