Vivek Ramaswamy, que vai dividir com Elon Musk o departamento de eficiência governamental (DOGE), criticou “os gastos de última hora” de da administração Biden e prometeu retirar fundos que já foram atribuídos a empresas privadas. As críticas desta quinta-feira foram desencadeadas depois de um anúncio de um empréstimo à Rivian — uma empresa de carros elétricos que compete diretamente no mercado com a Tesla de Musk.
“Este tipo de ações de última hora que estão a acontecer nos últimos meses de uma administração cessante merecem um escrutínio especial”, afirmou Ramaswamy à CNN. O magnata garantiu que esse escrutínio está “no topo da lista de prioridades” do DOGE, a partir do momento que assumir funções em janeiro.
A entrega de fundos à Rivian foi anunciada na semana passada pelo Departamento de Energia. Trata-se de um empréstimo condicional no valor de 6,6 mil milhões de dólares (cerca de 6,2 mil milhões de euros). As críticas aos “gastos de última hora” já tinham sido deixados na quarta-feira, durante um evento organizado pela CNBC. Ramaswamy classificou-os como “uma quebra de confiança” do governo cessante que tinha de ser revista. No caso específico da Rivian declarou: “Acho que não serão pagos”.
Contudo, as ameaças do empresário poderão não ser concretizáveis, nota a CNN. O DOGE nunca existiu, é um departamento criado por Donald Trump sem autoridade estatutária — “é essencialmente uma comissão de aconselhamento presidencial”, define o canal. Portanto, o DOGE não tem capacidade para retirar fundos que já foram atribuídos, só o Congresso o pode fazer.
Nesse sentido, o par que vai liderar o departamento já começou a fazer contactos no Capitólio. Musk e Ramaswamy passaram a manhã desta quinta-feira numa série de reuniões com congressistas republicanos para promover o recém-criado DOGE.
Albert Gore, diretor do grupo comercial de veículos elétricos — que representa tanto a Rivian como a Tesla –, argumenta que é importante continuar a estimular o crescimento destas empresas. “A Tesla é o exemplo mais brilhante”, afirmou à CNN. Isto porque em 2010, quando a Tesla quis vender ações pela primeira vez também recebeu um empréstimo nos mesmos termos do Departamento de Energia. Foram 465 milhões de dólares que acabaram por servir de motor à Tesla para se tornar a empresa líder de mercado que é hoje — apenas três anos depois, conseguiram pagar o empréstimo ao Estado na sua totalidade, 10 anos antes do prazo.