O presidente da Lusa defendeu esta terça-feira que a agência de notícias “é mais do que nunca um elemento imprescindível” para apoiar os media em várias frentes da crise que o setor da comunicação social atualmente atravessa.

Joaquim Carreira falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito da sua audição sobre a alteração da estrutura acionista e o futuro modelo de governação da empresa e o papel da agência na implementação do plano de ação para a comunicação social anunciado pelo Governo.

“Tinha sugerido esta audição na comissão porque acho que estamos no momento crucial para a comunicação social portuguesa, sendo que a Lusa é mais do que nunca um elemento imprescindível e valioso neste contexto, podendo apoiar o setor em várias frentes da crise que atravessamos”, afirmou o gestor, na sua intervenção.

“Consideramos também com as últimas alterações efetuadas e as que se preveem que a Lusa está a entrar num novo capitulo da sua longa história”, acrescentou, no ano em que a agência noticiosa cumpre 38 anos de existência.

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O Estado comprou, em 31 de julho de 2024, 45,71% da participação da Global Media (GMG) e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência noticiosa.

Atualmente, a Lusa tem cinco acionistas: o Estado português detém 95,86%, a NP 2,72%, o Público 1,38%, a RTP 0,03% e a Empresa do Diário do Minho 0,01%.

Atualmente somos 264 trabalhadores, maioritariamente do sexo feminino, e cerca de 90 prestadores de serviço” e o conhecimento e experiência da Lusa “tem como base uma idade média de 52 anos dos nossos trabalhadores, sendo que temos cerca de 100 trabalhadores com mais de 55 anos”, detalhou o presidente do Conselho de Administração.

Joaquim Carreira destacou ainda a presença da Lusa em vários cantos de Portugal e em “mais de 21 países, com especial destaque em África, em Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé”, e na Ásia, como Timor-Leste, Macau, China, além de estar na Europa e nas Américas.

“No futuro contrato de serviço público, isto é uma referência que passo desde já, este equilíbrio de forças geográficas deveria ser reavaliado e, nalguns casos, reforçado”, defendeu o gestor.

O Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado pelo Governo em outubro, prevê descontos para serviços de interesse público da Lusa, com estes a variarem entre 50% a 75% para os órgãos de comunicação social regionais e locais e entre 30% e 50% para os media nacionais.

De acordo com o plano, esta medida entra em vigor após revisão do Contrato de Serviço Público com visto do Tribunal de Contas.

A Lusa já disponibiliza três serviços gratuitos referentes a temas de identidade de género, desinformação, e cultura.

O Plano de Ação para os media prevê também um novo modelo de governação para a Lusa, com a criação de um Conselho de Supervisão.

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