O ministro da Defesa Nacional anunciou esta terça-feira que o número de candidaturas às Forças Armadas aumentou, salientando que, após oito anos com os números de recrutamento e retenção de militares a cair, “o ciclo inverteu-se”.
“Depois de oito anos com os números do recrutamento e da retenção sempre a cair, nós verificámos já, pela primeira vez em muitos anos, a inversão desse ciclo”, anunciou Nuno Melo numa audição na comissão parlamentar de Defesa Nacional.
O governante referiu que, em 2015, quando o Governo PS tomou posse, “havia perto de 29 mil militares” e, em 2024, quando o atual executivo assumiu funções, “existiam perto de 23 mil militares”.
“Eu gostava de informar que, no que tem que ver com o Exército, em outubro de 2024, já registamos mais 300 candidaturas do que em dezembro do ano passado“, anunciou, acrescentando ainda que, na Marinha, “pela primeira vez desde há muito tempo, regista-se um saldo positivo, no balanço entre as saídas e as entradas, que andará entre os 125 e os 150 militares”.
“E a informação que temos na Força Aérea é que terão mais candidatos este ano do que nos últimos dois anos”, disse.
Na intervenção inicial perante os deputados da comissão de Defesa, Nuno Melo disse que o Governo “levou a cabo o maior aumento combinado de salários e de suplementos” nas Forças Armadas.
“Este Governo fez em 115 dias o que o Governo do PS não fez em 2.920 dias”, afirmou, antes de elencar as medidas tomadas desde março, destacando a atualização do suplemento da condição militar.
Questionado pelo deputado do PSD Bruno Vitorino se considera que este aumento no número de candidaturas se deve às medidas tomadas pelo Governo, Nuno Melo respondeu: “Eu acho que os atos têm consequência, para o bem e para o mal”.
“Eu acho que há uma relação de causa e efeito entre as medidas e a inversão do ciclo, porque ajudam a criar uma outra perceção de dignificação das Forças Armadas e, nomeadamente, em relação aos jovens, a convicção de que agora vale a pena”, disse.
O ministro da Defesa referiu, contudo, que tem a “prudência necessária” para achar que é preciso esperar “que o tempo vá passando para que esta tendência se mostre consistente e, a seu tempo”, se consiga atingir o valor de cerca de 30 mil militares nas Forças Armadas que o Governo fixou como objetivo até ao final da legislatura.
O ministro da Defesa anunciou ainda que o Governo está a tomar medidas para garantir que os processos para avaliação dos pedidos de atribuição do estatuto de deficiente das Forças Armadas deixem de ser morosos, salientando que, atualmente, “demoram cerca de um ano”.
“Quero anunciar que estamos neste momento a trabalhar na possibilidade de aceleração de um protocolo para que, através de uma ‘task force’, toda esta pendência de pedidos, que poderia ser de mais de um ano, possa ser feita num tempo de 30 dias”, disse.
Questionado posteriormente pelo deputado do PS José Maria Costa sobre por quem é que será composta essa task force, Nuno Melo respondeu que lhe faz sentido que venha a ser “composta por juristas, advogados, com razão de ciência, conhecedores dos ordenamentos jurídicos”, que apreciarão em pouco tempo as pendências em questão.