Pedro Santana Lopes garante que não é carta fora do baralho na corrida para Belém. Em declarações esta segunda-feira ao Diário de Notícias, o ex-primeiro-ministro e atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa faz questão de manter o tabu, mesmo sabendo que o nome Rui Rio ganha cada vez mais peso junto de Pedro Passos Coelho e das altas instâncias do PSD. “Disse há meses que só voltaria a falar do assunto em outubro, e não vi razão para alterar a minha decisão”, diz àquele jornal, mantendo tudo em aberto.

“A Presidência da República é um assunto demasiado sério para se andar, semana a semana, a fazer novelas deslustrantes de repetidos avanços e recuos”, acrescentou. Tal como Santana, também Marcelo Rebelo de Sousa não deu ainda qualquer sinal de afastamento, mantendo ambos o discurso: presidenciais só depois das legislativas; se avançarem, avançam em outubro.

Com Rui Rio a história é diferente. Apesar de ainda não ter dito de forma clara que vai avançar, tudo parece estar a alinhar-se para que tal aconteça, e antes das legislativas. Nunca foi segredo que, dos três, Rio seria o preferido de Passos para Belém. Mas recentemente surgiram notícias a afirmar que os dois já tinham negociado o apoio do partido, ora num jantar ocorrido em junho, no Porto, ora num outro encontro, desta vez em Lisboa, na sede do PSD, na última quarta-feira. Tudo em segredo. De resto, Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante número um do partido, já deixou passar um piscar de olho público. Foi no início do mês, durante a apresentação da biografia do ex-autarca do Porto, onde disse que, de todas as “hipotéticas candidaturas”, a de Rio era a que mais o “entusiasmava e mais confiança merecia”.

Para Santana Lopes o partido pode ter mesmo outros planos: a Câmara Municipal de Lisboa, que o PSD quer voltar a conquistar nas autárquicas de 2017 e onde pode estar a ver no provedor da Santa Casa e ex-presidente da câmara uma solução possível. Ao Diário de Notícias, Santana nota a “simpatia de se lembrarem” de si para Lisboa, mas nada mais. Para já, mantém a luz de Belém acesa.

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