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Um avião com 16 cidadãos portugueses e familiares diretos, e de outras nacionalidades, num total de 41 pessoas provenientes do Líbano, aterrou esta sexta-feira em Lisboa num C-130 operado pela Força Aérea Portuguesa (FAP).
Além dos cidadãos portugueses e respetivos familiares, viajaram também oito libaneses, cinco espanhóis, oito são-tomenses, um brasileiro, um angolano, um russo e um francês.
Foi o segundo voo de retirada de cidadãos portugueses que pediram para saírem do Líbano, na sequência do conflito espoletado por Israel no passado dia 23 de setembro com uma campanha de intensos bombardeamentos contra o movimento xiita libanês Hezbollah no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios sul da capital, Beirute.
Esta campanha ocorre após mais de 11 meses de intenso fogo cruzado na fronteira israelo-libanesa, iniciados um dia depois de o movimento islamita palestiniano Hamas — de que o Hezbollah é aliado — ter efetuado em território israelita, em 7 de outubro, um ataque que fez cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A escalada da violência entre Israel e o Hezbollah tem levado milhares de pessoas a abandonar o Líbano.
O primeiro grupo, de 44 pessoas, chegou a Lisboa, igualmente em voo operado pela FAP, no passado dia 28.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, que estava acompanhado dos secretários de Estado da Defesa, Telmo Correia, e das Comunidades Portuguesas, José Cesário, recebeu hoje os 41 passageiros após a aterragem no aeroporto de Figo Maduro.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Rangel regozijou-se com o êxito desta segunda fase de retirada de cidadãos portugueses do Líbano e acrescentou que outros cidadãos portugueses que se encontram ainda naquele país do Médio Oriente manifestaram o desejo de permanecerem.
“Não está prevista mais nenhuma fase para esta operação. Eventualmente pode acontecer. Sabemos que isso é natural. Se por acaso houver algum pedido individual”, salientou, sublinhando que, neste voo, Portugal correspondeu ao pedido de Espanha e São Tomé e Príncipe para transportar também os seus cidadãos.
“Portanto, não está prevista mais nenhuma operação, dado que nós estamos em contacto com todos os cidadãos portugueses e com as suas famílias no Líbano. Portanto, temos todos identificados e têm sido todos contactados, um a um, no sentido de manifestarem o seu interesse e, portanto, neste momento não há, digamos, ninguém que queira vir mais e, portanto, não está prevista mais nenhuma operação. Se houvesse algum caso, alguém que mudasse de posição quanto a isto, provavelmente não seria necessário fazer uma operação destas, porque teríamos capacidade de pedir a algum Estado amigo”, acrescentou.
Fonte ligada ao processo de retirada de cidadãos portugueses disse à Lusa que “são várias dezenas” de cidadãos portugueses e familiares que manifestaram a intenção de permanecerem no Líbano.
Além das malas e sacos que puderam trazer consigo, com os 41 passageiros viajaram também cinco animais domésticos: um cão e quatro gatos.
O C-130 que trouxe as 41 pessoas integra a Esquadra 501 — Bisontes, baseada no Montijo, e aterrou às 20:16 n0o Figo Maduro.