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“As forças armadas russas poderão levar a cabo um ataque direto à NATO até ao final da década.” O aviso partiu do chefe do Serviço de Inteligência Federal da Alemanha (BND, sigla em alemão), Bruno Kahl, que antevê que a tensão entre o Ocidente e a Rússia vai continuar nos próximos anos — e é provável que se intensifique.
Citado pela televisão estatal Tagesschau, Bruno Kahl advertiu, numa comissão parlamentar, que “o Kremlin vê o Ocidente, e, portanto, a Alemanha como um inimigo”, lembrando que Moscovo tem criticado os apoios militares e financeiros que Berlim e os aliados têm concedido à Ucrânia. Não é de admirar, por isso, que o Presidente russo, Vladimir Putin, vá “testar as linhas vermelhas do Ocidente” num futuro próximo.
A Alemanha está, segundo o chefe das secretas germânicas, num “confronto direto com a Rússia”. Bruno Kahl realçou igualmente que Vladimir Putin não está apenas focado com o conflito na Ucrânia. A ambição do Presidente russo é maior — e consiste na “criação de uma nova ordem mundial”.
Para alcançar esse objetivo, a Rússia já está a preparar terreno dentro de território alemão. Bruno Kahl denunciou que os serviços secretos russos estão a fortalecer a sua presença na Alemanha e atuam sem “quaisquer escrúpulos”. “Uma deterioração da situação é tudo menos improvável”, alertou ainda o líder das secretas.
“Estamos a observar ações agressivas por parte dos serviços de informações russos”, corroborou o presidente do gabinete para a Proteção da Constituição Alemã, Thomas Haldenwang, que também esteve presente na comissão parlamentar desta segunda-feira. O responsável frisou que a “espionagem e a sabotagem russa estão a aumentar na Alemanha, tanto em termos de quantidade, como em qualidade”.
No mesmo sentido, a presidente do gabinete do serviço de contraespionagem militar, Martina Rosenberg, destacou, na comissão parlamentar, o número de tentativas de ataques russos a “infraestruturas críticas” alemãs já é “preocupante” e exige uma maior vigilância. O principal alvo é o Parlamento alemão.