“Uma decisão pelo seu melhor interesse”, “Estamos prontos para lutar contra estas acusações em qualquer que seja o tribunal”. As declarações dos advogados de Luigi Mangione demonstram a total coordenação perante a decisãoo do jovem de 26 anos de não contestar a extradição e o acusado de homicídio partiu esta tarde para Nova Iorque, de modo a enfrentar ali a justiça pelo assassinato de Brian Thompson.
Para trás ficam quatro crimes de porte de arma não registada e falsificação de documentos no estado da Pensilvânia, com as autoridades a preferirem dar prioridade à acusação de homicídio em primeiro grau como ato de terrorismo, e as duas de homicídio em segundo grau no estado de Nova Iorque. Adicionalmente, com o seu regresso, acumulam-se mais acusações. A Associated Press avança que, ao chegar a Manhattan, foram submetidas acusações federais de homicídio, stalking e posse de arma, que serão julgadas em simultâneo.
Esta quinta-feira de manhã, Luigi Mangione esteve presente no tribunal do condado de Blair, no estado onde foi detido, para dizer “sim” à renúncia da contestação ao processo de extradição. Tomada a decisão, agentes da polícia de Nova Iorque (NYPD) escoltaram o acusado e, segundo a ABC, partiu de avião para a “Big Apple” pouco tempo depois.
Luigi Mangione decide não contestar extradição para Nova Iorque
Karen Friedman Agnifilo, a advogada nova-iorquina que herdou de Thomas Dickey a pasta de Mangione, criticou a possibilidade de serem adicionadas acusações federais de homicídio com arma de fogo, que podem tornar possível a pena de morte. “A alegada decisão do governo federal de acrescentar algo mais a um caso de homicídio em primeiro grau e de terrorismo de estado, já em si sobrecarregado, é altamente invulgar e suscita sérias preocupações constitucionais e legais de dupla incriminação”.
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À porta do tribunal, apoiantes da causa defendida por Mangione reuniram-se à porta com cartazes a demonstrar a sua solidariedade. “Libertem o Luigi”, “Homicídio por lucro é terrorismo” e “Cuidados de saúde privatizados são um crime contra a humanidade”, lia-se nos cartazes.
Luigi Mangione enfrenta uma pena de prisão perpétua, casos seja condenado pelos 11 crimes de que é acusado em Nova Iorque.