As baterias necessitam de diferentes matérias-primas para serem produzidas, a maioria metais extraídos por esse mundo fora. Como há regiões governadas por ditadores onde o respeito pelos direitos humanos é pouco ou nenhum, e é mais barato adquirir estes materiais, a Amnistia Internacional (AI) criou um ranking para incentivar os construtores de veículos eléctricos a evitar países e fornecedores que desrespeitem o ser humano. A liderar a lista, mas a partir do fim, surge a BYD.

Recharge for Rights é o nome do ranking elaborado pela AI que analisa como os construtores cuidam da forma como os seus fornecedores pagam e tratam os seus funcionários. O estudo analisou os dados relativos a 13 construtores, entre norte-americanos, europeus, chineses, sul-coreanos e japoneses, todos eles a tentarem alcançar a melhor pontuação possível, entre 0 e 90.

Entre as marcas melhor posicionadas, há duas que conseguiram cerca de meia centena de pontos, com a Mercedes à frente, com 51 pontos, e a Tesla logo a seguir, com 49. Na proximidade dos 40 pontos surgem quatro construtores, designadamente a Stellantis no 3.º lugar do pódio (42), seguida pela VW, BMW e Ford, todas com 41 pontos. Na 7.ª posição surge a General Motors (32) e, em 8.º lugar, a Renault (27 pontos).

Na cauda da tabela é possível encontrar os restantes cinco construtores do grupo e aqueles que revelaram menos cuidado com os direitos humanos, pelo que a respectiva classificação ronda as duas dezenas de pontos. Nissan e Geely atingiram 22 pontos, para a Hyundai as seguir de perto, com 21. Na penúltima posição está a Mitsubishi, com somente 13 pontos, para a BYD ficar na última posição com apenas 11 pontos. Este construtor chinês distinguiu-se ainda por se recusar a divulgar a origem do cobalto que utiliza.

Para incentivar os construtores a cumprir com as suas obrigações e a afastar-se de bens de origem duvidosa ou mesmo condenável, levando-os a provar a origem das suas matérias-primas, a AI concebeu uma forma de a transparência dos fabricantes ser premiada com créditos, enquanto as marcas que prevaricam podem ser penalizadas com multas pesadas e restrições de acesso ao mercado.

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