O Chega não votará contra a proposta de IRC do Governo — que o PS vai chumbar —, mas ainda vai tentar lutar para que a Aliança Democrática regresse à redução de 2 pontos percentuais que estava prevista antes da negociação com Pedro Nuno Santos. Além disso, apresentará uma proposta para aumento de pensões e está disposto a avaliar as medidas dos outros partidos — caso venha a juntar-se ao PS pode mesmo voltar a viabilizar mais uma medida contra a vontade de Montenegro.
O deputado Rui Afonso, um dos responsáveis pelo processo orçamental em nome do Chega, questionado pelo Observador sobre a possibilidade de votar ao lado do PS na proposta para o IRC, assegurou que o partido “nunca votaria contra uma proposta de redução de impostos”. Ainda assim, não dá o voto a favor como garantido porque quer perceber até onde o Governo está disposto a ir.
“A redução do IRC em 1% estava inscrita na contraproposta do PS para viabilizar o Orçamento de Estado. Entretanto o PS adotou uma postura contrária. Vamos trabalhar para que a nossa proposta de redução do IRC em 2% seja viabilizada pelo PSD. Caso contrário, iremos tentar negociar para melhorar a proposta do Governo relativa ao IRC”, explicou o deputado, sublinhando que “o PSD não se pode esquecer que está a falhar a uma das suas principais promessas eleitorais“.
[Já saiu o quinto e último episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo, aqui o terceiro e aqui o quarto episódio .]
Já depois de André Ventura ter reconhecido, em entrevista ao Now, a possibilidade de viabilizar um aumento de pensões proposto pelo PS, o Chega refere que essa possível medida terá de ser analisada “do ponto de vista orçamental”, mas admite a possibilidade de tentar melhorar a mesma. “Também apresentaremos uma proposta própria para subida de pensões”, refere Rui Afonso, acrescentando que o partido é “a favor do aumento de pensões, seja ele extra ou de carácter permanente” — deixando mesmo em aberto a possibilidade de voltar a alinhar ao lado dos socialistas.
Ainda sobre o IRS Jovem, Rui Afonso garantiu que o Chega irá viabilizar a proposta do Governo, já depois das alterações na negociação com o PS, que levaram a críticas de André Ventura. Já depois de ter saído das negociações para o Orçamento do Estado, o presidente do Chega assumiu que se o Governo quiser retirar do documento o IRS Jovem e o IRC e fizesse um retificativo ou um projeto legislativo onde constassem esses impostos acordos o seu partido iria aprovar.