Tudo começou com uma teoria da conspiração, a que a imprensa oficial do regime chinês deu eco para inverter a narrativa e veicular a ideia de que o novo coronavírus tinha aparecido, inicialmente, nos Estados Unidos, e não na China. Porém, novas revelações surgidas nos últimos dias dão força à possibilidade de os Jogos Mundiais Militares, que se realizaram em outubro do ano passado na cidade chinesa de Wuhan e também contaram com uma comitiva portuguesa, terem tido um papel fundamental na disseminação da Covid-19 na fase inicial da epidemia.
Desde o momento em que a Covid-19 começou a ganhar uma assinalável expressão internacional — que levaria, mais tarde, à classificação da doença como pandemia pela OMS —, multiplicaram-se as teorias da conspiração que procuravam desafiar a tese mais unânime, que tem sido até agora a oficial: a de que o vírus surgiu no mercado de de Wuhan, em novembro do ano passado, havendo no final do ano já um grande grupo de pessoas infetadas com aquele vírus misterioso que se viria a disseminar para praticamente todos os países do globo.
Quais são os países que já investigam e pedem contas à China
Foram várias as teorias que surgiram para contradizer a hipótese de que o vírus havia surgido na China e que encontraram na imprensa controlada pelo regime chinês uma plataforma para a sua difusão. O próprio governo chinês foi mantendo sempre no ar a ideia de que a origem do vírus não era um dado adquirido, repetindo que a comunidade científica ainda tentava identificar toda a cadeia de transmissão da doença. Ao mesmo tempo, o governo de Pequim tem recusado as repetidas acusações de que tem sido alvo por parte da comunidade internacional, relativas à forma como a China ocultou a gravidade da doença na fase inicial do surto.
Os Estados Unidos têm liderado o coro internacional de críticas à China, com o Presidente norte-americano, Donald Trump, a repetir os apelos para que o regime de Xi Jinping seja investigado e responsabilizado pela forma como lidou com o início da pandemia. A China tem rejeitado a responsabilidade e até já recusou uma investigação internacional liderada pela OMS para apurar as origens do coronavírus. Mais recentemente, o regime chinês aproveitou as teorias da conspiração para inverter radicalmente a narrativa dominante e para defender que a origem do coronavírus pode ter estado, afinal, nos Estados Unidos.
No centro desta tese estão os Jogos Mundiais Militares, uma competição desportiva de âmbito internacional que junta militares das Forças Armadas de todo o mundo e cuja edição de 2019 aconteceu entre 18 e 27 de outubro na cidade chinesa de Wuhan — poucas semanas antes do início do surto de coronavírus naquela cidade. Segundo as teorias, que começaram a circular em janeiro deste ano, o vírus teria tido origem nos EUA e havia sido transportado para a China por militares norte-americanos por ocasião dos jogos.
De Portugal viajaram nove atletas e respetivo staff, para participar em provas de atletismo, equitação, natação, tiro e orientação. Ao Observador, o chefe da missão portuguesa conta que nenhum elemento da equipa teve qualquer sintoma e ninguém se apercebeu de qualquer problema ou preocupação.
Como nasce uma teoria da conspiração
Pelo menos em janeiro deste ano, já circulava na internet a teoria de que o coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 podia ter viajado dos Estados Unidos para a China. Num artigo publicado a 28 de janeiro no The Unz Review, uma página radical associada ao empresário norte-americano Ron Unz e conhecida pelas posições de extrema-direita, anti-semitismo e teorias da conspiração, era apresentado um conjunto de informações que procuravam mostrar o “lado negro” da pandemia.
No artigo, lia-se que os países ocidentais têm sido “os mais ávidos utilizadores de armas biológicas” e que os EUA têm um historial de experimentação em humanos. Além disso, era possível encontrar no mesmo texto referências às simulações feitas no ano passado pela academia, pelo Fórum Económico Mundial e pela Fundação Bill e Melinda Gates sobre os impactos de saúde e económicos de uma pandemia global.
No fim, era deixada a sugestão: “300 militares dos EUA chegaram a Wuhan para os Jogos Mundiais Militares em 19 de outubro. O primeiro caso de coronavírus apareceu duas semanas depois, a 2 de novembro. O período de incubação do coronavírus é de 14 dias”. O artigo remetia para uma notícia da Xinhua, a agência oficial do regime chinês, sobre a chegada da comitiva norte-americana, composta por cerca de 300 atletas, à cidade de Wuhan durante a referida semana.
Na altura, aquele artigo do The Unz Review teve alguma disseminação, sobretudo através de fóruns ligados a teorias da conspiração, mas não chegou a ganhar tração suficiente para se tornar numa teoria amplamente difundida. Mas já a partir dali era possível identificar uma relação, aparentemente, forçada: todas as fontes até ao momento — de acordo com a própria imprensa chinesa — apontam o primeiro caso conhecido de Covid-19 para o dia 17 de novembro, e não para o dia 2 de novembro.
Mais tarde, já em fevereiro, a imprensa oficial do regime chinês dava conta de uma reportagem emitida por um canal de televisão japonês, que se tornou viral nas redes sociais na China. A reportagem falava do mais recente relatório sobre a taxa de mortalidade da gripe sazonal nos EUA e adiantava que, entre os 14 mil norte-americanos que tinham morrido de gripe, alguns podiam estar infetados com o coronavírus, sem que isso se soubesse antes da morte.
A reportagem fez disparar as teorias à volta dos Jogos Mundiais Militares. Na notícia do Diário do Povo (jornal oficial do Partido Comunista Chinês), era dado especial eco a um conjunto de opiniões que começavam a circular nas redes sociais chinesas: “Talvez os delegados dos EUA tenham trazido o coronavírus para Wuhan, e alguma mutação tenha ocorrido ao vírus, tornando-o mais mortífero e contagioso e causando um surto este ano”.
A imprensa chinesa voltaria a pegar neste tema mais recentemente, num artigo do Global Times (tabloide detido pelo oficial Diário do Povo) com o título “Dez perguntas às quais os EUA têm de dar respostas claras ao mundo”. No texto, é feita referência às palavras do próprio diretor dos Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Robert Redfield, que perante a câmara baixa do Congresso norte-americano admitiu que alguns dos doentes que morreram de gripe no país podem ter morrido infetados com a Covid-19.
O vídeo do momento em que Redfield fala das mortes causadas pela gripe nos EUA e admite que alguns doentes podiam estar infetados com a Covid-19 foi, mais tarde, partilhado no Twitter por Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, que argumentou que o vídeo comprova claramente as teorias que colocam os EUA na origem do vírus, e não a China. Embora o diretor do CDC não tenha falado em datas específicas para as mortes, o porta voz garantiu que estava ali a prova de que os EUA tinham sido desmascarados.
2/2 CDC was caught on the spot. When did patient zero begin in US? How many people are infected? What are the names of the hospitals? It might be US army who brought the epidemic to Wuhan. Be transparent! Make public your data! US owe us an explanation! pic.twitter.com/vYNZRFPWo3
— Lijian Zhao 赵立坚 (@zlj517) March 12, 2020
“Quando surgiu o paciente zero nos EUA? Quantas pessoas estão infetadas? Quais são os nomes dos hospitais?”, questionou Zhao Lijian no Twitter. Na mesma publicação, o porta-voz do Governo chinês formalizou o apoio do regime de Pequim à teoria dos Jogos Mundiais Militares: “Pode ter sido o exército dos EUA a trazer a epidemia para Wuhan. Sejam transparentes! Publiquem a vossa informação! Os EUA devem-nos uma explicação”.
Foi em março deste ano que a teoria começou a ganhar contornos mais concretos, sobretudo com a intervenção de George Webb, um norte-americano que se identifica como “jornalista de investigação”, mas que é um dos mais conhecidos teóricos da conspiração do país. Webb foi um dos responsáveis pela propagação, nos EUA, da tese de que Maatje Benassi, uma militar norte-americana na reserva, teria sido a verdadeira paciente zero do vírus.
Maatje Benassi participou como ciclista nos Jogos Militares Mundiais em outubro. Na última volta da prova em que competiu teve uma queda grave, em que partiu um costela, mas conseguiu acabar a corrida. Por motivos que permanecem ainda, em grande medida, um mistério, o nome de Benassi começou a circular entre os teóricos da conspiração como sendo a pessoa no centro da cadeia de contágio. Na reserva, Maatje Benassi trabalha atualmente nos serviços de segurança de uma base militar próxima do laboratório militar de Fort Detrick, onde seria feita investigação no âmbito das armas biológicas e onde a militar teria sido infetada com o vírus para o transportar para a China.
Uma das ligações estabelecidas por George Webb foi com o DJ italiano Benny Benassi, com quem a militar norte-americana partilha o apelido. Segundo Webb, os dois teriam estado infetados com o coronavírus e disseminado a doença por todo o mundo — o que explicaria a forte incidência da Covid-19 em Itália. Mas a militar e o DJ não são familiares, não se conhecem e não estiveram infetados com o coronavírus.
Em algumas semanas, a teoria à volta do envolvimento de Maatje Benassi na origem da doença ganhou tal dimensão nos EUA e na China que a militar e a família começaram a receber milhares de mensagens nas redes sociais com ameaças. A dada altura, a morada da família foi publicada online e o assédio deixou de ser apenas digital. “É como acordar de um pesadelo e entrar noutro pesadelo dia após dia”, resumiu a militar à CNN, numa entrevista em que descreveu como a sua vida mudou radicalmente desde que o seu nome surgiu associado à teoria.
Conspiracy theorists claim US military worker Maatje Benassi brought coronavirus to China. She didn't.
Benassi speaks exclusively to CNN's @donie about how being the target of these theories has ruined her life. https://t.co/GLAT0cxdum pic.twitter.com/0b2TOw7l3K
— CNN Business (@CNNBusiness) April 27, 2020
Para o governo dos Estados Unidos, o tema é um não-assunto. Num curto parágrafo no site do Pentágono, numa página dedicada a desfazer mitos sobre a Covid-19, o Governo norte-americano acusa o regime chinês de “desviar as responsabilidades” sobre as falhas na deteção atempada da pandemia e de não ser transparente face às informações que tinha sobre o vírus no início do surto. Por isso, afirmar que o vírus teve origem nos EUA é “ridículo e irresponsável”, nas palavras do secretário da Defesa, Mark Esper.
Mas a verdade é que as teses defendidas por George Webb rapidamente se tornaram na versão oficial do regime chinês. Em março, o jornal estatal Global Times citou os vídeos e tweets de Webb, descrevendo-o como “um jornalista de investigação em Washington”, para dar como credível a história da militar Maatje Benassi. O mesmo jornal estabeleceu também a ligação com o laboratório de Fort Detrick, um laboratório dos EUA onde, até julho do ano passado, se realizava investigação sobre organismos altamente contagiosos, incluindo o vírus do ébola.
O jornal chinês apelava, no título, ao governo norte-americano que divulgasse informação sobre os militares que compuseram a delegação dos EUA nos Jogos Militares. Pelos portais de opinião chineses e anti-americanos começaram a espalhar-se detalhes sobre o que teria acontecido com estes militares durante os jogos. Por um lado, os surpreendentes maus resultados dos atletas norte-americanos serviram para alimentar a narrativa: estariam eles bem de saúde? Além disso, um detalhe apresentado como fatal: as instalações onde estava alojada a equipa norte-americana eram perto do mercado de Wuhan, até hoje considerado o epicentro da epidemia.
Relatos de atletas doentes fazem ressurgir teoria
Durante várias semanas, a hipótese de o vírus se ter começado a disseminar nos Jogos Mundiais Militares não passou de uma teoria aproveitada pelo regime chinês para dar força à tese de que a doença tinha tido origem nos EUA. Embora a parte que se refere à origem norte-americana do vírus continue a carecer de qualquer sustentação científica, um conjunto de revelações que se começaram a precipitar nas últimas semanas parece apoiar a possibilidade de aquela prova desportiva ter tido um papel relevante na propagação do vírus durante a fase inicial do surto.
No final de março, numa entrevista a um canal de televisão francês, a pentatleta francesa Elodie Clouvel deu uma resposta que, durante algumas semanas, passaria despercebida: questionada sobre se não tinha medo de participar nos Jogos Olímpicos do Japão, por ter sido no continente asiático que a Covid-19 tinha surgido, a campeã olímpica assegurou que não.
“Não, porque penso que eu e o Valentin [Belaud, companheiro de Clouvel] já tivemos o coronavírus, a Covid-19, porque estivemos em Wuhan para os Jogos Mundiais Militares no fim de outubro. De facto, depois dos Jogos Mundiais Militares, todos nós ficámos doentes com os mesmos sintomas. O Valentin perdeu três dias de treino. Eu também estive doente, tive uma grande conjuntivite”, disse a atleta, acrescentando que os desportistas só ficaram preocupados com a novidade daqueles sintomas quando voltaram a França. “Não estávamos mais preocupados porque ainda não se falava disso, mas é verdade que quando estávamos a voltar de Wuhan foi o momento em que o vírus se desenvolveu, e começámos a falar sobre isso.”
O Governo francês viria mais tarde a negar a existência de casos de Covid-19 entre a delegação de França aos jogos de Wuhan, mas de outros países começaram a chegar relatos semelhantes. No total, a competição contou com a participação de perto de 10 mil atletas oriundos de mais de 100 países, incluindo Portugal.
No início de maio, foi o esgrimista italiano Matteo Tagliariol que disse à imprensa de Itália que ele e outros desportistas do país que participaram nos jogos tinham ficado doentes. “Ficámos todos doentes, os seis que estávamos no apartamento, e muitos também de outras delegações. Tanto que quase se esgotaram os medicamentos”, revelou Tagliariol. “Tive febre e tosse durante três semanas e os antibióticos não fizeram nada, depois afetou também o meu filho e a minha parceira. Eu não sou médico, mas os sintomas parecem os da Covid-19.”
Na Suécia, vários militares que participaram nos jogos de outubro tiveram de ser, mais recentemente, testados para perceber se tinham estado em contacto com o vírus — depois de uma parte considerável da delegação sueca ter adoecido, na sequência da viagem a Wuhan, com febre, tosse e dores de cabeça. Muitos deles ficaram um mês sem conseguirem regressar aos treinos, de acordo com a imprensa sueca. Só depois do início da epidemia é que a equipa médica da delegação sueca associou os sintomas ao vírus — mas os testes feitos aos atletas escandinavos deram negativo.
Mas as revelações não ficaram por aqui. Na última semana, o jornal britânico Daily Mail reuniu relatos de outros atletas europeus que participaram nos jogos de Wuhan e que adoeceram. É o caso de Jacqueline Bock, atleta da equipa alemã de voleibol que participou naquela competição. “Ao fim de alguns dias, alguns atletas da minha equipa ficaram doentes. Eu fiquei doente nos últimos dois dias”, disse a alemã àquele jornal, acrescentando que o seu pai também adoeceu algumas semanas depois do seu regresso à Alemanha. “Nunca me senti tão doente. Ou foi uma constipação muito grave ou Covid-19. Acho que foi Covid-19.”
Outro atleta que falou ao Daily Mail foi o luxemburguês Oliver Gorges, que participou na prova de triatlo em Wuhan e também adoeceu com sintomas de gripe depois da ida à China. Esta semana, o atleta luxemburguês iria ser testado para perceber se esteve ou não em contacto com o coronavírus. Mas, ao jornal britânico, Gorges descreveu Wuhan como uma “cidade-fantasma” por altura dos jogos militares e falou até de “rumores” sobre uma possível ordem governamental para que os cidadãos ficassem em casa.
A estes relatos veio, mais recentemente ainda, juntar-se um conjunto de estudos científicos que, de forma consistente, estão a apontar para a possibilidade de o novo coronavírus já estar presente na cidade de Wuhan desde o início de outubro. Um desses estudos identificou 198 mutações genéticas do coronavírus e apontou o início da propagação do vírus para o dia 6 de outubro. Um segundo, ainda mais recente, veio confirmar a tese de que o vírus já circulava de forma silenciosa “sem mostrar sinais epidémicos” em Wuhan pelo menos em outubro.
“Nada se passou connosco”, garantem portugueses
Portugal esteve representado nos Jogos Mundiais Militares por uma comitiva de nove atletas e respetivo staff, que participaram nas provas de atletismo, equitação, natação, tiro e orientação. Mas os portugueses garantem que não testemunharam nada de estranho e que nenhum atleta ou membro da comitiva sentiu qualquer sintoma compatível com a Covid-19.
“Sinceramente, penso que se trata de especulação“, diz ao Observador o coronel José Contramestre, presidente da Comissão de Educação Física e Desporto Militar e chefe da missão portuguesa aos jogos de Wuhan.
O militar lembra que a experiência portuguesa na cidade correu bem. “Tínhamos livre acesso à cidade. O cartão da acreditação — tínhamos de andar com ele ao peito — tinha um chip que permitia o acesso a qualquer transporte público da cidade, assim como a museus, monumentos. Portanto, a nossa circulação foi livre”, assegura José Contramestre. O coronel chegou até a visitar o mercado que mais tarde viria a ser considerado o epicentro do vírus, mas não encontrou qualquer sinal de alerta.
“Andei sozinho pela cidade, aliás até visitei aquele mercado que agora foi muito divulgado, e não vi nenhuma preocupação no âmbito da saúde pública que me alertasse para alguma situação preocupante”, explica José Contramestre. “Nenhum de nós teve algum sintoma”, acrescenta. O militar recorda que chegou a acompanhar um atleta que se tinha cortado num dedo ao posto de socorros da “aldeia olímpica” — e aí encontrou “excelentes condições”.
“Na altura, não tive conhecimento de ninguém com estes sintomas que agora são afetos à Covid-19. Quando chegámos, também nenhum de nós se queixou de nada. Nada se passou connosco”, garante Contramestre.
Das conversas que teve com outros chefes de missão no enorme condomínio construído de propósito para servir de aldeia olímpica aos mais de 10 mil elementos que compuseram as comitivas, José Contramestre não identificou qualquer situação preocupante com atletas de outros países.
“No apartamento onde eu estava, ao meu lado, tinha elementos da Coreia do Norte, por exemplo. Estávamos mais ou menos agrupados, mas não havia nenhuma restrição à conversa, ao convívio”, diz o militar. “Falei com muitos chefes de missão que foram, a maioria já os conhecia. Nenhum deles me relatou situações de gripes ou coisas do género.”
A participação de Portugal nos Jogos Mundiais Militares contou com elementos dos três ramos das Forças Armadas, da GNR e da PSP que, garante o chefe da missão, tiveram “resultados excelentes” quando olhados em função do quadro competitivo em que os jogos decorrem habitualmente. É que, explica José Contramestre, a maioria dos países enviam aos jogos um conjunto de atletas que além de serem militares são também desportistas civis, incluindo campeões olímpicos. “Há um duplo aproveitamento desses atletas. Nós não temos essa valência“, remata o coronel. Portugal participou nas provas dos 5 mil e 10 mil metros, na maratona feminina, na equitação, na natação, no tiro e na orientação.