Pelo menos 77 pessoas morreram em explosões de minas e munições não detonadas abandonadas em diferentes zonas da Síria desde a queda do regime de Bashar al-Assad, anunciou este sábado a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com a ONG, que tem sede no Reino Unido mas conta com uma vasta rede de colaboradores na Síria, entre o total de mortos, pelo menos 12 são crianças e sete mulheres.

No mesmo relatório é descrito que pelo menos 86 pessoas ficaram feridas, das quais 49 são menores e quatro mulheres.

“Os restos das operações de guerra estão espalhados por toda a parte, em aldeias e bairros devastados em toda a Síria, representando uma ameaça considerável à segurança e à vida dos civis, especialmente das pessoas deslocadas que esperam para regressar às suas casas”, descreveu.

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No mesmo relatório, a organização apontou que os residentes pedem às autoridades competentes que removam as minas terrestres e objetos não detonados das áreas povoadas o mais rápido possível para evitar mais mortes e feridos causados por estas detonações.

Há apenas três dias, esta ONG contabilizou 66 mortos e 75 feridos devido a explosões de minas abandonadas, um número que nestas 72 horas aumentou em 11 mortos e outros 11 feridos, e que poderá subir.

A guerra na Síria começou após a violenta repressão de Al-Assad às revoltas populares de 2011, e terminou com a queda do seu regime no dia 08 de dezembro por uma coligação de fações insurgentes liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, HTS, em árabe).

Apesar dos sinais e declarações positivas do novo homem forte da Síria, Ahmed al Sharaa, que lidera o HTS, sobre o futuro do país árabe, a reconstrução e eliminação de minas e munições abandonadas pela guerra continua a ser um dos maiores obstáculos antes do regresso à Síria de refugiados e pessoas deslocadas.

“O Observatório Sírio para os Direitos Humanos renova o seu apelo às organizações internacionais para que trabalhem na remoção dos restos de guerra do território sírio tendo em conta os perigos que representam para a vida da população, uma vez que são generalizados”, concluiu a ONG.