A celebração cristã do natal ocupa parte do mundo nestes dias, mas não impede que dezenas de conflitos se mantenham ativos um pouco por todo o planeta. A área de influência religiosa não impede que vários territórios estejam sujeitos a violência permanente, incluindo locais onde a presença de cristãos é significativa.

No Médio Oriente, continua o conflito entre o Estado Islâmico (EI) e a coligação internacional reunida para travar os fundamentalistas. Durante o dia, vinte localidades a norte e leste de Bagdade, capital do Iraque, foram retiradas ao poder dos jihadistas depois de intensos combates. E ontem, um piloto jordano foi capturado pelo EI depois do seu avião se ter despenhado no norte da Síria – e isto num país que até tem dez por cento de cristãos entre a população, o que não impede um conflito que se arrasta há quatro anos.

Na Líbia, 19 soldados governamentais morreram em confrontos com as milícias islamitas do Fajr Libya, que incendiaram também um reservatório de petróleo. Ainda em África, mas na Somália, a guerra não declarada continua com os ataques de grupos ligados à Al-Qaeda. Desta vez o alvo foi uma festa de natal que decorria numa base militar da União Africana em Mogadíscio, e o saldo é de cinco mortos.

Nos Estados Unidos, apesar do feriado, a tensão racial não abrandou no Missouri. A morte de um jovem negro por parte de um polícia reacendeu os problemas, apesar de a polícia ter exibido um vídeo em que se vê o jovem a empunhar o que parece ser uma arma na direção do agente. Ainda no continente americano, mas no sul, foi assassinado um jornalista conhecido por denunciar vários casos de corrupção em São Paulo.

Já na plataforma europeia, na Ucrânia, não houve conflitos, mas adensou-se a ameaça do regresso da violência. As negociações de paz entre o governo e os rebeldes terminaram sem que tenha existido sequer acordo para a continuidade das mesmas, o que preocupa analistas e comentadores.

Bem a propósito, o papa enviou hoje mesmo uma mensagem muito adequada ao momento, apelando ao fim da violência. No seu discurso do dia de natal referiu-se especificamente aos problemas de perseguição religiosa no Médio Oriente, destacando os que sofrem com os conflitos, os raptos e os massacres. Francisco criticou também o sofrimento das crianças em conflitos militares e também no tráfico humano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR