“Deixem-me que vos diga uma coisa. A minha presidência não será uma continuação da presidência de Joe Biden”, garantiu durante a noite desta quarta-feira Kamala Harris na sua primeira entrevista ao canal Fox News. A candidata republicana à presidência dos EUA, que se prepara para ir a votos contra Donald Trump dentro de 20 dias, começou por ser confrontada com as políticas que pretende para a imigração, defendendo-se da ideia de que as suas propostas irão diminuir a segurança nos Estados Unidos. E rapidamente tentou distanciar-se Joe Biden, focando-se em criticar o seu oponente, Donald Trump. Kamala Harris assegurou ainda que irá manter o seu compromisso com Israel.

Depois de se tentar distanciar do atual Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris acrescentou: “Como todos os novos presidentes, levarei as minhas experiências pessoais e profissionais e novas ideias para o exercício da minha função.” E, ao ser questionada sobre quais os aspetos que quer pôr para trás das costas se assumir a presidência — uma vez que assumiu a vice-presidência no governo de Biden há três anos e meio — ,Kamala Harris focou-se em apontar o dedo aos anos de governação de Donald Trump (que agora se candidata novamente à presidência), dizendo que quer deixar para trás o hábito que este começou a incutir no país de “virar americanos contra americanos”.

A candidata disse querer mostrar que “a maioria tem mais em comum do que coisas a separar-los”. “Na última década percebemos que ele [Donald Trump] é instável, perigoso e que as pessoas estão exaustas de ter um líder que prefere entrar em vinganças pessoais em vez de se preocupar com os americanos — que procura diminuir e criticar”, acrescentou.

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Durante a entrevista, o jornalista Bret Baier procurou ainda aprofundar a relação entre Kamala Harris e Joe Biden, tentando perceber em que momento é que a candidata à Casa Branca ficou “preocupada” relativamente à capacidade governativa do ainda Presidente americano. E Kamala limitou-se a responder: “Os americanos têm é uma preocupação com Trump, principalmente no que toca à segurança interna.”

No final houve ainda espaço para abordar o apoio americano a Israel, tendo Kamala Harris reforçado o seu compromisso para com este país, ao contrário do seu adversário, frisou, já que, segundo a candidata à Casa Branca, foi sob a administração de Trump que “foi atingida uma base militar norte-americana” no Irão, onde vários soldados sofreram “lesões cerebrais traumáticas”, momento que o ex-Presidente classificou como “dores de cabeça”.

Donald Trump “retirou os EUA de um acordo que teria colocado o Irão sob controlo”, criticou ainda, rematando: “Quer seja em abril ou outubro, em todas as ocasiões em que o Irão ameaçou Israel, eu estive presente.”

Texto atualizado às 1h01 de 17 de outubro de 2024