Falta pouco mais de um mês para a Web Summit. A maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa realiza-se em Lisboa, entre 4 e 7 de novembro. Para a edição deste ano, Paddy Cosgrave promete novidades (e a abertura de um escritório no Porto), mas mantém o foco do evento na relação entre a tecnologia e a política, com espaço em palco para a guerra comercial entre os EUA e a China. Numa entrevista para as Manhãs 360, da Rádio Observador, o irlandês que lidera a conferência que recebe 11 milhões de euros por ano do Estado português admite que não se fala de falhanço o suficiente, apesar de “o falhanço ser o fim mais provável para uma startup”. “Se olhares para as evidências, na Europa, não faz sentido ser um empreendedor“, afirmou, depois de garantir que “não há problema nenhum com o espaço”, ou seja, com a expansão da FIL.
Naquela que é a primeira edição da Web Summit sem a presença de João Vasconcelos — o ex-secretário de Estado da Indústria morreu a 26 de março de 2019 –, Paddy Cosgrave diz que o “ministro das startups vai fazer muita falta”. “Ele era simplesmente maravilhoso. Nunca havia problemas… Se houvesse algum problema, nós podíamos ligar-lhe e esse problema desaparecia imediatamente. Acho que era um embaixador fantástico para um Portugal novo, que é baseado no empreendedorismo e startups”, concluiu.
[Veja o vídeo da entrevista para a Rádio Observador]
A Web Summit está à porta. O que podemos esperar para este ano?
Há muitas mudanças….
Mas vai ser radicalmente diferente do ano passado?
Não, acho que, muitas vezes, quando tens uma fórmula que funciona tens de te focar em continuar a melhorar essa fórmula. Para mim, uma das coisas que mais me entusiasma é a comida. Por isso, a comida do evento vai mudar bastante. O calibre da comida portuguesa, que vai estar disponível aos participantes que vêm de partes tão diferentes do mundo, vai ser o melhor de sempre. E, em 2020, vamos ter um festival de comida muito incrível. Por isso, este é o primeiro ano de uma nova experiência com comida.
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A edição deste ano vai ser um piloto desse festival?
Exato, vai ser um piloto. E em 2020 vamos ter um festival de comida totalmente portuguesa, onde muitos dos oradores vão poder saborear menus criados por alguns dos chefs portugueses de topo. Todos os ingredientes vão ser estritamente portugueses.
E isso é fora do campo da tecnologia… É uma nova experiência?
Sim, acho que no passado tivemos vários desafios, como introduzir os pagamentos sem dinheiro para qualquer pessoa que quisesse comprar comida. Algumas filas eram longas e alguns vendedores só aceitavam dinheiro, o que para algumas pessoas que viajavam de outros países…
Mas este ano vai ser diferente: vai ser possível pagar sem dinheiro em todo o recinto.
Sim. E isto são coisas pequenas. Para mim, uma das coisas mais entusiasmantes são os oradores. Sou um grande fã de Margreth Vestager, que ainda não foi anunciada oficialmente, mas que vai ser entretanto… É muito raro alguém continuar a desempenhar funções como comissária europeia e ela não só continua como está a ter cada vez mais poder.
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E esteve cá nas últimas duas edições: a de 2017 e a de 2018.
Sim e, do meu ponto de vista, no mundo da tecnologia, ela é a política mais importante do mundo, porque tem mais poder do que qualquer outra pessoa para redesenhar o futuro, sobretudo a forma como as maiores empresas tecnológicas se comportam e operam, em particular na Europa. Pode definir a agenda para o resto do mundo e agora tem um mandato claro para os próximos cinco anos.
Lembro-me que, no ano passado, os principais temas foram o Brexit, a Cambridge Analytica, as fake news e a proteção de dados. O que é que o preocupa este ano? O presidente da Huawei é um dos oradores… Tem estado atento ao tema do embargo dos EUA?
É claro que a guerra comercial vai ser um foco. Temos oradores muito interessantes e não apenas o chairman da Huawei. Temos também o Michael Pilsbury, que é, na verdade, desde o Reagan, o principal responsável pelo desenho da política dos EUA em relação à China. Ele é a pessoa que fala com o Trump diretamente, que o aconselha sobre o que deve fazer em relação à guerra comercial. E acho que vai ser muito interessante ouvi-lo. Fala muito publicamente sobre o papel que os EUA têm em Hong Kong. Tem sido muito explícito: acha que os chineses estão corretos quando acusam os EUA de interferir em Hong Kong. Tem dito isto publicamente e não tem problemas em dizer que os EUA financiaram em milhões e milhões de dólares o movimento que levou aos protestos, treinaram este movimento e levaram os manifestantes, a organização, para os EUA… E isto é um projeto de longo prazo, que já tem mais de uma década. Acho que talvez seja um ponto de vista refrescante e interessante para um americano.
[Ouça aqui a entrevista dobrada para a Rádio Observador]
Então, esta relação entre a tecnologia e a política vai ser um dos principais focos do evento, tal como já aconteceu no ano passado.
Sim, vai ser, porque a tecnologia — e tenho a certeza que sabes isto — costumava fazer parte da secção de negócios [dos jornais], depois, passou a fazer parte das principais histórias dessa secção e, agora, tenho a certeza de que não há uma semana que passe sem que haja uma história tecnológica na primeira página dos jornais. E não se trata de as novas tecnologias serem incríveis e de toda a gente ter de as conhecer melhor. Tem a ver com o facto de estas tecnologias estarem a ter impacto na nossa vida. Às vezes, impactam para o bem, mas noutras, infelizmente, nos tempos recentes, impactam para o mal. E isso é preocupante para toda a gente, esteja relacionado com eleições, com comportamentos aditivos ou com impostos. E isto são problemas de maior.
E aqui as redes sociais estão a ter um papel importante, até por causa das notícias falsas. No ano passado, tivemos o escândalo Cambridge Analytica, com Cristopher Wylie no palco da Web Summit, mas o Facebook já teve outros tantos escândalos este ano. Podemos contar com Mark Zuckerberg no palco da Web Summit em breve?
Acho que seria incrível que ele falasse. Acho que na Web Summit, nos últimos três ou quatro anos, temos tido debates e discussões muito desafiantes sobre impostos, utilização indevida de dados… Demos uma plataforma a vozes que muitas vezes não aparecem em conferências de tecnologia, porque podem ser tidas em conta como vozes opositoras ou antagónicas em relação aos interesses de algumas empresas tecnológicas. Mas acho que é importante ter pluralidade e diversidade de vozes e acho que muitas das empresas tecnológicas mais estabelecidas, como a Microsoft, passaram por um período, no final dos anos 90 e início dos anos 2000 onde, talvez, estivessem a fazer coisas que eram anticoncorrenciais… E acredito que aprenderam com essas experiências.
O presidente Brad Smith, que vem praticamente todos os anos à Web Summit, há meia década, está na fila da frente das chamadas de atenção que são feitas à regulação e à intervenção governamental, para ajudar a mitigar ou a dividir algumas destas grandes empresas tecnológicas. E acho que é interessante ter alguém tão sénior e tão disposto a ter estas discussões abertas, que não foge delas. E ele está a representar a Microsoft.
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Sim, acho que o vi em todas as Web Summit. Mas há aqui outra questão: falámos de Margreth Vestager, que vem sempre à Web Summit, e agora de Brad Smith. Não tem receio que o evento se torne repetitivo, sem grande novidades para mostrar?
Acho que quando estas pessoas permanecem com um valor noticioso incrível… O Brad Smith acabou de lançar um livro e a Margreth Vestager acabou de ser reeleita comissária europeia para a concorrência. Acho que têm um valor noticioso incrível. Há outros que, com o tempo, não têm tanto valor e aí tendemos a mudar o mapa. Também estamos muito conscientes de quem é que os participantes querem ver. E olhamos com muita atenção para todos os dados, para todas as sessões que as pessoas mais gostaram, aquelas que foram mais populares, bem como os oradores mais populares. E isso informa-nos. As pessoas que voltamos a convidar são as pessoas que… 12 meses é muito tempo.
Falando em popularidade, podemos esperar ver Barack ou Michelle Obama na Web Summit do próximo ano?
Para nós, claro que seria fascinante ter alguns desses oradores, mas alguns dos oradores mais populares são aqueles que têm vozes ligeiramente diferentes. Margreth Vestager é, sem dúvida, a nossa oradora mais popular dos últimos anos. E acho que isso é porque muitos dos CEO na Web Summit têm empresas muito inovadoras, que estão a crescer muito rapidamente. E ela representa alguém que está a tentar elevar o campo de ação para todas as empresas. Acho que é uma consequência disso, ela representa muita coisa. A sua voz, as suas opiniões e a sua filosofia ressoam muito por todo o lado, com todas estas empresas que crescem muito depressa. E acho que para muitas das empresas já estabelecidas ela também tem algo a dizer. Porque também essas sentem que o campo de ação, certamente na Europa, tem sido muito a favor de um pequeno número de empresas que não estão a pagar impostos.
Sim, e os impostos têm sido uma das preocupações do Paddy desde há algum tempo. Mas sei que o espaço onde se realiza o evento também é uma preocupação sua. Acha que este é o último ano em que a Web Summit se realiza na FIL e no Altice Arena?
Tudo o que sei é que estamos em Portugal para os próximos 10 anos e a partir daí, não me preocupo muito. O local para eventos que mais gosto é o Altice Arena, acho que é… Já fui a muitos concertos de música em muitos sítios no mundo e acho que este é capaz de ser o mais espetacular do mundo. Lembro-me de falar com Bono sobre a sua experiência quando tocaram no Altice Arena e ele disse que, enquanto músico, o Altice Arena podia muito bem ser sítio o mais bonito para tocar, que era espetacular ver o recinto a partir do palco. E acho que muitos portugueses provavelmente não percebem, porque não vão a muitos locais para concertos noutras partes do mundo, mas é um sítio muito especial. Adorava poder continuar a usar o Altice.
Pelo menos, o Altice Arena, então… Mas tendo em conta o que li, Fernando Medina parece já ter um acordo para construir um novo centro de congressos. Há hipótese de isto acontecer já no próximo ano?
Por acaso, antes de entrar aqui, percebi que eram esses os rumores nos jornais…
Em Abril, o Paddy até teve um encontro com o “maior construtor e operador de conferências e eventos de exibição do mundo”. Porque é que esta reunião aconteceu? Foi para fazer algum tipo de pressão?
Não sei, acho que a cidade… Não posso falar pela cidade, mas acho que estavam à procura de várias opções e quando estás a considerar opções é bom ter as opiniões e pontos de vista das pessoas que são as melhores no mundo a fazer isto. E passa-se o mesmo com tudo o resto na vida e nos negócios. Se estás a ter em conta as opções que tens, se for possível ter o conselho de alguém que tem muito conhecimento, deves pelo menos ouvi-lo.
Do que me lembro da nossa conversa, no ano passado, o espaço é uma questão essencial para o Paddy. Foi, aliás, um dos principais motivos que o fez escolher Lisboa e, por isso, é importante. Este ano, quantas pessoas vão estar na Web Summit?
Cerca de 70 mil.
Mais ou menos as do ano passado. E se não estou em erro, o acordo entre a Web Summit, o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa prevê que, em outubro, a FIL tenha já mais 13 mil metros quadrados. E estamos quase em outubro… Vai ter este espaço a mais?
Sim, porque há muitas formas… E estávamos plenamente conscientes disto quando assinámos o contrato. Há muitas formas de ter 13 mil metros quadrados com estruturas temporárias, como tendas muito grandes, que são uma solução perfeita para o que fazemos. Já usamos muitas estruturas temporárias e vamos expandir este número. É uma solução simples.
Então, vai ser através de uma solução simples… Porque, também pelo que li, a Web Summit recebe uma indemnização da Câmara Municipal se este aumento de espaço não existir, tal como está no acordo, certo?.
Talvez, mas não é sequer uma ponte que estejamos a atravessar. Não há problema nenhum com o espaço.
Não há problema com o espaço, então. Faltam nove edições da Web Summit. Ainda não se arrependeu de ter escolhido Lisboa em vez de Londres ou Paris? Não há nada que o tenha desiludido?
Não, ontem estava na fila do aeroporto de Dublin, a passar pela segurança e encontrei o responsável da Google para a Europa, África e Médio Oriente, Matt Brittin, e ele falava do facto de a Google ter 1000 pessoas empregadas em Portugal. E tudo aconteceu porque alguns trabalhadores da Google mais seniores, dos EUA e da Europa, foram à Web Summit. E às vezes é tão simples quanto isto: decidiram que era um sítio incrível e que se calhar deviam abrir um escritório aqui. E houve um bom amigo meu que foi à Web Summit em 2011, Mathew Prince, ele é o CEO da Cloudfare… E abriu um escritório gigante de engenharia em Lisboa, o responsável pela tecnologia vai mudar-se para Lisboa e a Cloudfare acabou de ser admitida na bolsa de Nova Iorque…
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Acha que tem alguma responsabilidade nestas mudanças para Lisboa?
Não, acho que não. No final do dia, estas pessoas têm de se apaixonar pela cidade. Foi isso que aconteceu connosco. E têm de sentir que Portugal é um ótimo país, com muito talento, seguro e no qual a qualidade de vida é excelente. E não posso dizer-lhe isso. O que lhes posso dizer é que se estão a ponderar ir para algum sítio na Europa, então devem ir a Lisboa e dar uma volta pela cidade. Ou, então, ao Porto.
Quantas pessoas trabalham na Web Summit em Lisboa, agora?
Estamos prestes a abrir um escritório no Porto. Um dos nossos líderes de engenharia, que é responsável, do nosso lado, por todo o Wi-Fi vai mudar-se de Dublin para o Porto e vamos construir uma pequena equipa à sua volta. Acho que se alguém tiver de ser entrevistado por causa do Wi-Fi, ele dará uma entrevista fantástica….
E está a recrutar? Quantas pessoas tem a Web Summit agora? Tem uma ideia?
Sim, encorajo todas as pessoas a irem à página de recrutamento da Web Summit, temos muitas vagas abertas em Lisboa e vamos abrir vagas apenas de engenharia, infelizmente, no Porto.
A política de voluntários da Web Summit vai manter-se igual ou vai haver alguma mudança nesta edição?
O problema é que temos perto de 20 mil ou 30 mil pessoas a candidatarem-se para serem voluntários e só temos capacidade de aceitar cerca de 4 mil, acho, e trabalham durante um turno longo ou dois turnos curtos e depois, dependendo de quando esses turnos acontecem, podem assistir a outros três ou dois dias do evento, ou seja qual for o caso. E gostávamos de acolher muitos mais estudantes que nos contactaram, algumas universidades também, mas há um limite para o número de pessoas que podemos ter no programa.
E alguma vez pensou em contratar estas pessoas? Ou ter algum acordo com elas?
Tentámos isso em Dublin há muitos anos e a experiência foi fundamentalmente diferente. Temos uma situação em que, neste caso, há 25 ou 30 mil estudantes que realmente querem ir à Web Summit. Se fores estudante, a Web Summit é muito, muito cara e o contrato é que por um trabalho de oito ou nove horas tens direito a um bilhete que custa 600 ou 700 euros. E acho que é um acordo razoável. Quando contratamos pessoas para trabalhar no evento, descobrimos que as pessoas que contratávamos não eram particularmente apaixonados por tecnologia. Tenho uma situação em que interajo com muitos deles… A pessoa que leva o orador da sala dos oradores para o palco é verdadeiramente interessada em empreendedorismo ou tecnologia…
E este tipo de função é feita por voluntários?
Exato.
É o tipo de papel que eles têm no evento?
Exato. E daí as pessoas podem ter empregos incríveis ou estágios… E há esta paixão…
Falando de paixão. Acha que a questão do falhanço é discutida o suficiente no evento? Porque muitas das startups falham, certo?
Sim.
Acha que é uma discussão que tem sido feita?
Não, acho que não tem sido feita, de todo. No início da semana, fui jantar com um empreendedor americano e outro irlandês. Os dois tinham sucessos e as empresas que lançaram a seguir falharam. E estávamos a falar sobre como as startups que são apoiadas por investidores … E falo muitas vezes disto: 9 em cada 10 startups ou 19 em cada 20 são selecionadas por investidores profissionais e podem ter sucesso, mas simplesmente não têm. E, por isso, o falhanço é o fim mais provável para uma startup. Se olhares para as evidências, na Europa, não faz sentido ser um empreendedor. Em média, vais acabar por ganhar menos do que outra pessoa que tenha ido para uma empresa já existente. E acho que há muitos elementos a juntar a isto: um é que ocasionalmente as pessoas glorificam o sucesso até ao limite e pura e simplesmente não falam sobre o falhanço. E elas não se vão tornar no próximo Mark Zuckerberg ou Jezz Bezos ou Elon Musk.
A segunda coisa é que, falando com dois dos meus amigos, outra coisa sobre a qual não se fala são os processos pessoais e mentais que o falhanço traz. Se o foco está todo no sucesso, então nenhum dos focos está no falhanço. E nós tivemos algumas talks no palco Startup University sobre falhanço…. Mas acho que falhar pode levar os empreendedores para um local onde estão muito isolados, em que pensam que foi por causa deles que a empresa falhou. Que não são excelentes, fora de série. E não é esse o caso, de todo.
E concorda que esta ideia devia mudar e que a Web Summit devia ter um papel nessa mudança?
Sim. E acho que culturalmente, nos EUA, lidam melhor com o falhanço.
Têm uma atitude diferente da dos países europeus.
Acho que, às vezes, na Europa, vou almoçar e está alguém na mesa que acaba por afastar-se (e isto já me aconteceu em Portugal) e os portugueses à minha volta dizem: ‘Oh, meu Deus, ele teve uma empresa e não resultou’.
Sim, é uma questão cultural, é o que está a dizer.
Sim, enquanto na América é muitas vezes uma medalha de honra. E acho que o que é importante na Europa é tornar um pouco mais aceitável falhar. Às vezes, não é porque fizemos uma coisa errada, não é fraude. Às vezes, é apenas porque a ideia ou a execução poderiam estar erradas, a concorrência pode ter tido mais dinheiro do que tu. Há todo o tipo de razões para o porquê de teres falhado. E acho que, culturalmente, a Europa não é um grande continente na forma como trata o falhanço.
É a última pergunta antes de terminarmos: esta vai ser a primeira Web Summit sem João Vasconcelos. Tem alguma homenagem prevista? Qual é a melhor memória que guarda do João?
A sua energia sem fim… Ele era o ministro da Web Summit, o ministro das startups. Tinha tanta paixão… Espero que possamos fazer alguma coisa. Ontem, em Dublin, estava a olhar para o design de alguns palcos, e estamos a desenhar um novo palco para o AutoTech, o evento para carros, e senti que… Ele era um colecionador de carros, será que podemos pegar num dos seus carros e tê-lo em palco? Acho que vamos dar o nome dele a um dos palcos, de qualquer forma.
Vamos esperar por novembro, então.
Ele era simplesmente maravilhoso. Nunca havia problemas… Se houvesse algum problema, nós podíamos ligar-lhe e esse problema desaparecia imediatamente. Acho que era um embaixador fantástico para um Portugal novo, que é baseado no empreendedorismo e startups. E vai fazer muita falta.