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Os primeiros estudos científicos sobre cigarros eletrónicos só começaram a surgir depois dos primeiros relatos de doenças pulmonares
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Os primeiros estudos científicos sobre cigarros eletrónicos só começaram a surgir depois dos primeiros relatos de doenças pulmonares

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Os primeiros estudos científicos sobre cigarros eletrónicos só começaram a surgir depois dos primeiros relatos de doenças pulmonares

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Afinal, o que diz (mesmo) a ciência sobre os cigarros eletrónicos? Os dois lados da controvérsia analisados à lupa

Após 47 mortes nos EUA, a DGS desaconselhou o uso de cigarros eletrónicos em Portugal. A Tabaqueira argumenta que são menos nocivos do que os tradicionais. A ciência não sabe onde está a razão.

Foi a primeira vez que a Direção-Geral de Saúde (DGS) se pronunciou formalmente sobre a utilização de cigarros eletrónicos desde que as autoridades norte-americanas detetaram um surto de doenças pulmonares que já afetou 2.290 pessoas e matou 47. E foi perentória: não existem cigarros eletrónicos seguros e quem os usa deve simplesmente parar de o fazer. É verdade que as investigações ainda decorrem, ressalva a DGS no comunicado emitido na quinta-feira. Mas, num e-mail enviado ao Observador, também recorda que “estudos já publicados apontam para a possível associação entre o consumo de cigarros eletrónicos e a ocorrência de doenças respiratórias”.

Pouco depois, a Tabaqueira — subsidiária da Philip Morris International (PMI) e responsável pela comercialização de cigarros tradicionais e de tabaco aquecido em Portugal — respondeu ao comunicado da DGS. Na posição enviada às redações, insistiu que o tabaco aquecido “consiste numa melhor alternativa do que os cigarros, conforme tem vindo a ser amplamente comprovado por evidência científica independentes e entidades oficiais”. Cita até a própria Food and Drug Administration, agência responsável pela segurança alimentar nos Estados Unidos, que, “após uma revisão científica rigorosa”, “determinou que a autorização desses produtos para o mercado dos EUA é apropriada para a proteção da saúde pública”.

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É aqui que nasce o caos. Os dois lados da barricada escudam as suas posições oficiais em estudos científicos, mas a ciência ainda não chegou a conclusões sobre o tema. E, como tal, tanto uns como outros podem ter razão… ou estar errados. O que se faz perante tantas incertezas? Para a DGS, pelo sim e pelo não, o melhor é desaconselhar o uso desta alternativa aos cigarros tradicionais: “O recente surto de casos de doença respiratória grave, eventualmente associado ao uso de cigarros eletrónicos, veio alertar para a necessidade de se encarar este consumo com alguma precaução e de se continuarem a investigar os seus efeitos na saúde”, respondeu ao Observador.

Os dois lados da barricada escudam as suas posições oficiais em estudos científicos, mas a ciência ainda não chegou a conclusões sobre o tema. E, como tal, tanto uns como outros podem ter razão... ou estar errados. O que se faz perante essa incerteza? Para a DGS, pelo sim e pelo não, o melhor é desaconselhar. Para a Tabaqueira, há que esperar.

Para a Tabaqueira, há que esperar: “O número de homens e mulheres que irão continuar a fumar irá manter-se praticamente estável num futuro próximo e, para esses, faz sentido a disponibilização de alternativas que tenham o potencial de serem menos nocivas do que os cigarros”, diz o comunicado da empresa referindo-se a dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre tabagismo. Miguel Matos, o diretor-geral da empresa, avisa mesmo: “A comunidade médica deveria considerar cuidadosamente o impacto que as mensagens imprecisas e incompletas poderão ter sobre aqueles que já mudaram para alternativas melhores do que continuar a fumar”.

Em considerações enviadas ao Observador, Susana Santos, técnica da DECO, admite que “algumas investigações associam o uso de cigarros eletrónicos a tentativas bem sucedidas de deixar de fumar, enquanto outras apontam no sentido contrário, sugerindo um potencial efeito negativo no cumprimento desse objetivo”. De um lado, a DGS recordou que os estudos sobre o assunto são “ainda preliminares e com diversas limitações metodológicas”. Do outro, a Tabaqueira também ressalva que “a composição química do aerossol, por si só, não é suficiente para permitir conclusões sobre o potencial risco de redução do risco de um produto”.

Ou seja, todas as partes concordam que se sabe pouco sobre o caso. Vamos então ao pouco que se sabe exatamente.

O que dizem os muitos estudos?

Há mais dúvidas que certezas: por isso o melhor é evitar

Em resposta ao Observador, a Direção-Geral de Saúde baseia a sua tomada de posição em artigos científicos publicados e revistos. Um deles, publicado no American Journal of Physiology, diz que “a exposição aguda a cigarros eletrónicos causa inflamação e stress oxidativo endotelial pulmonar em indivíduos jovens, saudáveis e não fumadores”. Após analisar 10 pessoas entre os 23 e os 32 anos, os cientistas descobriram que a inalação de aerossóis em cigarros eletrónicos sem nicotina” provoca problemas no endotélio, uma camada que reveste  a parede interna de todos os vasos sanguíneos e que é importante para regular a pressão arterial.

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Outro estudo indicado pela DGS afirma que “fumar cigarros eletrónicos em excesso induz respostas inflamatórias”: “Com base em evidências recentes, a exposição prolongada a alguns constituintes dos aerossóis dos cigarros eletrónicos pode resultar em complicações respiratórias como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e inflamação”. Um terceiro relatório afirma que “o conhecimento atual desses efeitos é insuficiente para determinar se os efeitos na saúde respiratória do cigarro eletrónico são menores do que os dos produtos combustíveis do tabaco”. Outro, publicado na Nature, indica que “os cigarros eletrónicos induzem efeitos toxicológicos que podem aumentar o risco de cancro”.

DGS desaconselha uso de cigarros eletrónicos. Quem os usa não deve voltar a fumar

Mas também a tomada de posição da Tabaqueira se baseia em artigos científicos, indica o e-mail enviado ao Observador. Também eles publicados depois de serem revistos pelos pares — um procedimento necessário para carimbar a validade científica de uma investigação. Por exemplo, o Comité de Toxicologia do Reino Unido defendeu em dezembro de 2017 que, “embora continue a ser nocivo para a saúde”, o tabaco aquecido “provavelmente é menos arriscado do que fumar cigarros tradicionais”: “Provavelmente, haveria uma redução no risco caso os fumadores convencionais decidirem usar produtos de tabaco aquecido, não queimado”, pode ler-seno estudo citado.

Nos Estados Unidos, a FDA afirmou que, “através da avaliação científica”, “a agência descobriu que o aerossol produzido pelo Sistema de Aquecimento de Tabaco IQOS [tabaco aquecido à venda em Portugal] contém menos produtos químicos tóxicos que o fumo do cigarro; e muitas das toxinas identificadas estão presentes em níveis mais baixos do que no cigarro tradicional”.

A Alemanha teve a mesma tomada de posição após analisar este artigo científico: “O nosso estudo confirma que os níveis dos principais agentes cancerígenos são marcadamente reduzidos nas emissões do produto analisado em relação aos cigarros de tabaco convencionais; e que a monitorização dessas emissões fornecem uma base útil para avaliar a exposição e os riscos para a saúde humana”.

Ou seja, a própria comunidade científica está dividida e não sabe ainda se usar cigarros eletrónicos é ou não menos nocivo para a saúde do que fumar cigarros tradicionais. Por enquanto, concorda apenas que nem uma coisa nem outra é realmente segura. De resto, a maior parte dos países ocidentais tem preferido desaconselhar os cigarros eletrónicos enquanto os cientistas não chegam a um consenso. Certo é que a maior parte dos problemas — mas nem todos — surgiu entre quem usou e-cigarros modificados com produtos não regulamentados. Mas já lá vamos.

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O que acontece ao corpo quando se usam cigarros eletrónicos?

O surto nos EUA que mostrava os pulmões como vidro fosco

O primeiro alerta para uma possível relação entre a utilização de cigarros eletrónicos e o desenvolvimento de problemas pulmonares severos veio do Hospital Pediátrico de Winsconsin, onde oito adolescentes ficaram internados entre o final de junho e o início de julho após terem consumido estes produtos. Alguns foram internados nos cuidados intensivos e nem com a ajuda das máquinas conseguiam respirar com normalidade. Mas todos tinham as mesmas queixas: tosse persistente, dificuldade em respirar, dores no peito e vómitos.

Eram os mesmos sintomas que outros doentes pelos Estados Unidos fora tinham revelado quando se tinham deslocado ao hospital. A possibilidade de um surto de doenças pulmonares levou os médicos a fazer tomografias computorizadas (TAC) a 17 desses pacientes. Foi dessas imagens que veio a surpresa. Num consumidor de cigarros tradicionais, os pulmões ficam escurecidos, como que carbonizados. Mas nestes casos os pulmões estavam “brancos, como vidro fosco”, pode ler-se neste relatório.

“Em todos os 17 pacientes havia um padrão de ferimentos que parecia uma exposição a um químico tóxico, uma queimadura química”, descreveu Brandon T. Larsen, patologista da Clínica Mayo que participou no estudo: “Para ser honesto”, prosseguiu, “eles pareciam ter o mesmo tipo de alterações que se esperaria ver num trabalhador azarado num acidente industrial em que um grande barril de químicos tóxicos se entorna. Essa pessoa fica exposta a fumos tóxicos e há uma queimadura nas vias aéreas”.

"Em todos os 17 pacientes havia um padrão de ferimentos que parecia uma exposição a um químico tóxico, uma queimadura química", descreveu Brandon T. Larsen, patologista da Clínica Mayo que participou no estudo: "Para ser honesto", prosseguiu, "eles pareciam ter o mesmo tipo de alterações que se esperaria ver num trabalhador azarado num acidente industrial".

E havia mais. À volta dos pulmões desses doentes havia uma camada de gordura. Numa primeira fase, julgou-se que vinha dos óleos utilizados na produção destes cigarros eletrónicos, mas as experiências feitas em laboratório concluíram que, afinal, ela vinha do organismo dos próprios doentes. É que as células têm gordura. Algo nos cigarros eletrónicos parecia estar a matar as células pulmonares, levando-as a rebentar e expelir essa gordura à volta dos órgãos. Mas ainda ninguém sabia o quê.

O que está a provocar esses problemas?

A vitamina E, os pesticidas ou os sabores podem causar problemas graves

Há três produtos na mira das autoridades de saúde: o acetato de tocoferol ou acetato de vitamina E, os pesticidas e os sabores usados em alguns cigarros eletrónicos. Até agora, os dois primeiros produtos só foram encontrados em cigarros eletrónicos vendidos ou modificados no mercado negro. Nos Estados Unidos chamam-lhes “dank vapes”. Não se sabe se cigarros eletrónicos desta natureza já circulam em Portugal.

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Nos Estados Unidos, 82% das amostras analisadas pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) continha tetraidrocanabinol, mais conhecido por THC, que é a principal substância psicoactiva da canábis. Dentro dessas amostras, três quartos tinham um produto chamado acetato de vitamina E, um óleo extremamente barato, ligeiramente mais espesso que o mel e que, quando utilizado em cigarros eletrónicos, produz um fumo denso e muito branco — uma característica associada aos e-cigarros de melhor qualidade. Segundo o CDC, havia cigarros com até 88% de acetato de vitamina E na sua composição.

Acontece que ninguém sabe exatamente se há ou não problemas em inalar acetato de vitamina E. Esta substância já tem sido utilizada em cosméticos para a pele e em alguns alimentos sem causar qualquer dano para a saúde. Mas nunca se estudou que efeito pode o acetato de vitamina E ter caso seja aquecido e depois inalado. Na verdade, só agora, perante as suspeitas em torno desta substância, é que estão a decorrer as primeiras experiências em ratos. De resto, outros estudos concordam que a presença de óleo nos pulmões pode levar à sua inflamação — tal como foi observado nos adolescentes de Winscosin.

O outro produto que pode estar a trazer problemas são os pesticidas. Segundo um relatório da CannaSafe, um laboratório que testa produtos com canábis em Los Angeles, todos os produtos que têm causado problemas de saúde nos Estados Unidos têm pelo menos cinco tipos de pesticidas misturadas, normalmente em doses muito elevadas. Entre eles há um fungicida que, quando é aquecido, se transforma em cianeto de hidrogénio — compostos extremamente tóxicos que bloqueiam a circulação de oxigénio no sangue.

O terceiro suspeito das autoridades norte-americanas são os sabores que podem ser utilizados nos cigarros eletrónicos, como manga, menta ou canela. Esses produtos são produzidos à base de produtos químicos com sabores semelhantes aos dos alimentos que existem na natureza. Isso não é novidade: é precisamente com esses químicos que algumas pastilhas elásticas, gelados e gomas são produzidos. Mas pouco se sabe sobre o que provocam quando são inalados.

Ilona Jaspers, uma toxicologista norte-americana entrevista pela Gimlet, testou o efeito do químico usado para imitar o sabor da canela — o cinamaldeído — nas células que compõem os pulmões. E descobriu que, quando expostos a essa substância, há uma estrutura nos pulmões chamada cílio que deixa de funcionar. E isso é preocupante porque os cílios ajudam os pulmões a livrarem-se das bactérias perigosas para a saúde. Os sabores a baunilha têm o mesmo efeito. Mas há outros que parecem menos ameaçadores, como o sabor a banana.

Ilona Jaspers, uma toxicologista norte-americana entrevistada pela Gimlet, testou o efeito do químico usado para imitar o sabor da canela — o cinamaldeído — nas células que compõem os pulmões. E descobriu que, quando expostos a essa substância, há uma estrutura nos pulmões chamada cílio que deixa de funcionar. E isso é preocupante porque os cílios ajudam os pulmões a livrarem-se das bactérias perigosas para a saúde. Os sabores a baunilha têm o mesmo efeito. Mas há outros que parecem menos ameaçadores, como o sabor a banana.

O que se passa em Portugal?

Faltam leis e controlo para os e-cigarros sem nicotina

Em resposta ao Observador, a Direção-Geral da Saúde garante que  “não teve até agora conhecimento de casos” de doenças pulmonares associadas ao consumo de cigarros eletrónicos em Portugal. “A DGS está atenta e vigilante relativamente a este assunto e aos potenciais riscos dos cigarros eletrónicos. Dispomos de uma Unidade de Emergências em Saúde Pública que recebe notificações sempre que surgem situações de alerta. Esta unidade está a acompanhar a informação sobre o recente surto de doença pulmonar, aparentemente, associada ao uso de cigarros eletrónicos, registado nos EUA. Até à data não foram identificados casos em Portugal semelhantes aos registados nos EUA”, continuou.

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Por cá, a comercialização de cigarros eletrónicos é regulada pela Diretiva Produtos do Tabaco. Essa diretiva obriga a DGS a integrar um grupo de trabalho coordenado pela Comissão Europeia que “tem facilitado a troca de informação sobre os eventuais efeitos adversos deste produto”, explica a instituição. Os fabricantes, importantes e distribuidores também têm de manter um sistema de recolha de informações para, caso encontrem efeitos adversos dos cigarros eletrónicos na saúde, avisarem tanto a DGS como a ASAE. Isso nunca terá acontecido.

Mas, para a DECO, isso não basta. Em declarações ao Observador, a técnica Susana Santos fala de um “vazio legal” em que se encontram os cigarros eletrónicos sem nicotina: “Existem e-cigarros com e sem nicotina. Os primeiros estão abrangidos pela lei do tabaco, mas os segundos ficam de fora, escapando às restrições aplicadas aos produtos de tabaco. Por exemplo, não é proibido vender e-cigarros sem nicotina a menores, nem utilizá-los em locais fechados, recintos desportivos ou parques infantis”, alerta.

Esse vazio legal que não interdita a utilização de cigarros eletrónicos a menores, mesmo não tendo nicotina, está a preocupar a DGS, revela a própria instituição ao Observador. Ainda não há estudos com “representatividade nacional” que permitam saber a evolução do consumo destes produtos entre os jovens, assume a DGS. Ainda assim, “com o aumento da notoriedade destes produtos, é expectável que o seu consumo possa vir a aumentar”, antecipa.

Esse vazio legal que não interdita a utilização de cigarros eletrónicos a menores, mesmo não tendo nicotina, está a preocupar a DGS, revela a própria instituição ao Observador. Ainda não há estudos com "representatividade nacional" que permitam saber a evolução do consumo destes produtos entre os jovens, assume a DGS. Ainda assim, "com o aumento da notoriedade destes produtos, é expectável que o seu consumo possa vir a aumentar", antecipa.

Questionada sobre o que está a fazer para evitar esse problema, a DGS conta que desenvolveu um protocolo de colaboração com a Direção-Geral da Educação “para a prevenção do tabagismo em meio escolar”: “Já foi realizada uma ação de formação para professores, estando prevista a realização de outras reuniões no futuro”, conta ao Observador. Espera-se também um “reforço da articulação” com o Instituto Português do Desporto e Juventude, desta vez para chegar aos adolescentes, não tanto aos professores.

Já os cigarros eletrónicos com nicotina, esses estão melhor enquadrados na lei, explica a DECO: “Só podem ser comercializados os que contiverem até 20 miligramas daquela substância por milímetro. Produtos com maiores concentrações ou com propriedades alegadamente curativas ou preventivas, que são usados como terapia de substituição de nicotina, terão de cumprir os requisitos exigidos aos medicamentos para poderem ser autorizados e comercializados. Até à data, não existe nenhum produto que cumpra com estes requisitos e seja classificado como medicamento”, descreve Susana Santos.

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