A nova equipa que liderar o BES depois da saída de Ricardo Salgado terá de vir de fora do banco e ser idónea, assim o terá exigido o Banco de Portugal, noticia o Negócios. Isto significa que o nome de Amílcar Morais Pires, proposto pela família Espírito Santo para a presidência executiva do banco, deverá ser afastado do processo. Isso mesmo foi transmitido pelo regulador bancário à família Espírito Santo no dia 26 de junho.
Na quarta-feira à tarde, o conselho superior do GES esteve reunido para tentar fechar uma proposta de nova liderança para a instituição financeira. Neste processo, o acordo entre pelo menos o Espírito Santo Financial Group (ESFG) e o Crédit Agricole é fundamental, uma vez que ambas as entidades representam mais do que os 40% de participação necessários à aprovação da nova gerência, na assembleia-geral de acionistas a 31 de Julho. No entanto, outros acionistas poderão também intervir, como é o caso da Portugal Telecom e do banco brasileiro Bradesco, que detêm, respetivamente, 2,1% e 3,9% das ações do BES.
Em cima da mesa, afirma o Económico, estão os nomes de António Mexia, José Honório, Joaquim Goes e Vitor Bento para sucederem a Ricardo Salgado na presidência executiva do banco. Entretanto, a EDP, através de uma sua fonte oficial, ouvida pelo Expresso, negou a possibilidade de Mexia ir para o BES. Já o Negócios informa que nenhum nome da actual administração deverá ascender à presidência executiva, exigência que, a confirmar-se, também excluiria o nome de Joaquim Goes.
António Mexia sempre foi visto como um nome próximo de Ricardo Salgado. Já José Honório, que saiu da Semapa depois do conflito entre Ricardo Salgado e Pedro Queiroz Pereira, tem trabalhado diretamente com o banqueiro nos últimos meses.
Outra possibilidade a ser discutida neste momento é o conselho estratégico do BES nem chegar a ser criado ou, pelo menos, ser imposta a diminuição da influência da família Espírito Santo nesse órgão.
Entretanto, na área não-financeira do GES, surgem notícias na imprensa desta quinta-feira que dão conta da venda da seguradora Tranquilidade por um valor que pode rondar os 358 milhões de euros, diz o Negócios. Segundo o matutino, é a necessidade de liquidez que motiva a venda, que tem já como interessados uma seguradora internacional (cujo nome não foi revelado) e os grupos de investimento Apollo Global Management, JC Flowers e TPG Capital.
Outro dos negócios do GES é a cadeia de hóteis Tivoli, que já terá recebido quatro propostas de venda, das quais uma foi destacada pelo grupo e que poderá render de 300 a 350 milhões de euros.