Pior do que todas as previsões: as contas oficiais vão ser divulgadas apenas na quarta-feira, mas hoje o Expresso adianta já que os prejuízos podem atingir valores recorde de três mil milhões de euros – cerca de 700 milhões de euros acima das últimas estimativas. As razões? Os auditores (KPMG) e a supervisão (Banco de Portugal) identificaram nas últimas semanas mais imparidades do que se supunha, sobretudo dívida de clientes do banco ao Grupo Espírito Santo que agora não tem como ser paga — e que o banco terá de assumir como perdas. São esquemas de engenharia financeira, criados para financiar um grupo em grandes dificuldades financeiras, que por não serem sequer do conhecimento do regulador podem ter implicações criminais, adianta o jornal.

Se ficar confirmado o valor, o BES vai mesmo precisar rapidamente de um aumento de capital, que pode ser anunciado aos acionistas na assembleia-geral de quinta-feira. As provisões a que o banco foi obrigado pelo regulador atingiram os 2,1 mil milhões de euros, bastante abaixo do necessário para fazer face ao buraco do primeiro semestre. O governador do Banco de Portugal já veio, há duas semanas, garantir que há interessados.

A nova administração executiva, liderada por Vítor Bento, conta com um argumento para convencer os mercados: o prejuízo do BES não resulta da atividade corrente do banco.

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