“Não tenho outra alternativa”. A mensagem, deixada por Dylan Roof numa página da internet, não deixa dúvidas. O jovem de 21 há muito que planeava um ataque racista. “Alguém tem de ter a bravura, e suponho que essa pessoa tinha de ser eu”.

No site, descoberto este sábado pelas autoridades norte-americanas, Roof deixou um “manifesto” de cerca de duas mil palavras onde explica como “acordou” para a sua missão racista. “O evento que realmente me fez acordar foi o caso Trayvon Martin”, escreveu o jovem. “Nunca mais fui o mesmo desde então”. Martin, um adolescente negro da Flórida, foi morto a tiro por um vizinho, George Zimmerman, em 2012.

“O evento que realmente me fez acordar foi o caso Trayvon Martin. Não parava de ouvir e de ver o nome dele e, eventualmente, decidi ir pesquisar. Li um artigo da Wikipedia e não consegui perceber qual era o drama. Era óbvio que Zimmerman estava certo. Mas, mais importante ainda, isso fez-me escrever as palavras ‘crime de brancos contra negros’ no Google, e nunca mais fui o mesmo desde então”.

Para além do “manifesto”, Roof publicou ainda cerca de 60 fotografias onde surge a segurar uma bandeira da Confederação, uma unidade política formada por seis estados norte-americanos a favor da escravatura, e a desenhar o número 88, um código para a expressão”Heil Hitler”, na areia.

Os vizinhos de Dylann Roof descrevem-no como um “miúdo querido” que depois se tornou “dolorosamente tímido”, conta a TIME. Numa entrevista à NBC, a ex-madrasta de Dylann diz que a mãe do rapaz já lhe tinha contado que ele passava muito tempo “fechado no quarto a ver coisas estranhas”.

A primeira-dama dos EUA também já reagiu à tragédia e diz que “temos visto demasiadas tragédias como esta”. Michelle Obama lamenta: “há algo de particularmente horrível em algo que aconteceu tão sem razão numa casa de adoração”.

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