Se o Partido Socialista for Governo, deverá ser o Governo a ressarcir os lesados do Banco Espírito Santo. A promessa foi feita esta segunda-feira à noite por Carlos César, presidente do PS.
“Penso que esse mesmo Estado que os estimulou, é o Estado que nesta fase deve garantir o ressarcimento de todos esses cidadãos e de todas essas empresas”, disse no programa Três Pontos, da RTP Informação.
Carlos César defendeu ainda que os reguladores têm de assumir responsabilidades. “Esse ressarcimento deve procurar ser um ressarcimento na íntegra das aplicações que eles fizeram. Mesmo que não o possa fazer numa única tranche ou numa única ocasião, o Estado deve assumir as suas responsabilidades neste domínio, porque não pode ser inocentado face à forma como estimulou a aplicação dessas poupanças”, acrescentou.
Questionado sobre se a medida irá para a frente se em outubro António Costa vencer as eleições legislativas, o presidente do PS respondeu afirmativamente, mas com uma ressalva. “A não ser que entretanto esvaziem os cofres. Porque se os cofre estão cheios, com certeza que eles também poderão ter aplicações no ressarcimento de portugueses que foram lançados nessas aplicações por parte do Estado e das suas autoridades politicas e reguladores”.
Pouco depois de ter falado na RTP Informação, e perante as notícias feitas a partir das suas declarações, Carlos César deixou uma nota na sua página de Facebook a dizer que “não explicitou bem o seu ponto de vista”. E retificou: “o Estado não deve desresponsabilizar-se”, disse, acrescentado que o Estado tem a responsabilidade de “proteger quem foi induzido em erro e não foi alertado”. Mas a questão é que, segundo Carlos César, o Estado “não pode libertar o Novo Banco desse encargo” e deve obrigá-lo a cumprir os seus deveres de ressarcimento “na íntegra”.
*Notícia atualizada com a clarificação que Carlos César fez no Facebook