Em vésperas de mais um 25 de novembro, o ex-Presidente da República António Ramalho Eanes defende, num livro que vai ser publicado este mês, que o “esquecimento” daquela data, em que a democracia se consolidou em Portugal, em 1975, “não ajuda à democracia”. “O esquecimento do 25 de novembro não ajuda à democracia, porque a história não se apaga”.
Para Ramalho Eanes, a data deve ser celebrada, tal como acontece com o 25 de abril, não o tendo sido até hoje, diz Eanes, devido a “determinados preconceitos e em determinadas fixações ideológicas não ultrapassadas”.
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O primeiro Presidente da República eleito em democracia lembra a importância que Melo Antunes teve nas movimentações militares do dia 25 de novembro de 1975, das quais é considerado o cérebro. “A personagem mais importante do 25 de abril foi Melo Antunes, porque era o homem que tinha mais formação política que a maioria dos militares e que conseguiu olhar para as coisas, não de forma simplista, mas olhar para a complexidade e responder-lhe”, disse Ramalho Eanes, numa entrevista concedida à jornalista Fátima Campos Ferreira e que foi agora vertida no livro “Palavra que conta”, que vai ser apresentado no final de novembro e ao qual o semanário Expresso teve acesso.
Pela primeira vez, a Assembleia da República vai assinalar este ano o 25 de novembro, numa sessão solene conduzida pelo presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, e que vai contar com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.