Madre Teresa de Calcutá já é santa. Durante a canonização de madre Teresa de Calcutá, o papa Francisco elogiou o seu trabalho “em defesa da vida humana”, salientando que esta é um modelo de “amor gratuito” dado a todos, independentemente da raça ou religião. Enalteceu ainda a sua luta contra o aborto, e recordou que esta sempre dizia que “o não nascido é o mais pequeno, o mais débil, o mais pobre”.

Sublinhando que esta fez “sentir a sua voz aos poderosos da terra para que reconhecessem a sua culpa perante os crimes da pobreza crida por eles mesmos”, o líder da Igreja católica recordou como madre Teresa “se debruçava sobre as pessoas fracas, que morriam abandonadas nas ruas, reconhecendo a dignidade que Deus lhes deu”.

Que esta incansável trabalhadora da misericórdia nos ajude a compreender cada vez mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de toda a ideologia e de todo o vínculo e derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião.”

A canonização de madre Teresa de Calcutá aconteceu este domingo, no Vaticano, e contou com a assistência de mais de 100 mil pessoas e mais de 15 delegações oficiais, envoltos num importante dispositivo de segurança. Decretada pelo Papa a 15 de março, a cerimónia decorreu na Praça de São Pedro a partir das 10h30 (9h30 em Lisboa), um dia antes do 19º aniversário da morte de madre Teresa.

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Antes da cerimónia, o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, não quis adiantar uma estimativa do número de pessoas que vão assistir às cerimónias, mas afirmou que tinham sido distribuídos 100 mil bilhetes gratuitos para entrar na praça de São Pedro. Os fiéis deverão também concentrar-se na Avenida da Conciliação, que liga a cidade-Estado a Roma, e nas ruas adjacentes.

O Vaticano acreditou mais de 600 jornalistas de todo o mundo e 125 televisões transmitiram as cerimónias, que decorreram sob um importante sistema de segurança, que levou ao corte do trânsito, há alguns meses, na avenida da Conciliação, à divisão em três zonas da praça de São Pedro e à presença de cerca de três mil agentes das forças de segurança. O espaço aéreo da zona também foi encerrado, disse Greg Burke.

À missa de canonização, celebrada pelo papa Francisco, assistiu o brasileiro Marcilio Haddad Andrino, cuja “cura extraordinária e inexplicável” constituiu o segundo milagre que elevou madre Teresa aos altares.

A festa litúrgica da nova santa vai ser celebrada pela primeira vez na segunda-feira, dia da morte da fundadora da Ordem das Missionárias da Caridade, com uma nova missa na praça de São Pedro, sob a presidência do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, a partir das 10h (9h em Lisboa).

Nascida a 26 de agosto de 1910 numa família albanesa em Skopje, na Macedónia, Agnes Gonxha Bojaxhiu entrou aos 18 anos na ordem das irmãs de Nossa Senhora do Loreto em Dublin, na Irlanda, onde tomou o nome de Teresa, em homenagem a santa Teresa de Lisieux. No início de 1948, instalou-se num bairro de lata de Calcutá para tratar e ensinar. Em 1979, o seu trabalho foi distinguido com o prémio Nobel da Paz. Madre Teresa morreu naquela cidade, em 1997, com 87 anos.