O tiroteio em San Bernardino, no sul do Estado americano da Califórnia, causou a morte a 14 pessoas e feriu outras 17 pessoas, na quarta-feira. O ataque a uma festa de Natal da administração local da cidade foi levado a cabo por Syed Farook, de 28 anos e com nacionalidade norte-americana, e pela sua mulher, Tashfeen Malik, de 27 anos. Ambos foram abatidos pela polícia depois de horas de perseguição. Até agora não foram encontradas quaisquer explicações para este tiroteio.

Sabe-se que Farook trabalhava como inspetor de saúde na administração local. O tiroteio decorreu durante a festa de Natal do serviço de Farook. Ao que parece, após um desentendimento, Syed Farook, saiu da festa e voltou passados 10 a 30 minutos com a mulher, completamente vestidos de preto e começaram a disparar contra os colegas de trabalho. Syed Farook era muçulmano e o LA Times escreve que nos últimos anos o inspetor de saúde visitou o Médio Oriente, não se sabendo para já se há alguma ligação  a grupos terroristas da região.

Farhan Khan, cunhado do atirador já veio falar publicamente e disse que a última vez que teve contacto com Farook foi há uma semana. “Não tenho ideia do que o o levou a fazer isto. Estou chocado”, afirmou Khan. A CBS avança que Farook e Malik eram casados tinham uma filha de seis meses, que deixaram na manhã de quarta-feira com a avó.

“Há medidas que nós podemos tomar, não para eliminar todos estes tiroteios, mas para melhorar as possibilidades de não ocorrerem com esta frequência”, declarou o presidente norte-americano Barack Obama, em declarações ao canal de televisão CBS. “Temos um padrão de tiroteios em massa neste país que não tem paralelo em mais lado nenhum no mundo”, sublinhou.

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Este tiroteio voltou a abrir o debate sobre a posse de armas nos EUA e na sua capa de quinta-feira, o jornal New York Daily News escreve que “Deus não está a remediar isto”, depois de várias figuras do partido Republicano terem dito publicamente que enviavam “as suas preces” para as famílias das vítimas.

Um crime orquestrado

Tudo aconteceu no Regional Center in San Bernardino, um centro de serviços sociais da cidade, que ajudam crianças e adultos com necessidades especiais (desde Síndrome de Down a autismo). A festa de Natal decorreria numa das salas desta organização e Farook também estaria a participar nas festividades. Os bombeiros confirmaram que foram chamados ao local, com a informação inicial de que existiam 20 pessoas baleadas.

Após uma perseguição a um veículo preto SUV, as autoridades anunciaram a morte de dois suspeitos. Um agente da polícia ficou ferido e está a receber tratamento no hospital.

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Os atiradores entraram no edifício e começaram a disparar. De acordo com Vicky Cervantes, porta-voz da polícia de San Bernardino, estavam “fortemente armados e usavam possivelmente uma armadura corporal”. O ataque foi levado a cabo com bastante precisão e o casal usou armas automáticas que foram compradas legalmente. Não se conhece para já o que motivou o crime. O FBI está agora a investigar o ataque.

O serviço social Inland Regional Center serve uma comunidade de mais de 30 mil pessoas e tem 600 funcionários. A polícia teve ainda de usar um robô para detonar um “dispositivo” encontrado num dos andares do edifício. Até ao momento, as autoridades estão a averiguar se existem explosivos no edifício.

Sete pessoas baleadas deram imediatamente entrada no Loma Linda University Medical Center, o hospital mais próximo do local onde ocorreu o tiroteio.

Na semana passada, um homem entrou numa clínica de planeamento familiar no Estado do Colorado e matou três pessoas, ferindo outras seis. Não se conhece, no entanto, qualquer ligação entre os dois acontecimentos.

David Bowdich, do FBI, pediu cautela no uso do termo “terrorismo” para descrever o incidente. “É uma possibilidade, mas ainda não sabemos. E não estamos ainda dispostos a ir por esse caminho”, afirmou.

San Bernardino é uma cidade do estado da Califórnia, com mais de 200 mil habitantes, situada a 100 quilómetros a leste de Los Angeles.

Texto atualizado esta manhã com novas informações sobre o tiroteio