Pelo menos um morto e 15 desaparecidos: este é o balanço que as autoridades argentinas fazem após o colapso de um hotel de dez andares numa localidade costeira próxima da capital, Buenos Aires. O incidente aconteceu na madrugada desta terça-feira, por volta da uma da manhã locais (quatro da manhã em Portugal Continental). Os desaparecidos serão trabalhadores que estavam numa zona de construção clandestina, avança o jornal Clarín.

O colapso do hotel Dubrovnik afetou o prédio contíguo, um edifício de apartamentos de três andares, onde estava alojado um casal idoso. O homem, com 84 anos, é a única vítima mortal confirmada. A mulher, de 79, foi a única pessoa resgatada. “Estava lúcida e comunicou com a equipa de resgate”, relatou o autarca de Villa Gesell, Gustavo Barrera, citado pelo TN. As operações de resgate continuam, para tentar retirar dos escombros as restantes 15 pessoas, que a Proteção Civil acredita ainda estarem presas. Ao fim de mais de 10 horas de busca estão no local 200 socorristas, apoiados por cães e sondas com câmaras e drones.

Os trabalhos prosseguem de forma “muito delicada”, uma vez que as máquinas não podem operar entre os escombros, devido ao perigo de um novo colapso. “Está a ser feito um esforço enorme”, relatou Barrera. Os trabalhos têm de ser interrompidos periodicamente para se poder obter o silêncio necessário para tentar “estabelecer contacto sonoro” com as vítimas que ainda estão presas, explicou um dos responsáveis da Proteção Civil da Província de Buenos Aires.

A Câmara Municipal confirmou que as obras que estavam a decorrer no hotel, para a instalação de um elevador, não tinham sido autorizadas, por não cumprirem as normas municipais, num comunicado publicado na manhã desta terça-feira. “Esta obra tinha sido paralisada pelo município em agosto deste ano“, pode ler-se no documento, citado pelos media argentinos. “Ainda que não se possa falar com exatidão sobre o que causou o colapso, na parte colapsada, nas traseiras do edifício, estavam a modificar a estrutura de forma ilegal e irregular”, acrescentaram ao TN. Na sequência destas informações, a Procuradoria argentina anunciou a detenção de quatro pessoas: três trabalhadores e um capataz, que estariam no local. A responsabilidade dos arquitetos envolvidos no plano também estará a ser investigada.

No local, para além da Proteção Civil continuam vários meios, incluindo vários corpos de bombeiros e elementos da polícia de trânsito, já que a queda obrigou ao corte de trânsito nas imediações. A ministra da Segurança anunciou ainda o envio de equipas da polícia federal, especializadas em operações de resgate.

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