Os construtores premium europeus dependem em demasia do mercado chinês, que representa cerca de 30% para muitos deles. Sucede que os seus veículos mais sofisticados e caros, fabricados e exportados a partir da Alemanha, têm vindo a cair na preferência dos consumidores chineses que, assustados pela situação económica do país, têm evitado adquirir bens de luxo, optando por compras mais racionais e… baratas. Isto não só provocou um corte nos lucros das marcas europeias, como agora as obriga a “despejar” milhões sobre os concessionários chineses para impedir que vão à falência, apostando que o mercado irá recuperar em breve.

Mercado automóvel chinês cai 22,7% em Janeiro

Depois de anos a retirar lucros generosos do mercado chinês, os construtores de automóveis de luxo alemães e britânicos têm visto as vendas a cair e, com elas, o minguar da rentabilidade da sua rede de concessionários. Estes fabricantes passaram os últimos trimestres a subsidiar os seus modelos mais luxuosos, tentando conter a quebra na procura. Porém, se esta agressiva estratégia comercial implicou uma redução das margens de lucro, as actuais ajudas financeiras aos concessionários que se encontram com “a corda na garganta” vieram agravar ainda mais a situação.

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De acordo com a Automotive News, só a BMW despendeu mais de 100 milhões de euros a salvar os seus concessionários e tanto a Mercedes como a Jaguar Land Rover não ficaram atrás no esforço. Contudo, nem isso impediu algumas concessões de falir, como aconteceu a um dos maiores stands da BMW em Pequim, o Beijing Xingdebao 5S. Este não foi um caso único, pois mais de 50% das concessões vão registar prejuízos em 2024, segundo a Associação Chinesa de Concessionários Automóveis, e cerca de 2000 irão encerrar portas.