A agência de rating S&P está mais otimista em relação aos riscos que há vários anos se abatem sobre a banca portuguesa. Num relatório divulgado esta terça-feira, e que vem na sequência da subida da notação de risco do Estado português, a agência aumentou o rating do Santander Totta e passou para positiva a perspetiva para as notações de risco do MillenniumBCP e Caixa Geral de Depósitos. Quanto ao BPI, a agência mantém alguma cautela enquanto não se clarificar a futura estrutura acionista do banco.

“A recuperação económica portuguesa está a consolidar-se e a sustentar o desempenho das operações domésticas dos bancos portugueses”, escreve a S&P em nota divulgada esta terça-feira e que acrescenta que são mais positivas “as perspetivas para o financiamento dos bancos, graças ao maior otimismo dos investidores em relação ao Estado português”.

É neste contexto que a agência de rating toma uma visão “mais favorável em relação aos riscos que os bancos enfrentam em Portugal”, atribuindo, assim, uma “tendência positiva à nossa avaliação do risco do setor”.

Os ratings de Santander Totta, MillenniumBCP e da Caixa Geral de Depósitos continuam em território especulativo (vulgo lixo), mas os comentários dos analistas da agência de notação de crédito são muito mais positivos do que os comentários que constaram das sucessivas análises que a S&P e outras agências fizeram da banca portuguesa nos últimos anos.

A notação do Santander Totta subiu de BB para BB+, a mesma alteração anunciada para a República Portuguesa na última sexta-feira. Na Caixa Geral de Depósitos, o rating manteve-se em BB- e o do BCP um patamar abaixo, em B+. Mas estes dois ratings têm boa probabilidade de subir em breve já que a chamada perspetiva passou de estável para positiva.

A S&P elogia, em particular no BCP, “o fortalecimento da base de capital” que o banco está a promover. Quanto ao BPI, a agência de rating manteve o rating em BB- mas a perspetiva é negativa, porque existe um “risco de alterações significativas na estrutura acionista”. “Acreditamos que isto poderá levar ou a alterações significativas na estratégia ou a um impasse”. O abrandamento da economia angolana é outra das preocupações da S&P em relação ao BPI.

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