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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Hugo Soares. “Não sei se o país perdoaria a Pedro Nuno Santos se não viabilizasse o Orçamento”

Líder parlamentar do PSD desafia o PS a apresentar propostas na próxima reunião que será marcada pelo Governo. E garante que AD não quer eleições, mas se as tivesse seria reforçada.

O líder parlamentar do PSD esteve com pés de lã na entrevista no programa Vichyssoise na Rádio Observador, a querer “evitar ruído” nas negociações do Orçamento. Jura que há abertura do PSD no IRS Jovem e no IRC, mas também diz que agora “está nas mãos do PS dizer o que defende” e desafia os socialistas a chegarem-se à frente com propostas.

Hugo Soares jura que o seu partido e o Governo não querem eleições e querem aprovar o Orçamento do Estado para 2025, mas ao mesmo tempo tem contas feitas a esse cenário: “Tenho a convicção que a AD seria reforçada”. Ataca a “narrativa do Governo ultraminoritário” que diz ouvir no PS, e junta o partido ao Chega quando diz que têm usado “desculpas de mau pagador para se poderem opor a um Orçamento que não conhecem”.

Também fala de presidenciais, para manter que Leonor Beleza seria uma boa candidata, mas também para reconhecer que Marques Mendes “se calhar é mais forte do ponto de vista eleitoral”.

Da última vez que esteve aqui na Vichyssoise, disse que “Pedro Nuno Santos deixou sempre uma margem para aprovar o Orçamento do Estado. Acredito, não é uma fezada”. Continua a acreditar?
Continuo com uma profunda convicção de que o Orçamento de Estado para 2025 será viabilizado. E acredito porque, creio que a responsabilidade política dos partidos de oposição,
designadamente do PS, virá ao de cima. E tenho a certeza absoluta que aquilo que é o interesse nacional será acautelado. A aprovação do Orçamento de Estado tem, evidentemente, implicações do ponto de vista do jogo partidário, do jogo político,
mas é absolutamente relevante para o país, e o país deve, evidentemente, estar acima de qualquer outra circunstância.

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Acha que o PS perdoava a Pedro Nuno Santos a viabilização deste Orçamento?
Eu não sei se o país perdoaria a Pedro Nuno Santos se não o viabilizasse. Para mim, e felizmente para o PSD, a prioridade é o país. Não sei se será tanto assim do ponto de vista do PS. Eu tenho ouvido vozes do PS que defendem precisamente que o Orçamento seja viabilizado. Há dias, alguém com especiais responsabilidades no partido, que foi ministro das Finanças do último governo, defendeu a viabilização do Orçamento e, de resto, até teorizou sobre a governação em duodécimos. Portanto, sinceramente, continuo com essa profunda convicção de que o Orçamento pode e deve ser aprovado e é esse empenho que temos.

Ainda esta semana repetiu que o Governo não aceita violentar os compromissos eleitorais e programáticos. Vamos tentar aqui ter alguma clareza à volta destas negociações, porque tem faltado alguma. Por exemplo, o IRS Jovem, o PSD aceita ou não abdicar desta medida?
O discurso de posse do primeiro-ministro foi muito criticado, designadamente pela oposição, numa parte em que foi muito pensada, e cada palavra medida, em que o primeiro-ministro anunciava que a aprovação ou a não-rejeição do programa de Governo significava permitir ao governo executar o programa. O programa de Governo reflete o programa eleitoral, é um compromisso, um contrato de confiança com os portugueses e com os eleitores. O PS e, já agora, o Chega, viabilizaram a investidura parlamentar do Governo e daquele programa. Ora, quando eu digo que não estou disponível para violentar os compromissos eleitorais com base nos quais fui eleito — fiz uma campanha a dizer que Portugal é um país que tinha impostos altos e serviços públicos mínimos, que tínhamos um problema de competitividade da nossa economia e que para isso era importante baixarmos o IRC e que tínhamos um problema de fixação dos nossos jovens –, é porque não estamos disponíveis para abdicar daquilo que são os objetivos que determinada medida visa. É evidente que se para o PS essa é uma condição sem a qual não viabiliza o Orçamento, devemos conversar com o PS. Mas a minha pergunta é sobre o que é que o Partido Socialista defende para podermos ter uma política fiscal? Nós já dissemos, estamos disponíveis.

"Está na mão do PS agora dizer o que é que defende" para o Orçamento

O PS disse que não quer uma tabela diferente para os mais jovens, por exemplo.
O PS disse que não aceitava o IRS jovem como nós o apresentamos e nós dizemos “então que o modelo é que defende?”. Está na mão do PS agora dizer o que é que defende.

O que o PS disse é que o modelo que já está em vigor para os jovens é um modelo que é bom e suficiente. Para vocês é impensável ficar desta forma?
Se o PS acha que é suficiente, eu pergunto aos portugueses se acharam que foi suficiente. E se nós assistimos a uma realidade que demonstra que esse modelo foi suficiente. Os portugueses tanto não acharam que é suficiente que, conhecendo as nossas propostas, depositaram-nos a confiança para governar o país. E isso também não é desmentível. Agora vejam o caricato do que aconteceu no mês de agosto. Tivemos o Chega a começar por dizer que ou nós aceitávamos um referendo às questões da imigração ou não votavam o Orçamento. E ao mesmo tempo tínhamos diariamente o PS a queixar-se de que o Governo não falava com o PS, quando foi público que, em julho, quando o Governo reuniu com o PS, agendou para setembro as restantes conversas. E, por outro lado, tínhamos o Chega a dizer afinal já não votava o Orçamento porque o PSD, durante o mês de agosto, andou a negociar com o PS. Vejam bem que os dois maiores partidos de oposição, e que têm votos sozinhos para poder viabilizar o Orçamento, diziam o seu contrário para justificar o seu posicionamento antagónico relativamente ao Governo. É uma coisa espantosa. Qualquer português percebe isto. São desculpas de mau pagador, de um e de outro, para se poderem opor a um orçamento que tão pouco conheciam.

Se Pedro Nuno Santos se mantiver irredutível sobre estes dois pontos, se o Governo não se entender com o PS, não se aproximar, as negociações estão condenadas ao fracasso, é isso?
Não sei, tem que perguntar a Pedro Nuno Santos. Se o Pedro Nuno Santos entender que a aproximação do Governo não é suficiente, está então condenado ao fracasso das negociações. Ora, como eu não sei o que é que o Partido Socialista quer para poder fazer essa aproximação,
eu não posso estar a fazer cenarizações dessas.

PS e Chega usaram "desculpas de mau pagador, de um e de outro, para se poderem opor a um Orçamento que tão pouco conheciam"

Para quem assiste compreenderá que é um bocadinho estranho ouvir António Leitão Amaro, ministro da Presidência, a dizer que está à espera que o PS apresente as contrapropostas e outro ministro, Pedro Duarte, ministro de Assuntos Parlamentares, a dizer que o Governo iria tomar a iniciativa de conversar com o PS.Quando é que isso se desbloqueia?
O problema é mesmo a ocupação do espaço mediático. A questão é que está toda a gente a querer falar de coisas que devem ser tratadas com recato, responsabilidade e sentido de Estado. O que é público é que o PS exigiu um conjunto de informação que o Governo deu, depois disso, o PS anunciou que precisava de alguns dias para poder apresentar as suas propostas. Veio depois dizer que já estava em condições. Será agendada uma reunião, onde, no recato da responsabilidade e do sentido de Estado, o Partido Socialista dirá o que tiver a dizer. Qual é o problema? O problema é que neste interregno é preciso ocupar o espaço mediático, é preciso aparecer na televisão, é preciso encher páginas de jornais e os políticos vão falando porque os senhores também perguntam e fazem o seu trabalho. E depois vai-se dizendo coisas que não são contraditórias de todo, mas que vão todas dar ao mesmo. Isto para dizer o quê? É preciso esperar a próxima reunião.

E a próxima reunião será convocada pelo Governo, é isso?
A próxima reunião será convocada pelo Governo, evidentemente. O Governo e o PS conversarão e farão a próxima reunião.

E com Luís Montenegro?
Não faço ideia. Vocês sabem que eu sou líder parlamentar, não sou membro do Governo e, portanto, eu não tenho essa informação e se a tivesse, também não seria eu aqui a divulgá-la.

Ainda esta semana disse que, antes da votação do Orçamento, o primeiro-ministro vai explicar ao país o que tenciona fazer em caso de chumbo da proposta. Qual é a posição de Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, sobre esta matéria? Se o Orçamento do Estado for chumbado, deve ou não haver eleições antecipadas?
Eu disse, precisamente, nessa ocasião que entendia que o primeiro-ministro deveria fazer e que preferia. Provavelmente teria essa posição ainda antes do Orçamento ser votado, creio que isso é normal que aconteça, portanto foi até uma afirmação daquilo que acho que é normal do ponto de vista político, do ponto de vista da lealdade e da transparência e também tive a ocasião de dizer o mesmo que vou dizer agora. O líder parlamentar não vai antecipar aquilo que deve ser a posição do partido, como é evidente. Eu repito esta frase muitas vezes,
eu sei que também não é a melhor para uma entrevista ou para quem está a fazer uma declaração à comunicação social, mas eu não sou comentador político. Eu sou ator político. Eu intervenho na política portuguesa.

Por isso é que lhe estamos a pedir este posicionamento do PSD.
E por isso é que eu lhe vou dizer o que é que eu quero fazer. O que eu quero é que o Orçamento seja aprovado. E do meu lado, eu vou fazer tudo para que Portugal tenha um Orçamento para o ano 2025.

"O PSD não quer eleições, quer aprovar o Orçamento"

Por exemplo, Manuel Castro Almeida, ainda em maio, dizia que “a oposição tem de saber que chumbar o orçamento significa uma opção por ir a eleições”. É que o PSD já foi claro sobre isso. É isto? Está claro. É isto que o PSD quer?
Não, eu não estou a dizer que é isto que o PSD quer. Estamos a citar um ministro do Governo dizendo ao país e à oposição aquilo que ele disse.

Concorda com ele?
Eu não estou a dizer que concordo, nem tenho que discordar. Foi a afirmação do senhor ministro da Coesão. Eu acho que essa posição deve ser transmitida ao país pelo primeiro-ministro.

De acordo com a edição do Correio da Manhã desta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa quererá ir a eleições. Seria ou não um sinal de incoerência se não o fizesse agora?
Eu não sei o que é que o Presidente da República decidirá sobre essa matéria, quando ele decidir, tornarei pública a minha posição. Eu sou um ator político que quer que o Orçamento seja aprovado, e quero evitar que se crie um ruído que é absolutamente desnecessário à volta de negociações que eu acho que devem ser maduras, responsáveis. Tenho a certeza que quanto menos ruído houver, quanto menos intervenção de combate político houver sobre esta matéria e mais bom senso existir, mais perto estamos de aprovar o Orçamento do Estado.

Mas é insustentável governar em duodécimos, ou não?
Eu não sou ministro das Finanças, teria de ter uma conversa com o ministro das Finanças sobre essa matéria, mas ouvi Fernando Medina — e ele foi ministro das Finanças — dizer que seria uma má opção para o país governar em duodécimos.

"Se houvesse hoje eleições, tenho a convicção de que a Aliança Democrática seria reforçada"

Mas os cálculos que fazem apontam para que a AD acredite num crescimento eleitoral, porque já disse, por exemplo, que não sabe se o país perdoaria a Pedro Nuno Santos recusar seu Orçamento.
Eu não quero dizer isto com presunção, digo com humildade democrática, mas creio que se houvesse hoje eleições, tenho a convicção de que a Aliança Democrática seria reforçada. E porquê? E porque é que digo que o país não quer eleições agora? Porque o país gosta do Governo. E porque é que o país gosta do Governo e não quer eleições? Porque o Governo está a governar bem.

Uma sondagem dá o PS à frente.
Sim, mas isso é como eu lhe digo nós tivemos sondagens dessa quase até ao final das eleições
e depois aconteceu o que aconteceu.

Que foi um empate no número de deputados.
A Aliança Democrática tem mais dois deputados. No PS agora há a narrativa do Governo ultraminoritário. Dá-me vontade de rir, confesso-vos, porque recordo-me do Governo de 2015 que não era ultraminoritário, era mesmo mais pequeno que o meu grupo parlamentar.
Eu fui líder parlamentar na altura também e tinha mais deputados que o PS. E não vale dizer, porque é mentira, que o PS tinha um acordo que lhe valia a maioria absoluta, porque como também se recordarão, a primeira votação essencial que houve no Parlamento e que podia fazer cair o Governo, foi preciso o PSD dar a mão ao país e votar ao lado do PS para votar a resolução do Banif, quando o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista chumbaram aquilo que o PS queria fazer. Agora, quero responder à provocação. Significa isso que o PSD quer eleições porque acha que vai aumentar o seu score eleitoral? Não, não quer. Pensa que quer aprovar o Orçamento. E eu quero deixar isso muito claro e de forma muito vincada. E tem consciência de que para aprovar o Orçamento tem de dialogar com o PS Espera, mas a responsabilidade do outro lado.

O retificativo é completamente descartado?
Parece-me evidente.

"A próxima reunião [com o PS sobre OE] será convocada pelo Governo, evidentemente"

O primeiro-ministro não foi ao terreno neste período difícil dos incêndios, aprendeu com o erro da lancha que é melhor não ir ao terreno?
O erro?

De ir de lancha quando caiu o helicóptero.
Mas porquê é que é erro? Porque algumas pessoas criticaram?

Até foi o Presidente da República que criticou.
Eu não vi essa crítica do Presidente da República, mas devo-vos dizer duas coisas sobre essa matéria. Sobre os incêndios, o país já percebeu que o Governo primeiro faz e depois
fala. Este foi o tempo de atuar e o Governo atuou com uma prontidão que eu creio que os portugueses perceberam — e não quero estar aqui ainda por cima, em cima da tragédia a fazer política, no fundo, esta sim também ela, eleitoral, de defender aquilo que o Governo fez. De resto, apresentei no Parlamento a proposta para uma comissão eventual para avaliar quer o sistema de Proteção Civil, quer o combate — o que também não é normal ser o partido que suporta o Governo a fazê-lo, já agora. Sobre a lancha, não vi erro nenhum. O primeiro-ministro foi convidado a ir dar uma palavra aos mergulhadores que estavam a colocar a vida em risco ao tentar recuperar os corpos dos guardas da GNR que tinham tido aquele trágico acidente. Quem lhe propôs entendeu que era importante para aqueles homens sentirem o conforto do chefe de governo. Foi numa lancha que estava lá para o efeito, não pôs em causa nenhuma operação que estava a acontecer. E eu não tenho dúvida do conforto que foi.

Mas a fotografia do momento foi tirada na lancha por um segurança do primeiro-ministro. Portanto, houve uma preocupação de transmitir imagens daquele momento. Houve um plano mediático.
Não, não houve plano mediático nenhum. As câmaras estavam lá e houve um órgão de comunicação social que estava a transmitir em direto o primeiro-ministro na lancha para ir
ter com os mergulhadores. Mas não havia mais nenhum canal de televisão a transmitir. Vou só deixar a pergunta no ar: perguntem lá aos senhores jornalistas se não foram eles que pediram para ter uma imagem que só um canal tinha e os outros não tinham. Eu não estou a dizer que foi assim. Sabem que eu dou de barato toda esta especulação, agora tenho a certeza que os portugueses perceberam o que aconteceu. Quem conhece e quem se habituou já a este primeiro-ministro sabe mesmo que ele gosta de lá estar. Gosta de estar próximo daqueles que estão a fazer aquilo que pouca gente faz. E devo dizer que, ao contrário daquilo que alguns consideram um erro, eu acho que foi uma atitude de um chefe de governo como deve ser, e portanto não tenho sobre isso nenhuma crítica, nem nenhuma reserva relativamente àquilo que foi a atuação do primeiro-ministro.

"Leonor Beleza tinha condições para ser uma excelente Presidente da República, como tem, Luís Marques Mendes. Se calhar até é mais forte do que Leonor Beleza, porque ocupa um espaço mediático muito mais conhecido, se calhar com outra experiência política"

O Governo anunciou que vai criar uma equipa especializada para aprofundar a investigação criminal dos incêndios florestais. O Governo defende penas mais duras para quem é negligente ou apenas para quem deliberadamente provocou os incêndios? 
A pena vai até 12 anos, que é uma pena dura, é uma pena das mais altas que temos no nosso ordenamento jurídico. E a primeira reação, normalmente, quando acontecem estas coisas é que vamos aumentar a moldura penal. Acho que aumentar a moldura penal terá pouco ou nenhum efeito. Agora não há dúvida que há mão criminosa por trás de muitos destes incêndios. Vocês viram todas as imagens que eu vi. Alguém acha que é populismo dizer que o Governo deve exercer autoridade, deve munir os órgãos de investigação criminal dos melhores meios para punir esta gente de forma séria? Eu não tenho dúvidas sobre isso.

Elogiou Leonor Beleza, que depois se retirou da corrida presidencial na semana seguinte e agradeceu. Pedro Passos Coelho continua-se a manifestar nenhum interesse nessa corrida. Considera que neste momento Luís Marques Mendes é o mais bem posicionado dentro do PSD para poder vir a ter apoio do partido? Durante o verão havia tão poucas notícias que o facto de eu ter dito que Leonor Beleza era uma notável do PSD transformou-se num lançamento presidencial de uma candidatura de Leonor Beleza, quando estava longe da minha intenção ter a repercussão mediática. É evidente que eu quis dizer o que disse, isso não há dúvida nenhuma, acho mesmo que Leonor Beleza tinha condições para ser uma excelente Presidente da República, como tem, respondendo à sua pergunta, Luís Marques Mendes. E até do ponto de vista eleitoral, se calhar é mais forte do que Leonor Beleza, porque ocupa um espaço mediático muito mais conhecido, se calhar com outra experiência política, etc. Dito isto, não me parece ainda o tempo de fazer essa avaliação concreta sobre os candidatos presenciais por uma razão: porque nós não sabemos quem são esses candidatos. E uma candidatura presidencial deve mesmo nascer da vontade íntima de quem a quer protagonizar. Por isso é que elas são candidaturas individuais.

Vamos ao carne ou Peixe. onde tem de escolher uma de duas opções. Em 2026, vai como secretário-geral do PSD a uma audiência em Belém, isto na segunda metade do ano. Prefere ser recebido pelo presidente Luís Marques Mendes ou pelo presidente Pedro Passos Coelho?
Temos aí um grande problema. É que eu não sei se vou ser secretário-geral em 2026, porque nós temos congresso daqui a cerca de 20 dias e eu não sei se serei novamente secretário-geral do PSD.

Mas há uma hipótese de deixar de ser?
Há uma hipótese de deixar de ser como há uma hipótese de continuar. A escolha da Comissão Política Nacional é do presidente do partido e devo dizer-vos que não tive mesmo nenhuma conversa com ele sobre essa matéria. Portanto, há 50% de hipótese de continuar a ser e há 50% de hipótese de continuar a não ser ou de deixar de ser.

Quem levaria numa visita ao Bom Jesus de Braga: António Costa ou Pedro Nuno Santos?
Levaria António Costa porque quem vai para presidente do Conselho Europeu e foi primeiro-ministro tem uma história para contar bem mais interessante do que Pedro Nuno Santos. Revejo-me muitas vezes… considero, ainda assim, António Costa bem mais moderado do que Pedro Nuno Santos — vejam só. E para o exercício das funções que vai ter, o Bom Jesus de Braga o abençoaria também.

Preferia visitar Olivença acompanhado por Nuno Melo para simbolicamente protestar pela posse espanhola do território ou ir numa missão da Space X ao espaço com Rui Rio (um entusiasta de astronomia)?

Teria pavor de ir ao espaço porque tenho claustrofobia. Por isso iria com muito gosto a Olivença. Já agora, não ouvi ninguém, nenhum actor político — e independentemente da questão diplomática e o Ministério dos Negócios Estrangeiros foi lapidar — dizer que, no ponto de vista jurídico, Nuno Melo não tinha razão. Mas não é isso que está em causa e não é matéria que esteja em qualquer tipo de agenda. Mas pronto, iria a Olivença qu enão conheço.

Preferia ser ministro de um Governo liderado por Carlos Moedas ou Sebastião Bugalho?
Preferia ser líder parlamentar do Governo de Luís Montenegro e depois, quando tudo isto acabar — espero que daqui a muitos anos — ir descansar com a família.

Não dá uma perninha no Governo?
Nem uma perninha, nem duas perninhas. Terminar o mandato como líder parlamentar e depois fazer o que puder pelo país nesta fase e ajudar o Governo a levar a bom porto o que é preciso fazer no país e é muito.

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