O avião da AirAsia, desaparecido desde a madrugada de domingo, está provavelmente “no fundo do mar”. Quem o disse foi Bambang Soelistyo, chefe da agência nacional indonésia de resgate, entidade que está a coordenar as buscas ao Airbus 320-200. As autoridades de Belitung, uma ilha situada a Este de Sumatra, na Indonésia, por exemplo, já estarão a assumir que os destroços do aparelho possam estar nessas águas.

As buscas aéreas, entretanto, foram suspensas ao anoitecer face à redução da visibilidade — o fuso horário indonésia está adiantado sete horas em relação ao português. Nas operações efetuadas esta segunda-feira participaram 15 navios e 30 aeronaves.

A polícia metropolitana de Bangka-Belitung está “a antecipar a possibilidade de os destroços do avião estarem nas águas da Ilha de Bangka”, revelou Abdul Muin, um porta-voz das autoridades locais, citado pelo The Guardian. Um comandante da Força Aérea indonésia, contudo, revelou à Associated Press que um avião australiano que participa nas buscas localizou “objetos suspeitos” a cerca de 1120 quilómetros do local onde o avião da Airasia foi pela última vez detetado pelos radares.

Mas Dwi Putranto acautelava que “não é possível ter a certeza” se os objetos correspondem “a partes do avião desaparecido” da Airasia. “Estamos a dirigir-mo-nos para o local”, revelava o oficial. Pouco mais de uma hora depois, porém, Jusuf Kalla, vice-presidente da Indonésia, adiantou que os destroços não pertenciam ao Airbus 320-200 da Airasia. “Foram verificados e não foram encontradas provas suficientes para confirmar o que foi reportado”, resumiu, segundo a agência France-Press.

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O aparelho do voo QZ8501, que fazia a ligação entre a Indonésia, e Singapura, recorde-se, desapareceu dos radares às 7h24 (portuguesas) da madrugada de sábado para domingo, 40 minutos após descolar do aeroporto de Juanda, em Surabaia. O avião transportava 162 pessoas a bordo.

Já Bambang Soelistyo, chefe da agência nacional indonésia de busca e resgate, já na madrugada desta segunda-feira, afirmou que, “com base nas coordenadas facultadas e na avaliação segundo a qual a posição estimada do acidente é no mar”, a “hipótese é a de que o avião esteja no fundo do mar”.

Em conferência de imprensa realizada em Jacarta, capital indonésia, o mesmo responsável declarou tratar-se de “uma suspeita preliminar que pode ser desenvolvida com base na avaliação do resultado das buscas” pelo Airbus da maior companhia de baixo custo da região asiática, criada em 1996 e detida, desde 2001, por Tony Fernandes, um empresário malaio de ascendência portuguesa.

As repercussões do desaparecimento do avião da AirAsia já chegaram à bolsa de valores de Kuala Lumpur, na Malásia. A Airasia perdeu esta segunda-feira mais de 7% na negociação na bolsa e as ações da empresa chegaram a cair 12%, para 2,6 ringgit (60 cêntimos de euro) — recuperando depois lentamente para os 2,72 ringgit (63 cêntimos de euro), o equivalente a uma queda de 7,48%.