Dylann Roof já confessou ter sido o responsável pela morte de nove pessoas numa igreja afro-americana em Charleston, na Carolina do Sul, avança a CNN. Às autoridades, Roof admitiu que queria começar uma “guerra racial”. O jovem de 21 anos terá de comparecer em tribunal ainda esta sexta-feira.
Dylann Roof Charged With Murder Of Church-Goers http://t.co/Gu47wqJClx
— Sky News (@SkyNews) June 19, 2015
Dalton Tyler, que conhecia Roof há pelo menos um ano, revelou à ABC News que o amigo era a favor “da segregação e outras coisas” e que estava a planear “qualquer coisa do género há seis meses”. “Queria começar uma guerra civil. Disse que ia fazer qualquer coisa deste género e que depois se ia matar”, contou Tyler. O jovem, que tinha estado com o suspeito muito recentemente, disse que a arma lhe tinha sido dada pelos pais como prenda de anos. Estes, porém, só o tinham deixado andar com a arma consigo esta semana.
Joseph Meek, que conhecia Roof há pelo menos sete anos, confirmou à Associated Press que o suspeito queria começar uma guerra racial. Meek, que tinha perdido o contacto com Roof até há bem pouco tempo, garante que o jovem nunca falou de racismo quando eram mais novos. Isso só aconteceu mais recentemente. “Ele disse-me que os negros estão a tentar dominar o mundo e que alguém precisava de fazer alguma coisa pela raça branca“, contou o jovem à agência de notícias.
“Ele disse que achava que os negros, os negros enquanto raça, estavam a destronar a raça branca”, contou Meek à ABC News.
Em conversa com o amigo, Roof chegou mesmo a dizer que “queria a segregação entre os negros e os brancos”. “Isso não vai acontecer”, disse-lhe Meek, “mas ele não parava de falar sobre isso”. Joseph Meek, que esteve com o suspeito no dia do ataque, garante não ter notado nada de estranho e que o ataque foi “um choque”.
Ao canal de notícias norte-americano, Carson Cowes, tio de Dylann Roof, disse “não ter palavras para o que aconteceu” e que “ninguém da família esperava por uma coisa dessas”. Cowes descreveu o sobrinho como calado e introvertido. “Parecia que tinha 19 anos. Não tinha emprego, carta de condução nem nada do género. Passava a vida no quarto“, disse.
“O mundo inteiro vai pensar que a família criou um monstro. A mãe dele não o educou assim”.
Na noite de quarta-feira, Dylann Roof dirigiu-se à igreja Emanuel, uma igreja afro-americana localizada na baixa histórica de Charleston, e matou nove pessoas a tiro. O tiroteio aconteceu apenas uma hora depois de o suspeito ter chegado ao local, enquanto decorria uma sessão de leitura da Bíblia.
Roof foi detido no dia seguinte, depois de uma denúncia, a mais de 300 quilómetros de Charleston. Gregory Mullen, chefe da polícia local, garantiu que o jovem cooperou com o agente que o deteve. A investigação foi levada a cabo pela Divisão de Direitos Civis, com o apoio do FBI e do Gabinete do Procurador do Estado da Carolina do Sul. Roof foi acusado dos crimes de homicídio e de posse de arma. Nikki Halley, governadora do estado da Carolina do Sul, garantiu que o jovem será “sentenciado à pena de morte”.
S.C. Gov. Nikki Haley calls for Dylann Roof to get the death penalty http://t.co/2D626bLm3r pic.twitter.com/kEOiTFj2fI
— HuffPost (@HuffPost) June 19, 2015