Iker Casillas chegou ao FC Porto no verão de 2015/16. De lá para cá, conquistou um Campeonato e uma Supertaça Cândido de Oliveira e ganhou em todos os estádios adversários menos um: Alvalade. Este sábado, num clássico em versão matiné que levou mais de 45 mil pessoas à bola, o guarda-redes espanhol não sofreu golos mas também não ganhou e continua sem vencer no recinto verde e branco, o único de onde nunca saiu a sorrir e com os três pontos no bolso.
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Ainda assim, Casillas desceu aos balneários de Alvalade no final dos 90 minutos com a certeza de que fez as defesas mais vistosas da tarde, depois de um grande remate de muito longe de Gudelj e um tiro de Bruno Fernandes a partir do vértice da área, que só pararam nas luvas do espanhol. No final do jogo, enquanto representante do FC Porto na flash interview, o guarda-redes garantiu que foi “um jogo difícil” e que a equipa vai “triste” para casa. “Foi um jogo difícil para ambas as equipas. Na primeira parte houve muito respeito mútuo, no segundo tempo o FC Porto foi mais forte, teve mais bola, tivemos alguns contra ataques no final em que podíamos marcar. Eles também tiveram ocasiões, mas ninguém conseguiu marcar”, explicou Casillas, que leva já mais de 130 jogos para todas as competições com a camisola azul e branca.
O guarda-redes tem sido um dos principais responsáveis pela série vitoriosa do FC Porto – que terminou este sábado com o empate em Alvalade, igualando a marca de 18 vitórias consecutivas de Jorge Jesus em 2010/11 – e garantiu a equipa já não está habituada a perder pontos. “Viemos aqui com a intenção de ganhar e conquistar mais três pontos. Vínhamos de uma série de muitas vitórias, hoje não conseguimos prolongá-la e vamos tristes para o Porto porque queríamos ganhar. Saímos com um amargo de boca. Estamos habituados a conquistar os três pontos, hoje só conseguimos um”, desabafou o espanhol, que revelou ainda que não considera que o Sporting esteja desde já afastado do título.
Infelizmente não ganhámos. O empate deixa-nos um amargo de boca. A nossa mentalidade é ganhar sempre, sair daqui com um ponto deixa-nos tristes. As ocasiões mais claras foram nossas. @FCPorto ???? ➕1️⃣ pic.twitter.com/j8WymumkL0
— Iker Casillas (@IkerCasillas) January 12, 2019
Depois de um período conturbado em 2017/18, altura da chegada de Sérgio Conceição ao comando técnico dos dragões – onde perdeu a titularidade para José Sá, naquela que foi defendida como uma “opção técnica” do treinador –, Casillas assentou arraiais enquanto dono da baliza do FC Porto e é atualmente, mais do que um líder dentro das quatro linhas, uma voz da experiência dentro do balneário. Ainda assim, e já depois de se tornar o jogador com mais jogos na Liga dos Campeões, o único a participar em 20 edições e apenas o segundo a alcançar 100 vitórias na Champions, o guarda-redes admitiu que regressaria ao Real Madrid se fosse chamado pelos merengues.
Iker Casillas nunca é um homem 100 objetivos. “Bom, bonito, mas deixa-me um pouco triste”, ironizou
“Se a Seleção me chamasse voltava? Encantado. Se o Real Madrid me chamasse voltava? Claro, não posso esquecer o sítio onde me criei”, disse em entrevista ao programa “Universo Valdano”, apresentado pelo ex-jogador argentino Jorge Valdano, no início do passado mês de dezembro. A verdade é que, aos 35 anos e quando todos achavam que vinha cumprir uma pré-reforma competitiva no FC Porto, Iker Casillas é titular indiscutível nas principais competições internas e europeias, não fala no final da carreira e tem sido constantemente invocado pelos meios de comunicação e pelos mais importantes opinion makers espanhóis, que pedem o regresso do guarda-redes à seleção espanhola – face às exibições pouco conseguidas de David De Gea em representação da La Roja.
“Se o Real Madrid me chamasse voltava? Claro”. Iker Casillas não coloca de lado o regresso a Espanha