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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou esta quarta-feira que Israel devolverá “os residentes do norte às suas casas”, nas suas primeiras declarações após as vagas de explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano.
“Já disse que devolveremos os residentes do norte [de Israel] em segurança às suas casas e é exatamente isso que faremos”, declarou Netanyahu numa breve mensagem de vídeo, referindo-se a milhares de habitantes que fugiram dos confrontos fronteiriços entre as forças israelitas e o movimento xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão.
As palavras de Netanyahu surgem no dia em que o Líbano regista uma segunda vaga de explosões de dispositivos eletrónicos, após a detonação de milhares de pagers terem provocado na terça-feira 12 mortos e cerca de três mil feridos.
Esta quarta-feira, foram relatadas explosões de walkie-talkies e também de painéis solares domésticos, num aparente ataque contra membros do Hezbollah.
Os incidentes desta quarta-feira, nos subúrbios de Beirute e noutros pontos do país, já custaram a vida a pelo menos nove pessoas e ferimentos noutras 300, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Relatos das agências internacionais deram conta de explosões nos arredores sul da capital libanesa, onde decorriam os funerais de membros do grupo pró-iraniano, mortos no dia anterior nos incidentes com pagers.
Antes de Netanyahu, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou esta quarta-feira, durante uma visita a militares da Força Aérea, “uma nova fase” da guerra, adiantando que o foco de Israel está a deslocar-se para o norte do país, para onde estão a ser enviados “forças e recursos”.
Gallant não fez qualquer referência às explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano registadas desde terça-feira.
Por seu lado, o líder das Forças Armadas, Herzi Halevi, reuniu-se com o chefe do Comando do Norte e aprovou “planos de ataque e defesa” na região que abrange a fronteira com o Líbano, segundo um comunicado do Exército.
Esta região tem sido palco de tiros cruzados de Israel e do Hezbollah desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, entre as forças israelitas e o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado do grupo xiita libanês.
“Temos muitas capacidades que ainda não ativámos”, disse o responsável militar, que acrescentou que “as próximas duas fases já estão preparadas, e em cada fase o preço para o Hezbollah deverá ser elevado”.
O Governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel na terça-feira de estar por detrás das detonações, mas Telavive apenas comentou que acompanha a situação no país vizinho e não assumiu responsabilidade pelas explosões.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência na sexta-feira para debater a série de explosões de pagers e outros dispositivos no Líbano, anunciou a presidência eslovena do organismo.