A Meta está a ser novamente processada por alegado uso indevido de obras literárias para o treino do Llama, o modelo de inteligência artificial (IA) desenvolvido pela tecnológica.

Desta vez, é o escritor e guionista norte-americano Christopher Farnsworth, autor de títulos como “Flashmob” ou “Killfile”, quem acusa a Meta de ter usado “milhares de livros pirateados” para ensinar o modelo a responder aos pedidos dos utilizadores, avança a Reuters.

O caso deste escritor chega à justiça através do escritório de advogados Lieff Cabraser Heimann & Bernstein, sediado em São Francisco, nos EUA, e especializado em ações coletivas.

No processo, Farnsworth considera que os seus livros integraram “uma coleção” de obras obtidas de forma ilegal que a Meta usou para treinar o modelo de linguagem. De acordo com o processo, a empresa usou uma base de dados de acesso livre com cerca de 800 GB, em que existe uma base de dados chamada Books3, que terão sido pirateados. A origem destes livros não é detalhada, o que leva o autor a considerar que a empresa não pagou para ter acesso aos livros.

Até ao momento, não há uma reação por parte da Meta ao processo.

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Esta base de dados de livros já levou a Meta a ser processada por outros autores e a levar mais de 15 mil escritores a unirem-se numa carta aberta contra o uso indevido dos seus livros.

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A forma como os modelos de IA foram treinados e se houve acesso legítimo ou não a obras literárias, filmes, obras de artistas visuais ou mesmo a jornais tem gerado várias batalhas legais. No fim de 2023, o jornal New York Times apresentou um processo contra a OpenAI, a dona do ChatGPT, e a Microsoft, por considerar que o serviço estava a tirar proveito do trabalho de milhares de jornalistas sem remunerar a empresa.

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Zuckerberg tem de prestar declarações no processo apresentado por Sarah Silverman

Entretanto, há desenvolvimentos no processo contra a Meta que envolve a comediante Sarah Silverman, que escreveu o livro “The Bedwetter”. Além da empresa de Zuckerberg, também a OpenAI é visada no processo.

O juiz Thomas Hixson, que tem em mãos o caso, negou o pedido apresentado pela Meta para impedir que Zuckerberg tivesse de depor. Do ponto de vista do magistrado, há provas que indicam que o executivo é o “principal responsável pelas decisões” e iniciativas de IA da tecnológica, escreve o site Hollywood Reporter.

Não há, até ao momento, informação sobre quando é que poderá acontecer o depoimento do patrão do Facebook.

Até aqui, as empresas que estão a ser processadas pelo uso de propriedade intelectual protegida por direitos de autor têm argumentado que estão apenas a fazer um “uso justo” das obras para treinar a IA.