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Ursula von der Leyen sugeriu, os 27 Estados-membros reuniram-se e, poucas horas depois, concordaram com a presidente da Comissão Europeia: está na hora de puxar o travão de emergência. Embora nesta sexta-feira, o consenso tenha existido entre os 27, perante a ameaça da nova variante do coronavírus, Ómicron, entrar em força na Europa, isso não é sinónimo de que aquilo que von der Leyen sugeriu — travar voos de e para a África Austral — aconteça no imediato. Cada país tem de pôr em marcha os seus mecanismos e alguns deles, Portugal incluído, já avançaram com as restrições. Os restantes deverão tomar a decisão o mais tardar durante a próxima semana.
Por cá, os voos de e para Moçambique já foram bloqueados, mas a lista vermelha é maior: Ursula von der Leyen quer limitar o tráfego aéreo de e para os países do sul de África (e outros) afetados pela nova variante. “Todo o tráfego aéreo para estes países deve ser suspenso até termos um entendimento claro sobre o perigo que esta nova variante representa. Todos os viajantes que regressem desta região devem respeitar regras de quarentena estritas”, defendeu.
Os viajantes do Botswana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia, Moçambique e Zimbabué terão grande dificuldade em conseguir entrar na Europa e é certo que quarentena e testes PCR serão exigidos nos aeroportos. A variante Ómicron tem 30 mutações e ainda não se sabe que impacto terá, inclusive sobre a vacinação, numa altura em que a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia e as restrições estão de novo a ser levantadas.
Em Portugal ainda não foi identificado nenhum caso desta nova variante que surgiu na África do Sul, e que foi detetada pela primeira vez na Europa, na Bélgica, esta sexta-feira.
De África, a primeira reação foi do Ministério da Saúde da África do Sul que considerou a urgência da Europa em fechar o espaço aéreo como draconiana, não científica e contrária ao conselho da Organização Mundial de Saúde. Apesar da crítica, um a um, os países europeus (e não só) vão fechando as portas a África, continente onde apenas 7,1% da população está completamente vacinada.
Portugal
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Taxa da população completamente vacinada: 88%
Foi já ao final da noite de sexta-feira que o Governo determinou a suspensão dos voos de e para Moçambique, com efeitos a partir das 00h00 de segunda-feira, 29 de novembro, anunciou o Ministério da Administração Interna, em comunicado. No entanto, já a partir de sábado, a quarentena será obrigatória para quem chegue de sete países africanos devido ao surgimento da variante Ómicron.
“Já a partir das 00h00 deste sábado, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique (assim como da África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué) ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”, lê-se no documento. Não são os únicos. Também os viajantes que tenham passado por aqueles países 14 dias antes de aterrarem em Portugal terão de ficar em isolamento.
Nova variante detetada na África do Sul ainda não foi identificada em Portugal
A TAP realiza três voos semanais de e para Moçambique. Não há voos diretos entre Portugal e África do Sul.
Com a pandemia a crescer no país, António Costa anunciou na quinta-feira as novas medidas para conter a propagação do vírus e avisou que o país vai entrar novamente em situação de calamidade a 1 de dezembro. Para além do regresso do uso da máscara em espaços fechados (mas só na próxima semana), o Governo irá impor uma semana de contenção, entre 2 e 9 de janeiro, com teletrabalho obrigatório, férias prolongadas até 10 de janeiro e sem discotecas a funcionar.
Espanha
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Taxa da população completamente vacinada: 80%
Foi o primeiro país da União Europeia a seguir as recomendações de Ursula von der Leyen e a dizer claramente que vai puxar o travão de emergência. Antes do Governo de Pedro Sanchez, já Reino Unido e Israel tinham anunciado que irão suspender ligações aéreas com os países da África Austral.
Carolina Darias, a ministra da Saúde espanhola, deixou claro que o país pretende impedir a chegada de passageiros da África do Sul e do Botswana, podendo a lista de países aumentar depois de o tema ser discutido no próximo Conselho de Ministros. Para além disso, no que toca a controle de fronteiras, os passageiros provenientes dos países de risco elevado terão de apresentar certificado de vacinação e testes antigénio ou PCR.
Com a pandemia a crescer em Espanha — em média, mais de 6 mil casos diários — há novas medidas a caminho como limitações ao número de pessoas em restaurantes, locais de diversão, e casamentos. O país também irá adotar um semáforo Covid, para além de alterar os critérios de avaliação do risco.
França
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Taxa da população completamente vacinada: 69%
Ao longo desta sexta-feira, vários países europeus foram dando passos no sentido de fechar fronteiras. França foi clara e proibiu, com efeito imediato, os voos de Moçambique, África do Sul, Lesotho, Botsuana, Zimbabué, Namíbia e Essuatini. A medida terá para já uma duração de 24 horas, mas pode vir a ser estendida no tempo. A nova variante ainda não foi detetada em França, segundo o ministro da Saúde.
“Estas medidas destinam-se a proteger-nos contra a chegada deste vírus”, explicou Olivier Véran, ao anunciar a decisão do Governo francês.
Com uma média de 22 mil novos casos diários nos últimos 7 dias, o Governo de Emmannuel Macron recusa a ideia de voltar aos confinamentos ou impor recolher obrigatório. O que avança é a dose de reforço da vacina para maiores de 18 anos e encurta-se para 5 meses o espaçamento entre o reforço e a segunda dose.
Itália
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Taxa da população completamente vacinada: 73%
“Seguiremos o caminho da máxima cautela.” E o caminho da máxima cautela levou a Itália a proibir a entrada no país de pessoas que tenham estado na África Austral nas últimas duas semanas. Segundo o ministro da Saúde, Roberto Speranza, a proibição aplica-se à África do Sul, Lesoto, Botswana, Zimbabué, Moçambique, Namíbia e Essuatini.
Em Itália, com uma média de quase 10 mil novos casos por dia, o Governo de Mario Draghi apertou as regras paras os não vacinados que deixam de ter acesso a vários locais, como bares, discotecas, teatros, cinemas, eventos desportivos ou ginásios, entre outros. A partir de 6 de dezembro, segundo decisão saída do Conselho de Ministros, o Green Pass (certificado digital) terá novas regras e só será entregue a quem esteja vacinado ou curado da doença, excluindo aqueles que provam não estar infetados através de testes negativos. Por outro lado, Itália impôs a vacinação obrigatória aos elementos das forças policiais, profissionais de saúde e professores.
Grécia
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Taxa da população completamente vacinada: 63%
A Grécia não tem voos diretos para os países mais afetados pela nova variante do coronavírus, a Ómicron, mas isso não a impediu de proibir a entrada no seu país aos viajantes oriundos desses destinos através de escalas. Haverá exceções: aqueles que precisam de entrar na Grécia por razões essenciais, sendo necessário apresentar testes negativos de infeção pelo vírus da Covid, anunciou o ministério da saúde na sexta-feira.
Para além disso, todos os viajantes da África do Sul, Botswana, Namíbia, Lesoto, Zimbabué, Moçambique, Essuatini, Zâmbia e Malawi passarão por um segundo teste para entrarem no país, a que se soma uma quarentena de 10 dias.
Na Grécia, onde a pandemia cresce, mas não tanto como noutros países europeus, o regresso aos confinamentos foi posto de parte pelo Governo. No entanto, até 6 de dezembro há novas regras como o regresso da utilização de máscaras em todos os locais de trabalho e pedido do certificado digital para entrar em locais de comércio e cultura, como bares, restaurantes, cinemas e museus.
Malta
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Taxa da população completamente vacinada: 84%
A partir da meia-noite, também as portas do arquipélago de Malta se fecham para certos países devido a surgimento da variante Ómicron. Viagens de e para regiões com casos conhecidos da nova variante estão “temporariamente proibidas”, com as restrições a aplicar-se à África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botswana, Essuatini e Zimbabué.
Em Malta, o Governo não tem planos para introduzir novas restrições para conter a pandemia, já que os números de hospitalizações se mantém sob controle e não há pressão sob os cuidados intensivos. A aposta é continuar a vacinar a população com a dose de reforço, estando o país a vacinar já os maiores de 50 anos.
Reino Unido
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Taxa da população completamente vacinada: 68%
África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botswana, Essuatini e Zimbabué são os países que o Reino Unido já adicionou à sua lista vermelha. Os voos de e para estes destinos estão temporariamente proibidos desta o meio-dia desta sexta-feira.
“A partir do meio-dia de amanhã [sexta-feira], seis países africanos serão adicionados à lista vermelha, os voos serão temporariamente proibidos e os viajantes do Reino Unido deverão ficar em quarentena”, anunciou o Governo em comunicado.
No Reino Unido, tal como em Malta, a principal arma para conter a pandemia é a vacinação. O Governo insiste que está a monitorizar a situação e não vê, para já, motivos para aumentar restrições.
Percentagem de pessoas vacinadas contra a Covid-19
Irlanda
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Taxa da população completamente vacinada: 76%
Na Irlanda ainda nada é oficial, mas o Governo está a ponderar reativar a quarentena obrigatória para quem chega de países com a nova variante Ómicron. Assim, já deixou claro que todas as viagens não essenciais para a África Austral devem ser evitadas. Segundo o ministro da Saúde, Stephen Donnelly, todos os irlandeses que estejam no Botswana, Essuatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul ou Zimbabué devem regressar a casa o mais rápido possível.
Certo é que terão de fazer um teste PCR, estejam vacinados ou não, e entrar em isolamento profilático.
Com uma média de 4.400 novos casos por dia, a Irlanda reativou o recolher obrigatório para a hotelaria, com bares, discotecas e restaurantes a encerrar à meia-noite. O teletrabalho, sempre que possível, também voltou a ser imposto e a apresentação de certificados digitais é obrigatória nos teatros e cinemas.
Alemanha
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Taxa da população completamente vacinada: 68%
Na Alemanha, a medida de fechar portas a quem chega de África é oficial e já está em vigor desde esta sexta-feira à noite. As companhias aéreas só poderão transportar alemães, segundo o ministro da Saúde Jens Spahn, e estes terão de fazer 14 dias dias de quarentena, estejam vacinados ou não. “Todas estas medidas são necessárias, pro-ativas e preventivas”, acrescentou aos jornalistas.
Com uma média de 50 mil novos casos por dia, o avanço da pandemia já levou Angela Merkel a pedir aos estados federados que apresentem medidas específicas, estando a ser considerado um novo confinamento. Certo é não haverá mercados de Natal e a hipótese de tornar obrigatória a vacina contra a Covid-19 está em cima da mesa.
Áustria
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Taxa da população completamente vacinada: 65%
Com a ameaça da variante Ómicron, a Áustria é mais um dos países que passou das intenções aos atos. A partir das 00h de sexta-feira a entrada de voos oriundos da África do Sul está proibida, restrição que se aplica também ao Lesoto, Botswana, Zimbabué, Moçambique, Namíbia e Essuatini. Austríacos regressados destes países terão de apresentar um PCR negativo à entrada, registar-se junto das autoridades e ficar em isolamento durante dez dias, anunciou o ministro da Saúde, Wolfgang Mückstein.
Na Áustria, o número de novos infetados tem rondado os 14 mil por dia e, apesar de não ser dos países onde a pandemia mais avança, o país voltou a confinar, o quarto desde o início da pandemia, durante 10 dias. O Governo do chanceler Alexander Schallenberg também decidiu tornar a vacinação obrigatória a partir de 1 de fevereiro.
Países Baixos
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Taxa da população completamente vacinada: 74%
Nos Países Baixos não entra ninguém vindo da África Austral. Hugo de Jonge, ministro da Saúde holandês, fez os anúncio das novas restrições via Twitter. As novas regras começaram logo ao meio-dia de sexta-feira, tendo o país criado uma “zona de exclusão aérea” para os países do sul de África classificados como zonas de “risco muito elevado”.
Tradução: quarentena obrigatórias e testes de despiste de Covid para quem chega desses países.
Com o aumento dos casos no país, o governo anunciou também esta sexta-feira novas medidas de contenção que passam por um recolher obrigatório durante três semanas, e que começa já este domingo. Das 5 da tarde às 5 da manhã, tudo o que sejam serviços não essenciais, de lazer e de cultura estarão fechados. Supermercados podem estar abertos até às 8 da noite.
Bélgica
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Taxa da população completamente vacinada: 75%
Foi na Bélgica que soou o alarme: foi ali que se detetou o primeiro caso da variante Ómicron na Europa, considerada de preocupação pela Organização Mundial de Saúde. “É preciso cuidado, mas não entrar em pânico”, apelou o ministro da Saúde belga, Frank Vandenbroucke. Mesmo sem pânico, a resposta do Governo foi imediata — todos os viajantes oriundos dos países do sul de África devem ser sujeitos a uma quarentena obrigatória.
Como resposta ao aumento da pandemia no país, um dos mais vacinados na Europa, mas também um dos com mais novos casos por dias, o Governo de Alexander De Croo decidiu impor o uso de máscara facial em todos os locais públicos e impor o teletrabalho obrigatório quatro dias por semana.
República Checa
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Taxa da população completamente vacinada: 59%
A partir de sábado, a República Checa proíbe voos de e para a África do Sul, bem como da Namíbia, Lesoto, Essuatini, Zimbabué, Botswana, Moçambique e Zâmbia. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Jakub Kulhanek, no Twitter.
Na véspera, o país tinha decretado o estado de emergência durante 30 dias para travar o crescimento exponencial das infeções. “Devido à ameaça à saúde causada pelo inegável aumento da Covid-19, o governo decreta o estado de emergência durante 30 dias a partir da meia-noite de 26 de novembro“, anunciou o primeiro-ministro checo, Andrej Babis, numa conferência de imprensa. “O país encontra-se num grau de perigo que requer um maior grau de segurança.”
Entre as novas restrições estão a redução dos horários de funcionamento de restaurantes, bares e discotecas, que terão de fechar portas às 22h00. Mercados de Natal também estão proibidos, assim como o consumo de álcool ao ar livre. Em cinemas, teatros e eventos desportivos e culturais volta a haver limites à lotação.