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Jerónimo: PS deixou-se "embriagar" pelas sondagens

A caravana comunista começa a semana onde não tem deputados: Viseu, Aveiro e Coimbra. A um dia da entrada em vigor das alterações à lei laboral, a CDU intensificou as críticas ao PS.

Artigo em atualização ao longo do dia

A caravana comunista voltou a apontar a bússola a norte, saíndo de Évora até Nelas, no distrito de Viseu, para um dia que se desenrolará pelo centro. De Viseu, Jerónimo ruma a Aveiro para depois ir até Coimbra. Os problemas em torno das minas da Urgeiriça — desativadas nos anos 70— ainda parecem longe de estar resolvidos e o secretário-geral do PCP foi ouvir os ex-trabalhadores.

E até a viagem foi um desafio. A rota obrigava a passar pelo IP3, com um troço danificado e com vários quilómetros em obras o que, de acordo com a CDU, vai prejudicando o desenvolvimento da região. Mas chegados à Urgeiriça a prioridade era outra. Há habitações contaminadas com urânio e o problema vai-se arrastando com um fim longínquo à vista. Do outro lado da estrada, conta Eduardo Pereira, há “os famosos armazéns das minas” onde continuam armazenados “sacos e sacos cheios de urânio e chumbo”. “É ir lá, espreitar pelos vidros e ver o que para ali vai”, desafiou um dos moradores do bairro que, minutos antes, Jerónimo de Sousa visitava.

Acordo com PS? Só depois de conhecida a nova arrumação de forças na AR e com “alterações à lei laboral”

E sobre futuros entendimentos para viabilizar um governo? Para já, nada de contactos. Pelo menos é o que garante Jerónimo de Sousa. Só depois de os portugueses se pronunciarem, com o voto no domingo, é que os comunistas poderão “estar dispostos” a encontrar uma solução. A CDU “não está disponível para o que o PS quer, a maioria absoluta” — conforme faz notar em todos os discursos e intervenções — mas vai já avisando sobre as condições que colocará em cima da mesa. “Não alinhamos em soluções institucionais sem saber para quê, nem como”, disse.

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“Nós estamos dispostos a negociar. A questão é saber o que é que vamos negociar e essa questão põe-se em primeiro lugar antes de qualquer construção de solução política”, afirmou Jerónimo que apontou a Lei Laboral como uma das medidas concretas que é necessário colocar em cima da mesa. “Uma reconsideração por parte do PS, já que PSD e CDS naturalmente não acompanharão, de reposição de direitos tanto individuais como coletivos”, afirmou.

E Viseu está mesmo a ser um distrito muito cobiçado nestas eleições. “O Cavaquistão já lá vai” e “há uma mudança significativa” no eleitorado, diz Jerónimo juntando a CDU à disputa por um deputado que BE e CDS já assumiram. E a aposta em Miguel Tiago enquanto cabeça-de-lista do círculo vai nesse sentido. “É um jovem, as coisas mudam. Há aqui muito respeito e reconhecimento pelo nosso trabalho”. E foi esse respeito que levou Fernando Carreira a juntar-se à CDU “que sempre apoiou a sua luta”.

Fernando Carreira falou a Jerónimo de Sousa, na qualidade de representante da comissão de utentes dos comboios da linha da Beira Alta, os mesmos que conseguiram em 2017 “com a sua luta” a reposição de dois comboios que tinham deixado de circular durante 10 anos. Três minutos antes, Jerónimo e a comitiva embarcaram em Canas-Felgueira num desses horários que esteve suprimido. Havia “um atraso de cinco minutos” a ser anunciado nos altifalantes, mas quem usa o comboio habitualmente “já nem estranha” dizem, aliás, que o estranho seria “vir a horas”.

A luta pela reposição dos comboios serviu de exemplo a Jerónimo que, afirma, “quando se luta” tudo é possível. Falta agora a requalificação do apeadeiro que, com um grande desnível, impede a entrada ou saída dos comboios a idosos e a pessoas com deficiência. É quase difícil dizer que esta foi a primeira ação de rua da CDU, mas a verdade é que no programa da caravana o percurso entre o apeadeiro e o cimo da rua foi identificado como “contacto com a população”. E em modo “pouco mas bom”, Jerónimo lá recebeu os abraços e beijinhos da população. Uma população envelhecida que ainda tentou acrescentar uns anos ao secretário-geral que, bem-diposto, corrigiu a informação. Afinal são 72 anos e não 74 como lhe dizia o apoiante.

Jerónimo diz que o Partido Socialista se deixou “embriagar” pelas sondagens

Esta segunda-feira pelo centro do país é simultaneamente uma rota por alguns dos distritos onde a CDU não conseguiu eleger deputados. Depois de passar por Viseu, a caravana chegou à Veneza de Portugal para ouvir um discurso entusiasmado do cabeça-de-lista, Miguel Viegas. O candidato por Aveiro acusou o PS de “aparecer fugazmente” não se comprometendo com nada e de só se lembrar do distrito em tempo de campanha eleitoral.

E Jerónimo de Sousa recuperou a ideia para acrescentar que é preciso “eleger alguém que transmitirá na Assembleia da República os anseios e problemas das pessoas do distrito”. Com a contagem decrescente para a entrada em vigor das alterações à Lei Laboral a chegar ao zero (entra em vigor na terça-feira), a CDU intensificou também as críticas ao PS.

Já ficou claro que a revisão dessas alterações é imprescindível para a coligação e, uma vez mais, o secretário-geral do PCP recordou que o PS se colou à direita para fazer a aprovar as suas propostas neste campo.

Solto, o PS voltará a ser o que sempre foi e nunca deixou de ser, mas não precisando da conjuntura (alcançando a maioria absoluta) para prosseguir esta mesma política de direita”.

Mas Jerónimo de Sousa não deixou de apontar críticas também à postura socialista nesta campanha eleitoral. Depois de no comício que encerrou o domingo, em Évora, já ter dito que os últimos quatro anos não foram de instabilidade, respondendo ao que o ministro Santos Silva tinha dito horas antes, esta tarde em Aveiro reforçou a importância da presença da CDU ao longo da legislatura.

“O PS não mudou de génese e com essa consciência começou nesta campanha eleitoral, pensando na maioria absoluta, embriagando-se sempre com as sondagens”, disse Jerónimo acrescentando que, com essa ideia de maioria absoluta garantida, o PS começou a adjetivar os parceiros de governo de “excessivos”.

O secretário-geral atirou ainda que os argumentos que o PS está usar neste momento são os mesmos que o governo anterior, do PSD e CDS, usava. “Não pode ser, é um passo maior que a perna, dar tudo a todos [são] os mesmos argumentos do governo anterior”, disse notando que os socialistas se querem “libertar” de medidas que conduzam, por exemplo, a uma maior produção nacional.

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