897kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

GettyImages-2186499226
i

Em várias cidades do Líbano foram registadas longas filas de trânsito, com milhares de pessoas a tentarem regressar a casa

dpa/picture alliance via Getty I

Em várias cidades do Líbano foram registadas longas filas de trânsito, com milhares de pessoas a tentarem regressar a casa

dpa/picture alliance via Getty I

Civis de regresso a casa, filas de trânsito e festejos. As primeiras horas do cessar-fogo no Líbano

Nas primeiras horas de cessar-fogo no Líbano houve espaço para celebração e longas filas de trânsito, com milhares de desalojados a tentarem regressar a casa.

Colchões nos tejadilhos dos carros, muitas malas e muitas filas de trânsito. É este o cenário em vários pontos do Líbano desde o início do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, que começou às quatro da madrugada desta quarta-feira, menos duas horas em Lisboa.

O cessar-fogo, anunciado esta terça-feira, terá uma duração de 60 dias, e põe em pausa um conflito que dura há cerca de um ano, depois de o Hezbollah ter respondido aos ataques de Israel a Gaza. Segundo dados do Ministério da Saúde libanês, morreram 3.800 pessoas desde outubro de 2023.

A troca de fogo intensificou-se particularmente em setembro, levando vários países a recomendar aos cidadãos que evitassem as deslocações para o Líbano ou a organizar voos de repatriamento. Só a Força Aérea Portuguesa organizou dois desses voos.

Chegaram a Portugal 16 nacionais e familiares, num total de 41 pessoas que pediram para sair do Líbano

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No primeiro dia de cessar-fogo, as imagens das agências internacionais mostram que muitas famílias, que fugiram aos confrontos entre o Hezbollah e as forças israelitas no sul do Líbano, estão agora a regressar a casa — ou ao que resta dela.

“Há muitas pessoas a regressar. Cerca de 80 a 85% dos abrigos estão agora vazios”, explicou ao Washington Post Mostafa Hijazi, o responsável pela gestão dos centros de acolhimento para desalojados em Sidon, no sul do país.

Em alguns carros, além de malas e pertences, há algo que salta à vista: o retrato de Hassan Nasrallah, o principal rosto do Hezbollah, que foi assassinado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) no fim de setembro. Noutros casos, era usada a imagem de Hashem Safieddine, o sucessor de Nasrallah, que foi morto em outubro. 

Como Nasrallah tornou o Hezbollah um dos maiores inimigos de Israel e semeou o caos no Líbano

Nas ruas houve ainda celebrações improvisadas, com bandeiras e cânticos, ou, em alguns casos, com arroz atirado aos carros, como aconteceu em Tyre. De acordo com a Al Jazeera, até foram ouvidos tiros, não de combate, mas de celebração.

4 fotos

Mesmo com milhares de pessoas nas estradas, as Forças de Defesa de Israel desaconselham, para já, os habitantes do sul do Líbano a regressarem ao local ou a aproximarem-se das posições israelitas. “Com a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo e com base nas suas disposições, as IDF [sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel] permanecem nas suas posições no sul do Líbano”, declarou o porta-voz do exército, Avichay Adraee, numa mensagem na rede social X.

“É proibido deslocarem-se para as aldeias que as IDF ordenaram evacuar ou em direção às forças das IDF na região”, acrescentou.

Apesar do cessar-fogo, às primeiras horas da madrugada as IDF anunciaram que dispararam contra veículos em território do Líbano. “Na última hora, as forças das IDF identificaram vários veículos em território libanês com suspeitos que estavam numa área de movimentação restrita”, foi dito num comunicado citado pela Sky News.

“As forças dispararam para impedir a sua abordagem à área e os suspeitos retiraram-se.” Não é claro qual o tipo de veículos ou a zona concreta onde isto aconteceu.

De qualquer forma, as IDF garantiram que vão “agir contra qualquer pessoa que tente violar o acordo de cessar-fogo e não permitirá qualquer perigo para a segurança dos residentes de Israel”.

Hamas pronto para um acordo em Gaza

Desde o início da manhã desta quarta-feira que o Hamas tem feito declarações sobre a disponibilidade para negociar um acordo de cessar-fogo em Gaza, replicando aquilo que aconteceu com o Hezbollah.

Primeiro, um oficial sénior do Hamas avançou à AFP que o grupo está pronto para chegar a um acordo e que já terá informado “os mediadores do Egito, Qatar e Turquia de que o Hamas está pronto para um acordo de cessar-fogo e para um acordo sério para troca de prisioneiros”. O oficial do grupo não foi identificado.

Horas depois, desta vez à Reuters, Sami Abu Zuhri, um oficial do grupo palestiniano, deu a mesma informação sobre a disponibilidade do Hamas para negociar.

“O Hamas aprecia o direito do Líbano e do Hezbollah para chegarem a um acordo que protege as pessoas do Líbano e esperamos que este acordo possa abrir o caminho para chegar a um acordo que ponha fim à guerra genocida contra o nosso povo”, declarou à agência noticiosa.

Abu Zuhri deixou ainda críticas a Netanyahu, que considera ser o culpado pela ausência de um acordo. “O problema tem sido sempre com Netanyahu, que tem escapado sempre a um acordo.”

Por seu turno, o responsável do Hamas argumentou que o grupo “mostrou elevada flexibilidade para chegar a um acordo e ainda está comprometido com essa posição e está interessado em chegar a um acordo”.

Numa terceira via, através de comunicado, o grupo declarou que espera que sejam iniciados esforços para assegurar um acordo para Gaza. “Estamos comprometidos para cooperar com qualquer esforço para chegar a um cessar-fogo e estamos interessados em pôr fim à agressão contra o nosso povo.”

Comunidade internacional saúda cessar-fogo. Mas pede que seja respeitado

A comunidade internacional está a saudar o cessar-fogo, mas sublinha que é preciso que seja respeitado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar “felicita o acordo de cessar-fogo alcançado no Líbano e espera um acordo semelhante para pôr fim à guerra em curso na Faixa de Gaza e aos assaltos israelitas na Cisjordânia ocupada”.

O Egito também salienta que são boas notícias para a região. “O Egito sublinha que este acordo deve ser um prelúdio para pôr fim à agressão israelita na Faixa de Gaza, que já dura mais de um ano, e para a necessidade de alcançar um cessar-fogo imediato e o pleno acesso à ajuda humanitária sem obstáculos, à luz das catastróficas condições humanitárias na Faixa de Gaza, bem como pôr fim às violações injustificadas na Cisjordânia”, é ainda possível ler na publicação, que foi divulgada na rede social X.

O país destacou ainda a “extrema importância de parar a escalada na região” e salienta que “não existem soluções militares” para a tensão na região, mas sim “negociação e diálogo”.

GettyImages-2186499120

As deslocações estão a marcar as primeiras horas do cessar-fogo

dpa/picture alliance via Getty I

Por sua vez, a Turquia considerou que a comunidade internacional deve pressionar Israel para manter o cessar-fogo. “É imperativo para a comunidade internacional que exerça pressão a Israel para cumprir totalmente com o cessar-fogo e a disponibilizar reparações para os danos que causou ao Líbano”, citou a Reuters.

O Ministério turco disse ainda que o cessar-fogo deve ser declarado em Gaza assim que possível para que exista uma paz regional duradoura e estabilidade.

Já o Irão saudou o “fim da agressão” israelita com início de trégua no Líbano, congratulando-se “com a notícia do fim da agressão do regime sionista contra o Líbano”, afirmou em comunicado o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai. Teerão “apoia firmemente o Governo, a nação e a resistência libanesa”.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.