A comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão no Banco Espírito Santo (BES) e Grupo Espírito Santo (GES) vai chamar Ricardo Salgado a 3 de dezembro. A proposta de audição está agendada para as 16 horas dessa quarta-feira, mas a data ainda poderá ser acertada com o ex-presidente do BES.
A reunião de coordenadores aprovou hoje o calendário indicativo para as próximas 14 audições que vão realizar-se em dezembro até ao natal e vão estar focadas em membros da família Espírito Santo com responsabilidades na gestão do banco e do grupo e ex-administradores do BES.
Segundo a proposta de agendamento acordada, a nova ronda deve começar no dia 2 de dezembro, com as audições de Vítor Bento e o partner da KPMG, auditoria do BES. O ex-presidente do BES e do Novo Banco deverá ser ouvido logo às nove da manhã. Para a tarde fica Sikander Sattar.
Para dia 3, quarta-feira, ficou então prevista apenas a audição de Ricardo Salgado para as 16 horas. E no dia seguinte será a vez do primo que o desafiou na liderança. A audição de José Maria Ricciardi, presidente do BESI (Banco Espírito Santo de Investimento) está também marcada para as quatro da tarde.
A 9 de dezembro está programada a audição de Pedro Queiroz Pereira, o presidente da Semapa que denunciou suspeitas de irregularidades no GES, na sequência de um conflito com a irmã e o BES pelo controlo da holding que detém a Secil e a Portucel.
Ainda para o mesmo dia, mas à tarde serão chamados ou Álvaro Sobrinho, o ex-presidente do BESA (Banco Espírito Santo Angola) ou Amílcar Morais Pires, ex-administrador financeiro do BES. Estas datas ainda terão de ser finalizadas com os visados. Por ser angolano, Álvaro Sobrinho não está obrigado a comparecer.
O calendário proposto prevê ouvir Manuel Fernando Espírito Santo no dia 10 de dezembro e José Manuel Espírito Santo no dia a seguir. Os dois membros da família estavam na administração do BES e tinham assento no conselho geral do GES.
No dia 16 está previsto ouvir Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva e Pedro Mosqueira do Amaral, que também estiveram na administração do banco e do GES. O comandante António Ricciardi, que presidiu ao conselho geral do GES, está agendado para o dia 17. Para o dia seguinte ficou Joaquim Goes, o ex-administrador do BES que ainda fez parte da equipa de Vítor Bento. A 22 deverão ser ouvidos António Sotto e Rui Silveira, dois antigos administradores do banco.
Gaspar e Constâncio querem responder por escrito
A audição dos membros do família Espírito Santo acabou por ser antecipada devido à ausência de resposta dos membros da troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) e do ex-comissário europeu Joaquín Almunia. Para a próxima semana ficou apenas agendada a audição do presidente do Fundo de Resolução e vice-governador do Banco de Portugal. José Berberan Ribeiro será ouvido a dia 25 de novembro.
Já os portugueses que ocupam cargos internacionais, Vítor Constâncio, Vítor Gaspar e Carlos Moedas, que hoje está em Lisboa, pediram para ser ouvidos por escrito. No entanto, os deputados ainda querem tentar agendar audições presenciais para outras datas. Gaspar é chamado na qualidade de ex-ministro das Finanças. Os deputados querem ouvir Vítor Constâncio como ex-governador do Banco de Portugal e atual responsável do BCE.