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Eugénio Rosa foi um dos mais ferozes críticos da gestão de Tomás Correia à frente da Mutualista Montepio. FOTO: Edgar Caetano/OBSERVADOR
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Eugénio Rosa foi um dos mais ferozes críticos da gestão de Tomás Correia à frente da Mutualista Montepio. FOTO: Edgar Caetano/OBSERVADOR

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Eugénio Rosa foi um dos mais ferozes críticos da gestão de Tomás Correia à frente da Mutualista Montepio. FOTO: Edgar Caetano/OBSERVADOR

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"Montepio precisa de ajuda do Estado mas não será como os outros bancos", diz Eugénio Rosa

Eugénio Rosa, candidato às eleições da mutualista, revela que pediu intervenção de Vieira da Silva: "Se eu intervenho agora vou criar uma confusão ainda maior...", respondeu o então ministro.

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Os “sucessivos Governos” foram “cúmplices” de uma “gestão ruinosa” que “destruiu” muitos milhões dos associados da Mutualista Montepio, acusa Eugénio Rosa, candidato pela Lista C às eleições do próximo dia 17 de dezembro. É por isso, diz o responsável, que deve haver uma “ajuda pública, através de uma garantia de Estado” – “não será uma ajuda como os outros bancos pediram“, porque neste caso “o Governo tem muita responsabilidade no que aconteceu“.

Em concreto, Eugénio Rosa refere que se permitiu uma “violação da lei” quando se deixou a Mutualista Montepio concentrar a grande maioria do seu ativo apenas num investimento – o Banco Montepio – e quando se deixou constituir os ativos por impostos diferidos (DTA, na sigla anglo-saxónica) que, na sua opinião, insuflam o balanço de forma artificial.

O candidato recorda que, quando José António Vieira da Silva ainda era ministro, lhe pediu uma intervenção. “Fui falar com o Vieira da Silva, várias vezes, dizendo que ‘vocês criaram esta situação… Como é que a resolve?’. E ele dizia…. ‘Mas o que é que eu posso fazer? Já está criado, o que é que eu posso fazer? Se eu agora intervenho vou criar uma confusão ainda maior…‘”

Eugénio Rosa, candidato pela lista C e historicamente um dos mais ferozes críticos, não “fecha a porta”, porém, a que se façam “pontes” após as eleições com as outras listas – incluindo com a D que, como o próprio Eugénio Rosa avalia, é apoiada por Tomás Correia.

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Milhões de dinheiro dos associados foram “destruídos”

Foi sempre um dos maiores críticos de Tomás Correia mas, também, após a sua saída em 2018, continuou a apontar vários erros à administração que ficou. Quais têm sido os principais problemas?
A administração atual, no fundo, é uma administração escolhida por Tomás Correia. Sempre deu cobertura à gestão de Tomás Correia. E houve uma continuidade, os grandes problemas que existiam na associação mutualista continuam a registar-se.

Que problemas?
Um dos grandes problemas foi uma gestão errada das aplicações dos associados. Os associados neste momento têm pouco mais de 3.000 milhões de euros em poupanças aplicadas na associação mutualista que aplicou-as fundamentalmente em duas empresas: o Banco Montepio e a Lusitania SA (não-vida). Em contraste com a Lusitania Vida, que sempre foi bem gerida, a Lusitania SA acumulou prejuízos e só agora, com a substituição do presidente que lá estava [Fernando Nogueira], é que se conseguiu inverter a situação.

E o banco?
Em relação ao banco isto não tem acontecido. Eu vi, por exemplo, na entrevista que o Dr. Lima deu [ao Observador] que no Banco Montepio os associados têm investidos 2.420 milhões de euros de poupanças. Esse é o capital social, mas desse capital ele esqueceu-se de dizer que só restam 1.350 milhões em capitais próprios. O resto desapareceu.

Desapareceu como?
Crédito que foi concedido sem análise de risco, por exemplo. Eu estive, mais tarde, nos órgãos de supervisão do banco, acabei por me aperceber disso. Milhões, centenas de milhões, foram concedidos em crédito com Tomás Correia a decidir, nem ouvia os serviços de análise de risco – depois esse crédito não se conseguiu recuperar. Foi uma gestão ruinosa, querer transformar o banco num grande grupo bancário, deslumbrado pelo dinheiro que a associação acumulou sobretudo graças a um produto – o Capital Certo – que, no fundo, era como um depósito a prazo mas sem fundo de garantia. Isso captou muitas poupanças de associados e muito desse dinheiro foi destruído.

"Eu vi, por exemplo, na entrevista que o Dr. Lima deu [ao Observador] que no Banco Montepio os associados têm investidos 2.420 milhões de euros de poupanças. Esse é o capital social, mas desse capital ele esqueceu-se de dizer que só restam 1.350 milhões em capitais próprios. O resto desapareceu."

Administração atual “está à espera de um milagre”

Virgílio Lima diz que é possível recuperar algumas dessas imparidades. Acredita?
Se estava a falar das imparidades do banco, o banco teria de gerar lucros para se valorizar e depois transferir…

Mas o plano é exatamente esse, incluindo o banco dar lucro no próximo ano…
Já anda a dizer isso há dois anos, desde que entrou.

Montepio. O que o banco recuperar em imparidades vai para os associados da mutualista, diz Virgílio Lima

De acordo com a informação transmitida, o plano de reestruturação prevê prejuízos este ano e lucros no próximo…
Pode ter sido apresentado ao Banco de Portugal outro plano mas publicamente sempre se disse que ia haver recuperação e que com a redução dos trabalhadores ia reduzir-se os custos…

Mas dizia-se em algum lado que o banco ia ter lucros em 2021?
Dizia-se que havia uma recuperação do banco, não se dizia resultados. Mas nas assembleias, o Dr. Virgílio Lima sempre disse que a recuperação do banco estaria em curso em 2021. Agora já diz que é 2022, é natural que quando chegarmos a 2022 diga que é 2023. Ele está à espera de um milagre e os milagres não acontecem.

Está a ser gerido pelas pessoas certas, o banco?
Eu não tenho problemas pessoais com ninguém da administração – conheço alguns e até tenho consideração por muitas pessoas como o Dr. Carlos Tavares. Mas eu avalio os resultados e o que está a acontecer no banco é que já no tempo de Dr. Félix Morgado já se estava numa recuperação – embora gradual – e entrou esta nova administração que é constituída por pessoas que não têm experiência nenhuma de banca comercial. Não há competências numa administração com 16 membros – tão grande quanto a da Caixa Geral de Depósitos – e a maioria não tem qualquer experiência na banca de retalho.

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Candidatura muito ligada ao PCP? “Eu não olho para ideologias ou para cartões”

É uma candidatura com várias pessoas ligadas ao PCP, seja no presente, seja no passado, à CGTP, o nome de Ana Drago, ex-deputada pelo Bloco de Esquerda. É uma candidatura que corre o risco de ser muito associada a uma parte específica do espetro político?
Ora, eu não olho para ideologia ou para cartões. Eu estou na ADSE, como membro do conselho diretivo, sempre disse que quando chego à porta deixo cá fora o meu partido e passo a ser gestor público. Eu estou empenhado nesta candidatura porque tenho um conhecimento muito concreto da situação extremamente difícil do Montepio. Abandonar agora o barco seria um ato de cobardia, na minha opinião.

E outras pessoas?
Sim, não digo que não haja membros, eu sou também membro do PCP e assumo isso. Mas uma coisa é ser membro outra coisa é ser gestor. Temos de separar as coisas. E o número de pessoas que faz parte da nossa candidatura e que não faz parte do partido é muito superior à expressão do partido – mesmo ao nível do conselho de administração. Quando escolhemos as pessoas, escolhemo-las em função da competência e daquilo que eles podem dar ao Montepio.

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Voltou a não ser possível, porém, unir a oposição, tal como em 2018…
Eu empenhei-me em tentar constituir uma lista de união, que não foi possível. Mas um dos pontos mais importantes do nosso programa é que, se formos eleitos, uma das grandes prioridades é construir essa unidade. Todos aqueles que querem defender o Montepio e salvar o Montepio não estão fora desta unidade.

Mas o que quer dizer com isso? Não lhes vai dar lugares na administração, às outras listas…
Eu estou a falar das empresas, o Montepio tem 30 empresas, não se esqueça. Dentro do Montepio temos técnicos altamente qualificados com grande experiência, que têm sido desaproveitados. Não se pode desaproveitar esses quadros.

“Eu não ponho num canto as pessoas porque estiveram com Tomás Correia”

Existe uma lista que, antes de serem batizadas as listas com letras, era conhecida como a “lista de quadros”. É a lista D.
Essa lista, alguns estiveram ligados ao Tomás Correia e o Tomás Correia está a apoiá-los. Isso para mim não é um impeditivo a que possamos colaborar e até encontrar soluções – algumas das soluções que eu defendo eles também defendem. Não fecho a porta a ninguém, desde que haja um empenhamento honesto para dar uma contribuição… Mesmo na área de Tomás Correia há pessoas competentes, se fosse a eliminar essas pessoas tinha que eliminar metade do Montepio. Temos de olhar é para o futuro e tentar construi-lo com as pessoas mais válidas e aí a competência é um aspeto fundamental. Há pessoas… estou a lembrar-me de uma, extremamente competente, que está há três anos na prateleira, e está a contratar-se pessoas fora, pessoas que muitas vezes nem têm competências.

Aceitaria depois fazer “pontes” com a lista dos quadros, a Lista D, apesar dessa ligação a Tomás Correia?
Eu faço essa ligação desde logo vendo que os apoiantes da Lista D vários são apoiantes de Tomás Correia. Isso é claro. A maioria dos apoiantes de Tomás Correia foi toda para ali.

Tomás Correia faz campanha pela “Lista D” nas eleições ao Montepio

Isso não o deixaria desconfortável, tendo sido tão crítico de Tomás Correia?
Se eles obtiverem votação temos de fazer… Eu também não ponho num canto as pessoas porque estiveram com Tomás Correia, não os considero renegados…

Mas não estamos a falar do passado, é de um apoio que existe atualmente como o próprio Eugénio Rosa afirma existir…
Eu sinto-me desconfortável com muita coisa, sobretudo com a situação atual do Montepio. O que me move, fundamentalmente, é a recuperação do Montepio, eu ponho isso acima de tudo o resto. Nas últimas eleições estive numa lista apoiada pelo Bagão Félix, ou seja, colocamos o interesse do Montepio acima dos interesses pessoais ou ideologias.

"Os apoiantes da Lista D vários são apoiantes de Tomás Correia. Isso é claro. A maioria dos apoiantes de Tomás Correia foram todos para ali. Mas se eles obtiverem votação temos de fazer [pontes]... Eu também não ponho num canto as pessoas porque estiveram com Tomás Correia, não os considero renegados..."

“Quem manda no banco já não é Virgílio Lima, é Pedro Leitão”

O banco tem em curso um processo de saídas…
Sim, o Dr. Virgílio Lima diz que não faz despedimentos mas isso não é verdade. Então um diretor comercial que estava a completar 60 anos foi empurrado para a rua – ele acabou por aceitar o despedimento, mesmo tendo pedido para ficar até aos 60 anos, empurraram-no para a rua e nomearam uma nova diretora comercial que anda a fazer vídeos de receitas de cozinha e a mandar a todos os trabalhadores. Eu tenho a impressão de que o Dr. Virgílio Lima já não manda no banco, é o Dr. Pedro Leitão, que me parece ter uma personalidade agressiva e convencida, e do que conheço do Dr. Virgílio Lima ele não é pessoa para enfrentar alguém assim e por isso é que diz que tudo o que vem de lá é bom e que vai recuperar…

Mas não vê, pelo menos, uma tendência positiva nos resultados do banco?
Por exemplo as últimas contas estão um bocado manipuladas… No terceiro trimestre quis-se reduzir os prejuízos para dizer que o banco estava a recuperar, em momento de eleições, então praticamente não se constituíram imparidades de crédito neste trimestre. Ainda por cima, num banco que teve 2.500 milhões de euros de moratórias – é natural que muito desse crédito tenha problemas. Mas como estas contas trimestrais não são auditadas pôde-se fazer esta manobra. Isto é uma forma de trabalho que dizemos que com isto não vamos longe… É preciso pôr no banco uma equipa profissional, competente, de pessoas de fora mas também pessoas de dentro.

Como tem (sobre)vivido a mutualista. “Bem, tem-se pago com o dinheiro que vai entrando…”

Tendo em conta as dificuldades financeiras da Mutualista, vê risco de perda de capitais?
Uma coisa que me preocupa muito é que a poupança média no Montepio é de cerca 12, 13 mil euros. São poupanças de uma vida. E note que as residências para idosos que foram construídas não são para os associados, são residências construídas em zonas caras – o Oriente, a Linha [de Cascais], o centro de Lisboa – por isso é preciso pagar mensalidades de 3.000 euros por mês, que é um valor que a esmagadora maioria dos mutualistas não tem. Mas esses 12 ou 13 mil euros se se perderem tem um impacto tremendo nessas pessoas…

Há esse risco?
Risco? Ouça, o banco há 14 anos que não transfere nada para a associação, mas a associação tem aplicados no banco 2.420 milhões de euros, como disse o Dr. Virgílio Lima. Aquilo não tem rentabilidade, como é que se pagam os rendimentos aos associados?

Mas isso é verdade há muitos anos, ou seja, não é novidade. E ainda não foi necessário [impor perdas aos mutualistas]…
Bem, tem-se pago com o dinheiro que vai entrando… (risos).

Risco de perdas para associados? "O banco há 14 anos que não transfere nada para a associação, mas a associação tem aplicados no banco 2.420 milhões de euros, como disse Virgílio Lima. Aquilo não tem rentabilidade, como é que se pagam os rendimentos aos associados?". Como é que tem sido até agora? "Bem, tem-se pago com o dinheiro que vai entrando... (risos)".

Montepio precisa de “garantia do Estado” para se endividar a 1% ou 2% (e não a 9% ou 10%)

Tem dito que o Montepio acabará por necessitar de algum tipo de apoio do Estado. Mas disse há poucos dias, em entrevista ao jornal Eco, que não seria um resgate mas algum tipo de garantia. Como é que funcionaria na prática?
O Banco Montepio, além da falta de competência da administração, tem um problema de rácios de capital – ou seja, os capitais próprios sobre o ativo ponderado pelo risco. Uma parte significativa desses rácios de capital é consumido por créditos improdutivos, que não estão a dar rendimento no banco – e uma forma de dar capital ao banco é tirar de lá esses ativos.

Está a tentar-se fazer isso, com o tal veículo que está a ser proposto aos supervisores…
Mas o grande problema é outro, que ele não explica. O problema é que, para isso, uma empresa tem de comprar ao banco esses ativos, é obrigatório. Não é transferir para outra empresa, simplesmente. Tem de comprar e entregar o dinheiro. A associação mutualista não tem dinheiro para comprar aquilo – são 1.200 milhões de euros, mas na última assembleia o presidente do conselho de administração do Banco Montepio falava em 2.000 milhões de euros. É preciso ter dinheiro para reembolsar o banco e a única forma de obter esses meios é ir ao mercado e pedir esses meios. Mas se a associação obtiver uma garantia do Estado, em vez de pagar uma taxa de 9% vai pagar uma taxa de 1% ou 2%. Uma taxa de 9% não é sustentável.

Montepio. Eugénio Rosa e Ana Drago em lista alternativa para a mutualista

Então, se for eleito vai avançar imediatamente para isso, logo no primeiro dia?
Primeiro é fazer uma proposta ao Governo e discutir com o Governo. Porque a meu ver o Governo tem muita responsabilidade naquilo que aconteceu no Montepio.

Qual Governo? Este Governo?
Os sucessivos governos. Por exemplo, eu falei com o Vieira da Silva sobre a situação, porque o regulador na altura era só o Ministério do Trabalho e Segurança Social. Eu digo que teve responsabilidade porque o Código das Associações Mutualistas fixa como limite de aplicação numa única empresa um máximo de 10% do ativo…

O Dr. Virgílio Lima disse que não é verdade, isso…
Se não sabe ler, que peça a um advogado para ler. Está lá escrito, sempre foi assim.

O que dizia Vieira da Silva. “O que é que posso fazer? Se atuo vou criar uma confusão ainda maior…”

Então mas o Governo tem responsabilidades, estava a dizer…
Sim, porque o Governo não fez cumprir a lei. A associação mutualista investiu na Caixa Económica [Banco Montepio] mais de 50% ou 60% do ativo. E a lei não deixava.

E a questão dos ativos por impostos diferidos (DTA), que já criticou várias vezes no passado considerando que não é um verdadeiro ativo…
Aí o Governo também foi cúmplice, neste caso, o Ministério quando era liderado por Vieira da Silva. Fui falar com o Vieira da Silva, várias vezes, dizendo que “vocês criaram esta situação… Como é que a resolve”. E ele dizia…. “Mas o que é que eu posso fazer? Já está criado, o que é que eu posso fazer? Se eu agora intervenho vou criar uma confusão ainda maior…”. Portanto, o que o Governo faz é empurrar as coisas com a barriga, para a frente. Esta situação tem de ser encarada e eles têm de assumir responsabilidades por esta situação que foi criada porque se permitiu esta violação reiterada da lei. O que se tem de pedir ao Governo não são as ajudas como os outros bancos pediram, mas apenas uma garantia para que a empresa possa ir ao mercado buscar meios a um juro que seja comportável. Pagar 9% ou 10% de juros é impossível para a associação mutualista.

Existe sempre um grande enfoque nas eleições para o conselho de administração, mas a 17 de dezembro também se elegem os representantes para a Assembleia de Representantes. Que papel é que acredita que esse órgão pode ter e, do ponto de vista da Lista C, qual é a ambição de assentos entre os 30 lugares disponíveis? O que é que era um bom resultado?
Um bom resultado era nós ganharmos a maioria (risos). Mas para isso tínhamos de ter quase 50% dos votos, embora o Método de Hondt possa desvirtuar um pouco isto. A questão da Assembleia de Representantes é que temos consciência de que vai acontecer uma coisa muito parecida com o que acontece na Assembleia da República. Como há quatro listas vai haver uma fragmentação… Não vai haver nenhuma lista com maioria absoluta, falando com realismo. E o desafio que se vai colocar é construir essa unidade na Assembleia Representantes, muitos dos poderes que eram da Assembleia Geral passam para a Assembleia de Representantes. Aprovação das contas, aprovação do plano de atividades… Pode dificultar muito o trabalho do conselho de administração portanto penso que todas as listas têm consciência de que é preciso encontrar uma plataforma maioritária de representantes para a mutualista poder funcionar e sair da crise e da situação extremamente difícil.

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