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epaselect epa09491519 Azeri soldiers carry portraits of the servicemen and civil people who was killed during the Second Karabakh War at the commemorative march on the anniversary of the start of the war in downtown of Baku, Azerbaijan, 27 September 2021. One year ago battles began on the line of demarcation between Azerbaijan and the unrecognized Nagorno-Karabakh Republic (NKR), which lasted 44 days until November 10.  As a result of the war, Baku regained a number of territories lost in the early 1990s. On November 9, Azerbaijan, Armenia and Russia adopted a trilateral statement on a complete ceasefire in Nagorno-Karabakh. According to information disseminated by the Ministry of Defense of the Republic of Azerbaijan, 2,783 servicemen of our Armed Forces were killed in the Patriotic War.  EPA/ROMAN ISMAYILOV
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Fotografias de soldados e civis mortos durante a Segunda Guerra de Nagorno-Karabakh

ROMAN ISMAYILOV/EPA

Fotografias de soldados e civis mortos durante a Segunda Guerra de Nagorno-Karabakh

ROMAN ISMAYILOV/EPA

Limpeza étnica ou ação anti-terrorista? 8 pontos para saber o que se passa em Nagorno-Karabakh, enclave desejado pela Arménia e Azerbaijão

Depois da queda do Império Russo, tanto a Arménia como o Azerbaijão reivindicaram a região. Com o fim da União Soviética, Nagorno-Karabakh proclamou independência, mas nunca foi reconhecida.

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Tal como uma ilha está cercada de água por todos os lados, Nagorno-Karabakh está envolvida pelo Azerbaijão, a antiga república soviética que, para todos os efeitos, é quem governa aquela região. Na verdade, e apesar de a Arménia também reivindicar o território — uma disputa que vem desde os tempos do Império Russo —, o enclave governa-se a si próprio, desde que proclamou a independência, depois da queda da União Soviética. Mas a República de Artsakh, onde mais de 75% da população é arménia, nunca foi reconhecida pela comunidade internacional. Em 2020 foi assinado um cessar-fogo entre Arménia e Azerbaijão, o que não impediu que mais de 1.200 pessoas tenham morrido ou ficado feridas desde então, segundo os números do think tank Crisis Group.

O que é que fez reacender a violência?

Nesta terça-feira, enquanto a Assembleia Geral das Nações Unidas discutia o conflito na Ucrânia, o Azerbaijão lançou o seu ataque, com uma série de bombardeamentos a atingir a capital da região, Stepanakert. O argumento foi dar início a uma “campanha anti-terrorista”, “limitada”, e “necessária” para restaurar a ordem no enclave.

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Azerbaijão vai levar operação militar “até ao fim” em Nagorno-Karabakh, a menos que forças arménias se rendam. Há 25 mortos

Em comunicado, o Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou ser seu objetivo “desarmar e conseguir a retirada das forças armadas arménias” dos seus territórios e neutralizar as infraestruturas militares.

Já a Arménia, também através de comunicado do seu Ministério da Defesa, afirmou não ter tropas no Karabakh. Além disso, garantiu que a situação na fronteira com o Azerbaijão está estável e acusou o vizinho de estar a levar a cabo uma limpeza étnica.

O conflito é novo?

Não. Pelo contrário, o conflito “é o mais antigo da Eurásia pós-soviética”, descreve o Crisis Group. Depois da Revolução Russa de 1917, que pôs fim ao império dos czares, Arménia e Azerbaijão disputaram o enclave, onde os dois maiores grupos étnicos são os arménios e os azeris (ou azerbaijanos).

Nagorno-Karabak: Mais um conflito em vias de alastrar para guerra na Antiga URSS

Nessa altura, o Azerbaijão ficou sob controle dos bolcheviques e Karabakh viu as suas fronteiras serem redesenhadas para incluir o maior número possível de arménios. Ganhou um estatuto especial dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão: apesar de estar inserida dentro dela, era uma região autónoma, já então chamada de Nagorno-Karabakh.

Durante a União Soviética houve problemas?

Sob o controlo do Partido Comunista, as disputas entre as repúblicas vizinhas amenizaram, mas assim que a URSS começou a dar sinais de estar moribunda, o conflito armado regressou. Ainda antes de 1991, quando a União Soviética colapsou, teve início a Primeira Guerra de Nagorno-Karabakh (1988-1994).

O que é que aconteceu durante a guerra de 1988-1994?

O saldo dessa primeira guerra foi de mais de 30 mil mortos, a que se somaram mais de um milhão de refugiados: os azeri fugiram da Arménia, os arménios deixaram o Azerbaijão.

Em 1988, os arménios — que eram a maioria da população da região autónoma — exigiram que Nagorno-Karabakh passasse das mãos do Azerbeijão para as da Arménia. O que começou por ser tensão política escalou para um conflito armado, e, antes de a guerra chegar ao fim, em 1991, o enclave autoproclamou a sua independência, intitulando-se República de Artsakh.

Refugees After Clashes in Nagorno-Karabakh

Fevereiro de 1992. Refugiados fogem de Nagorno-Karabakh

Sygma via Getty Images

No final da guerra, em 1994, o enclave (bem como outros distritos vizinhos) eram, em parte, controlados pelos arménios, mas o Azerbaijão nunca desistiu de recuperar o território.

Mesmo sem reconhecimento internacional, a República de Artsakh, com o apoio da Arménia, tem, desde 1991, governado o seu território.

Cessar-fogo em Nagorno-Karabakh. Arménios invadem parlamento, Azerbaijão festeja

Quando é que o conflito armado regressou?

Foi em 2020 que teve início a Segunda Guerra de Nagorno-Karabakh, iniciado com uma operação militar dos azeri. Se, na primeira guerra, foi a Arménia quem ficou com territórios do país vizinho, neste segundo conflito, com ajuda de drones comprados à Turquia e Israel, o Azerbaijão conseguiu uma vitória esmagadora, recuperando sete distritos e um terço do enclave.

A guerra durou 44 dias e a Rússia ajudou nas negociações de paz.

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Em 2020, o conflito armado regressou em força a Nagorno-Karabakh

AFP via Getty Images

Qual foi o papel de Vladimir Putin em 2020?

O Presidente da Rússia envolveu-se pessoalmente na negociação de um cessar-fogo: Vladimir Putin mantinha uma aliança sólida com a Arménia e tinha boas relações com o Azerbaijão.

Nagorno-Karabakh. Arménia anuncia trégua com Azerbaijão após “mediação” russa

O acordo entre as duas antigas repúblicas soviéticas implicou que fossem enviadas forças de manutenção da paz para a região: 2.000 militares russos que garantiam a segurança do corredor de Lachin — a única estrada que liga Nagorno-Karabakh à Arménia.

O corredor de Lachin ficou seguro?

Era essa a intenção ao enviar tropas russas para o local, além de que o Azerbaijão se comprometeu a garantir a segurança de todo o trânsito no corredor de Lachin, fosse em que direção fosse. A verdade é que os combates nunca terminaram, apesar de ter sido assinado o cessar-fogo.

Dois anos mais tarde, no final de 2022, o corredor foi encerrado alegadamente por ativistas ambientais azeris. Os únicos que tinham carta branca para passar eram as tropas de manutenção de paz russas e as equipas da Cruz Vermelha.

Novos confrontos entre Arménia e Azerbaijão antes das negociações de paz

Já este ano, em abril, o Azerbaijão criou um novo posto de segurança no corredor que teve, como efeito imediato, estrangular o trânsito de pessoas e bens entre a Arménia e o enclave. Na sua perspetiva, a medida serve para pôr fim ao fornecimento de armas arménias à administração separatista de Nagorno-Karabakh.

A Arménia considerou que a manobra foi uma violação clara do cessar-fogo de 2020.

Há paz à vista?

União Europeia, Estados Unidos e Rússia têm tentado, através de sucessivas negociações, que os dois países assinem um tratado de paz definitivo. Mas, nas últimas semanas, tanto a Arménia como o Azerbaijão têm feito acusações mútuas: há um aumento de forças militares do país vizinho a serem enviadas para a zona de tensão.

Arménia e Azerbaijão trocam acusações sobre crise humanitária em Nagorno-Karabakh

Esta terça-feira, o Azerbaijão garantiu que vai levar a operação militar “até ao fim”, a menos que as forças arménias se rendam, o que faz temer que a terceira guerra de Nagorno-Karabakh esteja prestes a começar.

 
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