Duas pessoas estão desaparecidas no rio Tejo, depois de um barco de transporte de passageiros ter embatido numa embarcação de pesca, que tinha quatro pessoas a bordo. Os outros dois tripulantes foram resgatados e levados pelo INEM para o hospital. Um está em estado grave e outro é um ferido ligeiro, informou o comandante Paulo Rodrigues Vicente, Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Lisboa, em declarações aos jornalistas.
O alerta foi dado por volta das 17h05 desta segunda-feira e as autoridades investigam o que motivou o acidente. As buscas pelos desaparecidos, que têm 26 e 32 anos, foram retomadas esta terça-feira de manhã, já sem a ‘ajuda’ de meios aéreos porque, segundo o comandante do Porto de Lisboa, a probabilidade de os pescadores estarem vivos é “extremamente reduzida” ou “negativa”. Eis tudo o que já se sabe e o que ainda falta saber sobre o acidente desta segunda-feira.
Onde ocorreu o acidente?
O acidente aconteceu em frente ao cais da Margueira, em Cacilhas, na margem sul do Tejo. Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra o barco mais pequeno — a embarcação de pesca — a afundar-se no rio. Em declarações aos jornalistas na noite desta segunda-feira, o capitão Rodrigues Vicente explicou que o navio catamarã “Antero Quental” e o outro barco embateram dentro dos limites de um dos canais de transporte do rio Tejo.
Dois pescadores estão desaparecidos e 2 ficaram feridos após uma colisão entre um barco de pesca e uma embarcação de passageiros no rio Tejo. Os feridos foram encaminhados para o Garcia de Orta, enquanto as buscas prosseguem.
A embarcação fazia o percurso Lisboa-Barreiro. pic.twitter.com/FvkayrWiK5
— Mundo Vivo (@mundo__vivo) January 6, 2025
Estes canais, que ligam a Lisboa à margem sul do Tejo, têm muito movimento, acrescentou o capitão. A embarcação de transporte de passageiros envolvida no acidente fazia a ligação entre Barreiro e Lisboa, pode ler-se no comunicado que a Autoridade Marítima publicou ao fim da tarde.
Em comunicado, a Transtejo/Soflusa explica que pelas 16h55 o catamarã foi alvo de abalroamento por uma embarcação de pesca. A empresa adianta que o mestre do navio tentou evitar o embate, designadamente com vários alertas sonoros, e que estes foram ignorados pela embarcação de pesca.
Depois do acidente, explica ainda a Transtejo/Soflusa, foi feito o procedimento habitual nestas circunstâncias, nomeadamente a realização de um exame de alcoolemia ao mestre do navio, pelas autoridades competentes, “cujo o resultado foi de 0,0g/l de álcool no sangue”. No entanto, acrescenta a empresa, o Conselho de Administração determinou a instauração imediata de um inquérito interno, para apuramento das circunstâncias e responsabilidades desta ocorrência.
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Quem são as vítimas do acidente?
Os dois desaparecidos, que têm 26 e 32 anos, e os dois feridos são os tripulantes do barco de pesca. As equipas de mergulho realizaram operações de busca e salvamento no interior da embarcação e encontraram uma série de instrumentos de pesca que permitiram identificá-la como um barco de apanha da amêijoa, relatou o Comandante-local da Polícia Marítima de Lisboa.
Os dois feridos foram resgatados do rio pelas autoridades, levados até outra embarcação nas proximidades e, posteriormente, levados para o hospital Garcia de Orta, em Almada, pelo INEM, que adiantou que um dos feridos estava em estado ligeiro e o outro está em estado grave. Esta terça-feira, a unidade hospitalar explicou ao Observador que “um dos utentes já teve alta”, estando o “outro a receber os tratamentos adequados à sua situação”.
Estão a decorrer buscas?
As autoridades foram alertadas pelos passageiros do catamarã por volta das 17h05 e deslocaram para o local, na segunda-feira, quatro embarcações da Polícia Marítima, dos Bombeiros Sapadores e da Estação Salva-Vidas da Capitania do Porto de Lisboa, assim como a um helicóptero da Força Aérea — que foi ativado cerca de 40 minutos depois do acidente e que o capitão definiu como “o melhor meio”. Em terra estiveram mais de dez viaturas, adiantou a Polícia Marítima da Costa da Caparica à Rádio Observador.
As buscas prolongaram-se até ao início da noite e foram retomadas esta terça-feira de manhã, sem a presença de meios aéreos e novamente com a colaboração de embarcações da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa, da Estação Salva-vidas de Cascais, dos Bombeiros Sapadores de Lisboa e dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Por terra, voltam a ser os meios do comando local da Polícia Marítima de Lisboa a patrulhar as duas margens do rio Tejo.
O que causou o acidente?
As autoridades ainda estão a investigar os motivos para o embate entre os dois barcos, explicou o capitão. A embarcação de pesca, mais pequena, virou completamente e ainda não foi retirada do rio para análise. As autoridades também ainda não sabem se os quatro pescadores saltaram para o rio no momento do embate ou se foram arrastados para a água depois de o barco ter virado.