Uma falha no abastecimento de luz e de água quente à prisão do Linhó, no concelho de Cascais, que foi detetada ainda de madrugada (por volta das 3h da manhã), gerou revolta num grupo de reclusos, que se recusou a recolher às celas em protesto, avançou o Correio da Manhã e confirmou o Observador junto de fonte oficial do Ministério da Justiça (MJ).
Segundo o MJ, a falha no abastecimento de luz não está circunscrita à prisão do Linhó, tendo afetado toda a zona circundante ao autódromo de Cascais. Como as caldeiras da prisão funcionam a energia elétrica, também o abastecimento de água quente foi afetado. Em apenas duas semanas esta é a segunda falha no abastecimento de água na prisão do Linhó (que tem 500 reclusos), o que gerou revolta entre um grupo de cerca de 90 reclusos — que se recusaram a voltar às celas depois do almoço.
Perante o ato de desobediência, o diretor-geral dos Serviços Prisionais, Orlando Carvalho, decidiu mobilizar o Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP), uma unidade unidade de elite acionada em situações de motins ou risco de segurança dentro das prisões. “É acionado o GISP sempre que há um risco de desordem. É uma medida preventiva“, explica fonte do Ministério da Justiça, garantindo que não houve qualquer intervenção musculada, tendo os reclusos voltado às celas.
A mesma fonte acrescenta que, por volta das 12h30, “o Estabelecimento Prisional do Linhó instalou um gerador” para retomar o abastecimento de energia, o que permitiu colocar as caldeiras de novo a funcionar.
Ainda foi equacionada a possibilidade de instalar um gerador de maior dimensão mas não foi tomada essa medida, explica fonte da tutela, uma vez que a E-Redes, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica, transmitiu à direção da cadeia que o problema no abastecimento naquela zona de Cascais estará prestes a ser resolvido.