A Reserva Federal dos EUA (Fed) anunciou nesta quarta-feira mais uma descida de 25 pontos-base na taxa de juro de referência, tal como a generalidade dos analistas previam. Porém, o banco central que controla o dólar sinalizou menos cortes no próximo ano, em comparação com a orientação que existia. Anteriormente, a Fed indicava que no próximo ano (2025) poderia haver mais quatro cortes nas taxas de juro, mas agora prevê-se apenas dois.
Foi o terceiro corte das taxas de juro neste ano, exatamente o número de cortes de taxas de juro que se previam no final de 2023 para o ano que agora está a terminar. Ao contrário do que se previa, no entanto, a decisão não foi unânime: Beth Hammack, recém-nomeada presidente da Fed de Cleveland, quis manter os juros inalterados. Foi a única com direito de voto (na rotação habitual) a divergir da decisão final, mas houve mais membros da Reserva Federal a sinalizar desconforto com (muitos) mais cortes dos juros.
Esta indicação está a levar os mercados acionistas dos EUA a perderem quase 1%, com uma valorização simétrica do dólar relacionada com a perspetiva de menos cortes na taxa de juro.
As projeções macroeconómicas que também foram divulgadas nesta quarta-feira indicam que os responsáveis da Fed preveem que a economia dos EUA no próximo ano tenha um bom desempenho, sem qualquer risco de recessão. A expectativa é que inflação demore mais a atingir a meta, com previsões (da Fed) de que esta só atingirá os 2% em 2027.