O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira aguardar pela evolução das reuniões do Governo com os representantes dos bairros onde houve tumultos para agendar uma visita a esses locais.
Em declarações à margem do encerramento do 2.º Congresso Portugal Empresarial, na Exponor, em Leça da Palmeira (Matosinhos), o chefe de Estado disse manter a intenção de visitar os bairros.
Em causa está a reunião convocada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, na sequência dos incidentes desencadeados em vários bairros da Área Metropolitana de Lisboa (AML) após a morte de Odair Moniz, baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública, no dia 21, em circunstâncias ainda por esclarecer.
“Eu esperava que o Governo fizesse o que está a começar a fazer (…) e na medida em que corra bem o que está hoje a iniciar-se, isso dá um espaço adicional ao Presidente para, nos próximos dias ou nas próximas semanas, concertado com o Governo, visitar esses municípios”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
[Já saiu o quinto e último episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo, aqui o terceiro e aqui o quarto episódio .]
Questionado sobre a importância do bom senso no diálogo que esta terça-feira começou promovido pelo Governo, o Presidente da República assinalou que os portugueses “não o querem apenas no Orçamento de Estado (OE), mas também na estabilidade social, na estabilidade financeira e económica e também política, o que significa que tudo o que seja encontrar formas de diálogo, de concertação, de resolução pacífica dos problemas, é mil vezes preferível a haver focos maiores ou menores de violência verbal e física”.
Na mesma linha de pensamento abordou as mais-valias de haver estabilidade política, sublinhando que “desde o momento em que ficou claro que o orçamento ia ser viabilizado, [isso tornou-se] num fator enorme de estabilidade política“.
“Porque permite olhar para 2025 sabendo que há eleições locais [autárquicas] e está fora de causa haver outro tipo de eleições e depois em 2026 haverá eleições presidenciais”. sustentou.
“E haver esses calendários certinhos num contexto que é previsível nem imaginam como isso é importante para a economia, para os agentes económicos, para os agentes de dotação financeira, para a maneira como se vê Portugal fora”, concluiu o chefe de Estado.