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Cargos, pátria e família. As ligações familiares que assombram o Chega

Partido liderado por Ventura insiste em apresentar projetos de combate ao "familygate", mas tem dezenas de casos espalhados pelas várias estruturas locais do partido e nos próprios órgãos nacionais.

Manuel era assessor da filha Rita. Ricardo, da direção, tem a mãe Ana na jurisdição. Diogo viu os filhos e sobrinhos serem candidatos do partido em vários locais. São nomes próprios, mas os apelidos são os mesmos, naquilo que mostra que, na melhor bandeira, cai a nódoa. O combate ao nepotismo é uma das bandeiras do Chega, mas tornou-se numa das maiores contradições do partido liderado por André Ventura. Apesar da insistência constante no debate sobre o assunto, no partido multiplicam-se os casos de familiares presentes nos órgãos do partido, tanto a nível nacional como local, com especial destaque para as listas de candidatos às várias eleições em que o Chega foi a votos.

Desde que o Chega conquistou um lugar no Parlamento, em 2019, já apresentou o chamado “Projeto Mortágua” — intitulado assim pelo facto de o Bloco de Esquerda ter duas irmãs sentadas no Parlamento — e voltou a insistir no tema ao apresentar um projeto de lei, já em 2022, que propõe “limitar os negócios entre titulares de cargos políticos e altos cargos públicos com familiares”.

Ouça aqui o episódio de “A História do Dia” sobre as teias familiares no Chega.

As teias familiares no Chega

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O partido liderado por André Ventura considera que só assim é possível “assegurar o rigoroso cumprimento dos princípios da igualdade, da imparcialidade e da transparência que devem presidir à celebração de qualquer negócio com o Estado”. Em causa própria, a regra está longe de se ter aplicado sempre.

Os dirigentes justificam-se com a falta de pessoas para dar a cara pelo Chega, em particular quando o partido precisa de ir a votos, mas nas estruturas nacionais e locais os casos também têm dimensão. As acusações de nepotismo partem até de dentro do partido, com vários membros a denunciarem publicamente casos de ligações familiares e até a fazerem combate político interno com o tema. O auge desta crispação deu-se quando o assunto foi levado ao III Congresso do Chega, em Coimbra, através da “Moção de Ética: Incidência em Nepotismo”, cujo primeiro subscritor, Rui Pedro Boaventura, já foi suspenso pela Comissão de Ética duas vezes. Boaventura foi afastado, precisamente, depois de denunciar ligações familiares no partido.

“O nepotismo não é, nem nunca foi ilegal, independentemente das suas circunstâncias. É mera e simplesmente uma questão de ética, de consciência, de bom senso e, acima de tudo, é uma questão de transmitir seriedade e transparência à sociedade comum”, podia ler-se na moção em causa, onde se comparava o Chega com o PS e com o “nepotismo de Carlos César do PS Açores”.

Manuel Matias
Ex-assessor AR
Rita Matias
Filha
Deputada

José Maria Matias
Filho
Candidato autárquico

Paulo Matias
Irmão
Candidato autárquico

A história de Manuel Matias no Chega começa quando o partido Pró-Vida, de que é fundador, se fundiu com o partido liderado por André Ventura. Foi exatamente nesse momento que também Rita Matias alcançou um lugar de protagonista no núcleo do líder.

Recentemente, a família Matias voltou a estar no centro das acusações de nepotismo do Chega. Apesar de a situação já se arrastar há muito tempo — o caso foi, aliás, noticiado pelo Observador antes das eleições autárquicas —, vários membros da família fazem parte do partido e já foram candidatos a eleições. Desta vez, nas eleições legislativas, Rita Matias foi eleita deputada e o pai, Manuel Matias, voltou a ser nomeado para o gabinete parlamentar (onde já se encontrava quando André Ventura era deputado único).

A ligação da família Matias ao Chega começa em 2020, quando o Partido Pró-Vida, do qual Manuel Matias é fundador, foi absorvido pelo Chega — trazendo uma fação mais conservadora ao partido.

Essa agregação aconteceu na Convenção de Évora, a reunião magna em que Rita Matias foi escolhida por André Ventura para integrar a direção do partido. A partir desse momento, Rita Matias tornou-se uma figura incontornável no partido, com a pasta da coordenação e fundação da juventude do Chega e protagonista em algumas das bandeiras do partido, desde logo as questões ligadas à família e à ideologia de género.

Já Manuel Matias, sem nenhum cargo nos órgãos nacionais, tornou-se um dos homens fortes de André Ventura, membro do núcleo duro do líder e um dos assessores que transitou do gabinete do deputado único do Chega para o grupo parlamentar de 12 deputados. A nomeação para assessor político, assinada por André Ventura a 29 de março, durou exatamente um mês. A 29 de abril, Manuel Matias apresentou a demissão, “mesmo estando seguro da absoluta legalidade e transparência com que o processo foi conduzido”.

Manuel Matias, assessor do Chega, demite-se por ser pai da deputada Rita Matias

A denúncia feita pela organização Transparência Internacional, na qual Ana Gomes é presidente da Mesa da Assembleia Geral, revelava que a nomeação em causa parecia “violar tanto a letra quanto o espírito da norma, além de contrariar a razão e finalidade da lei”.

A lei é clara: “Não podem ser nomeados para o exercício de funções nos seus gabinetes de apoio os parentes até ao quarto grau da linha colateral do titular do cargo.” Manuel Matias acabou por deixar o cargo de assessor político num gabinete parlamentar em que a filha era deputada.

Se o caso, agora, ganhou outra dimensão, provocou uma demissão e colocou o Chega a braços com mais uma polémica de ligações familiares, a história do clã Matias está longe de ser recente e tornou-se mais evidente nas eleições autárquicas quando quatro membros da família seguiam em listas: Manuel Matias (pai) foi cabeça de lista à Câmara Municipal de Almada; José Maria Matias (filho) foi quinto na lista à Câmara Municipal de Lisboa; Rita Matias (filha) foi na lista a Alcochete; e Paulo Matias (irmão) seguiu na candidatura a Benfica no quarto lugar.

José Maria Matias foi ainda apresentado como assessor de Pedro Santos Frazão pouco depois das eleições autárquicas, tendo acompanhado o vereador de Santarém a uma entrevista no Observador, ainda antes de ter sido eleito deputado à Assembleia da República.

Na altura, Manuel Matias defendia-se, em declarações ao Observador, com três premissas: a de se tratar de um partido que “começou com poucas pessoas”; a de ser “normal que haja familiares” em partidos de direita; e a da comparação com a direita populista de outros países — “As pessoas que me acusam a mim de nepotismo adoram Bolsonaro, Trump e Le Pen, que têm filhos, primos, sobrinhos e maridos nos partidos”.

Diogo Pacheco Amorim
Deputado
João Pacheco Amorim
Irmão
Cabeça de lista em Coimbra em 2019

Lopo Durão Pacheco Amorim
Filho
Cabeça de lista em Viana do Castelo em 2019

Lopo Santiago Pacheco Amorim
Sobrinho
Candidato nas listas do Porto em 2019

Matilde Sottomayor
Sobrinha do irmão
Candidata nas listas de Vila Real em 2019

Francisco Pacheco Amorim
Irmão
Candidato nas legislativas de 2019 e mandatário nas legislativas de 2022

Diogo Pacheco Amorim é o ideólogo do Chega e o homem que, só nas eleições legislativas de 2019, dividia apelidos com cinco outros candidatos, dois deles cabeças de lista.

Diogo Pacheco Amorim é o grande ideólogo do Chega e um dos homens fortes do partido. A sua influência — que chegou a ser colocada em causa quando, nas últimas legislativas, foi escolhido para ser o número 2 no Porto em vez de ter um lugar mais facilmente elegível em Lisboa — valeu-lhe a capacidade de colocar vários familiares em listas eleitorais, com especial destaque nas primeiras legislativas a que o partido se candidatou. Nessa data, foram seis os membros da família que surgiram como candidatos.

Além de o agora deputado ter sido nessa altura o número dois na lista de Lisboa — em que André Ventura foi eleito deputado único — o irmão João Pacheco Amorim foi o cabeça de lista em Coimbra. E não ficou por aí: o filho, Lopo Durão Pacheco de Amorim, foi n.º 1 nas listas em Viana do Castelo; o sobrinho, Lopo de Santiago Sottomayor Pacheco de Amorim, seguiu em 35.º lugar da lista do Porto; e a sobrinha do irmão João, Matilde Diogo da Silva Santiago Sottomayor, foi em quarto lugar na lista de Vila Real.

O repetente entre 2019 e 2022 é o outro irmão de Diogo Pacheco Amorim, Francisco Velez Pacheco de Amorim, que foi primeiro suplente na lista pelo círculo da Europa em 2019, e que nas últimas legislativas foi o mandatário do partido pelo mesmo círculo.

Aliás, Francisco Velez Pacheco de Amorim foi até o representante do Chega na reunião da Comissão Nacional de Eleições (CNE) que acabou por gerar polémica e por levar à repetição das eleições na Europa.

Ao Observador, Diogo Pacheco Amorim justifica a presença de vários familiares nas listas não por “favorecimento”, mas pela “dificuldade gigantesca” que o partido teve de concorrer a todos os círculos eleitorais. Com este objetivo definido por André Ventura, o partido procurou entre familiares e amigos nomes para preencher as listas.

“Em 2019, quem é que queria entrar para as listas do Chega? Ninguém. Foi uma dificuldade gigantesca concorrer a todos os círculos eleitorais porque ninguém queria dar o nome. Foi preciso preencher a pedido, recorremos a amigos e à família, dando prioridade a quem não era amigo nem família”, afirma o deputado, deixando claro que “não houve favorecimento, houve desfavorecimento”.

Já relativamente ao repetente Francisco Velez Pacheco de Amorim no círculo da Europa, agora não como candidato, mas como mandatário, Diogo Pacheco Amorim esclareceu que só não foi candidato porque o ideólogo do Chega seguia nas listas, enaltecendo que seria uma “mais-valia” para o partido.

Pedro Pessanha
Deputado e líder da distrital de Lisboa
Nuno Pardal
Cunhado
Vice-presidente da distrital de Lisboa, assessor do partido e deputado municipal.

Na distrital de Lisboa que Pedro Pessanha lidera o cunhado tem um lugar na vice-presidência. Ambos foram nas listas de candidatos a deputados, apenas Pessanha foi eleito, mas Nuno Pardal chegou a assessor do Chega e, com a saída de Pessanha da Assembleia Municipal, conseguiu também o lugar de deputado municipal.

Mas nas estruturas a história repete-se. Pedro Pessanha é um dos 12 deputados eleitos pelo Chega nas últimas eleições legislativas. Antes de ter conquistado o quarto lugar na lista por Lisboa, encabeçada por André Ventura, já era líder da distrital — uma das que devia ter ido a votos mas que, com a alteração aprovada em Conselho Nacional, poderá ter as eleições adiadas até um ano.

André Ventura suspende eleições internas no Chega durante um ano

Como vice-presidente na distrital de Lisboa, Pedro Pessanha tinha o cunhado, Nuno Pardal. Até às eleições legislativas, o antigo cavaleiro era presidente da Associação Nacional de Toureiro, mas deixou o cargo para ser assessor do Chega (no partido e não no grupo parlamentar, como chegou a estar em cima da mesa), com o pelouro dos eventos.

Além disso, quando Pedro Pessanha foi eleito deputado à Assembleia da República, Nuno Pardal substituiu-o e tomou posse como deputado na Assembleia Municipal de Lisboa. Já na lista ao círculo eleitoral de Lisboa, nas últimas eleições legislativas, em que Pedro Pessanha seguiu no quarto lugar (o último a ser eleito), Nuno Pardal estava no oitavo lugar.

Ricardo Regalla
Vogal da direção
Ana Dias Pinto
Mãe
Conselho de Jurisdição

Ricardo Regalla tem um cargo na direção do Chega, é um nome forte no trabalho interno do partido e faz parte do núcleo duro de André Ventura. A mãe está no Conselho de Jurisdição do Chega.

As ligações familiares vão até aos órgãos de topo do partido. Ricardo Regalla Dias é vogal na direção do Chega e um dos membros do núcleo duro de André Ventura. Antigo simpatizante do CDS e um aficionado tauromáquico, é um dos mais discretos elementos da direção, mas acumula várias funções de peso dentro do partido, sendo desde logo chefe de gabinete do presidente do partido, André Ventura, e diretor de relações internacionais, relações públicas e protocolo.

O vogal da direção de André Ventura deu a cara pela diretiva 3/2020 que marcou o início da lei da rolha dentro do partido, que depois veio a ser executada por Rui Paulo Sousa, também vogal da direção, que ficou responsável pela Comissão de Ética do partido.

A mãe de Ricardo Regalla Dias, Ana Dias Pinto, faz parte do Conselho de Jurisdição do Chega, presidido por Rodrigo Alves Taxa, também um dos elementos do inner circle de André Ventura. Por outras palavras: com Regalla na direção e Ana Dias Pinto na Jurisdição, o partido conta com a presença de dois familiares em primeiro grau nos órgãos nacionais do partido.

Pedro Frazão
Deputado e vereador na Câmara Municipal de Santarém
Manuela Estevão
Presidente da distrital de Santarém
João Lynce
Deputado em Santarém
Vera Ribeiro
Presidente da concelhia de Tomar
Helena Lino
Comadre
Vereadora em Salvaterra de Magos
Miguel Coutinho
Filho
Delegado ao Congresso (n.º 2 na lista de João Lynce)

Gonçalo Esteves
Afilhado
Deputado em Salvaterra de Magos
Estela Magalhães
Mulher
Candidata à Assembleia Municipal de Santarém em 2021
Ruben Gonçalves
Marido
Candidato na lista à Assembleia Municipal de Tomar em 2021

Joaquim Ribeiro
Pai
Candidato na lista à Assembleia Municipal de Tomar em 2021

Maria Fernanda Ribeiro
Mãe
Candidata na lista à Assembleia Municipal de Tomar em 2021

Pedro Santos Frazão é vereador em Santarém e foi eleito deputado à Assembleia da República. Numa das vilas do distrito em que foi eleito tem a mãe de um dos seus afilhados como vereadora. Trata-se de Helena Lino, que foi eleita para a câmara de Santarém.

Em Santarém, distrito pelo qual Pedro Santos Frazão foi eleito deputado à Assembleia da República, há vários casos de familiares em listas a cargos públicos. As eleições são exatamente os momentos em que se encontram mais casos de ligações com parentesco.

Pedro Santos Frazão, também vereador da Câmara Municipal de Santarém, é padrinho de um filho de Helena Lino, vereadora de Salvaterra de Magos pelo Chega. O deputado do Chega não respondeu ao Observador, mas Manuela Estevão, líder da distrital, confirma a relação de compadres, refere que a escolha de Pedro Santos Frazão foi feita pela estrutura local e garante que o atual autarca nada teve a ver com a opção de Helena Lino para Salvaterra de Magos.

Por outro lado, também Manuela Estevão tem um filho e um afilhado ligados ao partido. O filho, Miguel Coutinho, foi delegado ao Congresso do Chega na lista encabeçada por João Lynce (que também está nesta equação familiar, mas já lá vamos). Manuela Estevão recusa a ideia de nepotismo, realça, em declarações ao Observador, que “só exerce funções não remuneradas” e acrescenta que a distrital não tem nada a ver com as escolhas das listas de delegados.

Já sobre o afilhado, Gonçalo Esteves, que foi nas listas à Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos e acabou por ser eleito deputado municipal, Manuela Estevão assegura que a escolha partiu de Helena Lino (a vereadora de Salvaterra de Magos escolhida pela distrital de Santarém). “Não dei opinião sobre candidatos noutros locais, só em Santarém. Não foi para um cargo por nepotismo, o Gonçalo foi a sufrágio”, garantiu.

Por outro lado, João Lynce, que foi eleito para a Junta de Freguesia de Santarém, tinha também a mulher, Estela Magalhães, na lista à Assembleia Municipal do mesmo local. O até agora deputado municipal foi um dos militantes do Chega que não concordaram com a contratação de Cristina Rodrigues para o gabinete parlamentar. O autarca abandonou o partido por se sentir “indignado” e “defraudado”, frisando que “um partido que não tem ideologia e que não respeita as bases, não tem futuro”.

Ainda em Santarém, na concelhia de Tomar, a vice-presidente que passou a presidente após a demissão de Nuno Godinho (que apontou razões pessoais para a saída) colocou vários familiares nas listas às eleições autárquicas, ainda antes de ser a líder da estrutura concelhia.

Vera Ribeiro não quis comentar a situação, mas confirmou ao Observador que em outubro de 2021 se candidatou como número dois à Câmara Municipal de Tomar e que nas listas à Assembleia Municipal da mesma cidade levou o companheiro, Ruben Gonçalves, o pai, Joaquim Ribeiro, e a mãe, Maria Fernanda Ribeiro. A militante do Chega não esconde a presença de vários familiares nas listas, mas defende-se dizendo que Ruben Gonçalves  estava no partido antes mesmo da própria.

Gisela Cardoso
Vice-presidente da concelhia de Vila do Conde
Maria Helena Gonçalves
Mãe
Candidata autárquica em 2021

José Maria Cardoso Fernandes
Pai
Candidato autárquico em 2021

Em Vila do Conde, nas listas para as eleições autárquicas estavam o pai e a mãe da vice-presidente da concelhia.

Na concelhia de Vila do Conde, a vice-presidente, Gisela Cardoso, colocou nas listas à autarquia, nas eleições de setembro de 2021, a mãe, Maria Helena Gonçalves, e o pai, José Maria Cardoso Fernandes. Nessa altura, o cabeça de lista era Luís Vilela, que anunciou em fevereiro o fim da liderança da concelhia, já depois de ter sido um dos nomes nas listas às legislativas pelo Porto.

A alguns quilómetros de distância, ainda na distrital do Porto, o caso da Maia foi um dos que mais deu que falar no seio do partido pela quantidade de amigos e funcionários que estavam na lista da estrutura local. André Pedro Almeida (que deixou o partido em janeiro) era membro da distrital do Porto, líder da concelhia da Maia e foi candidato à câmara da cidade.

Tanto André Pedro Almeida como Marcus Santos, vice-presidente da concelhia e adjunto da distrital do Porto, colocaram várias pessoas conhecidas nas listas da estrutura local, com destaque para a mulher do número dois do partido na Maia, Sara Santos.

Eugénia Santos
Candidata à Câmara Municipal de Braga e vice-presidente demissionária distrital de Braga
Nuno Pliteiro
Ex-presidente da concelhia de Guimarães
Adão Pizarro
Candidato à Câmara Municipal de Guimarães e ex-vice-presidente da concelhia de Guimarães
Fernando Silva
Vereador na Câmara Municipal de Vila Verde e presidente exonerado da concelhia de Vila Verde
José Osório
Marido
Secretário demissionário na distrital de Braga

Bárbara Lopes
Filha
Deputada na Assembleia Municipal de Braga
Manuela Ribeiro
Mulher
Adjunta demissionária da distrital de Braga
Carlos Pizarro
Filho
Suplente demissionário da distrital de Braga
Maria Gabriela Cardenas
Mulher
Adjunta demissionária da distrital de Braga

Eugénia Santos chegou a ser uma das protagonistas do Chega mais a Norte, quando foi escolhida para ser candidata à presidência da Câmara Municipal de Braga. O marido da vice-presidente demissionária estava na distrital e a filha foi eleita deputada.

Em Vila Verde e em Braga, dois dos dirigentes das concelhias tinham as mulheres na distrital de Braga, sendo que é o líder desta estrutura que nomeia os responsáveis pelas concelhias.

Braga é um dos distritos com mais casos de ligações familiares no Chega, sendo que grande parte dos protagonistas deixou o partido por estar contra a direção da distrital, encabeçada pelo agora deputado Filipe Melo.

Eugénia Santos, também conhecida como Jenny Santos, é uma das caras mais conhecidas do Chega na cidade minhota, depois de ter sido candidata à Câmara Municipal de Braga. A vice-presidente da distrital — apesar de ter anunciado a desfiliação, ainda se mantém no site oficial do partido como tendo essa função — colocou a filha, Bárbara Lopes, nas listas para a Assembleia Municipal de Braga (conseguiu ser eleita e é deputada municipal) e tinha o marido, José Osório, como secretário da estrutura distrital.

Em Vila Verde, Fernando Silva era presidente da concelhia, foi a pessoa escolhida pelo Chega para encabeçar a lista à câmara e foi eleito vereador nas últimas autárquicas. Poucos meses depois, acabou exonerado pela própria distrital de Braga por ter convidado o antigo presidente da câmara, António Cerqueira, para a Comissão de Honra. Porém, nessa mesma estrutura que exonerou o autarca de Vila Verde estava a mulher do próprio Fernando Silva, Maria Gabriela Cardenas, com o cargo de adjunta na distrital de Braga.

Ali ao lado, exatamente a mesma relação familiar: o ex-presidente da concelhia de Guimarães, Nuno Pliteiro, tinha a mulher, Manuela Ribeiro, como adjunta na distrital de Braga, uma das que está contra Filipe Melo, mas que apesar da saída também se mantém no site como membro da lista que sofreu uma debandada.

As concelhias são nomeadas pelas distritais, por isso, nestes casos o líder da distrital além de poder escolher a lista que leva a votos, também foi o responsável por escolher os nomes das estruturas mais pequenas. Neste caso em específico, dois casais com ligações da distrital às concelhias.

Ainda como suplente da lista de Filipe Melo estava Carlos Pizarro, que é filho de Adão Pizarro, ex-vice-presidente da concelhia de Guimarães que foi candidato à câmara municipal pelo Chega.

Fátima Marques Vidigal
Candidata à Câmara de Mourão
Filipe Vidigal
Irmão
Candidato na lista à Câmara de Mourão

Tiago Vidigal
Irmão
Candidato na lista à Câmara de Mourão

Sara Pinto
Cunhada
Candidata na lista à Câmara de Mourão

Elisa Falcato
Cunhada
Candidata na lista à Câmara de Mourão

Joana Vidigal Vales
Filha
Candidata na lista à Câmara de Mourão

Jorge Barreto Vales
Genro
Candidato na lista à Câmara de Mourão

Em Évora, numa só lista, Fátima Marques Vidigal, candidata do Chega à Câmara Municipal de Mourão, conseguiu ter vários familiares, desde a filha, aos irmãos e às cunhadas. A justificação é a necessidade de preencher lugares.

Fátima Marques Vidigal, candidata do Chega à Câmara Municipal de Mourão, nas autárquicas de 2021, protagonizou uma das listas com mais familiares em todo o país e o caso chegou até às redes sociais, onde a própria filha foi prestar esclarecimento, com a confirmação do que tinha sido denunciado.

Numa lista onde houve espaço para primos e sobrinhos, destacam-se os irmãos Filipe Vidigal e Tiago Vidigal, as cunhadas Sara Pinto e Elisa Falcato, a filha, Joana Vidigal Vales, e o genro, Jorge Barreto Vales. No Facebook, a filha defendia a opção da mãe como uma necessidade: “Apenas nos pôs para ajudar a formar lista”, justificando-o com o facto de as pessoas terem “medo” de dar a cara pelo partido.

Luís Paulo Fernandes
Presidente da distrital de Leiria e candidato à Câmara de Leiria
Luís Marques Fernandes
Filho
N.º 2 à Câmara de Pedrógão Grande

Luís Paulo Fernandes já foi autarca em Pedrógão Grande, na altura como independente eleito pelo PSD. Agora que está no Chega, foi o seu filho o número dois à câmara, na mesma altura em que corria para ser presidente da Câmara Municipal de Leiria.

No distrito de Leiria, Luís Paulo Fernandes é presidente da distrital, foi candidato à câmara municipal nas eleições autárquicas e teve o seu filho, Luís Marques Fernandes, como número dois à autarquia de Pedrógão, encabeçada por Aida Pires, tesoureira da distrital que Luís Paulo Fernandes lidera.

Foi exatamente em Pedrógão que Luís Paulo Fernandes começou a carreira política, tendo até sido deputado à Assembleia Municipal pelo PSD como independente. Nestas eleições, não conseguiu ser eleito vereador pelo Chega, não tendo sido um dos 19 eleitos do partido, que já perdeu alguns representantes nos últimos meses.

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