“Eu pergunto: ‘Porque é que não posso ver [os dados]?’. E eles respondem sempre: “É confidencial e sensível. Desculpa, Dmitry, não podes ver’. É assim que funciona”. O diálogo foi relatado ao Observador pelo próprio Dmitry Kulish, professor do Instituto Skolkovo de Ciência e Tecnologia (Skoltech), depois de esta semana Vladimir Putin ter anunciado que a Rússia se tinha tornado o primeiro país a registar uma vacina contra o coronavírus.
A curiosidade e confusão deste professor russo face à ausência de dados publicados em revistas científicas é equivalente à da comunidade internacional, por isso ele insistiu com os colegas envolvidos na investigação: “Porquê?”.
“Nesta situação de histerismo não podemos e não vamos publicar nada”, terão dito os responsáveis pela vacina Sputnik ao professor do Skoltech. “A explicação é muito prática”, diz, enumerando os argumentos que lhe terão sido avançados pelos colegas. Primeiro, é preciso patentear a inovação e o processo leva cerca de meio ano. Depois, se publicarem alguma coisa, o mundo vai criticá-los e atacá-los, porque a Rússia está em competição com o resto do mundo. “Publicar agora é como ir para a guilhotina, mesmo que sejam grandes cientistas.”
Por fim, a competição económica. “Apesar de a vacina contra a Covid-19 ter como objetivo salvar a humanidade, não deixa de ser um negócio.” E esta experiência ainda precisa de muito investimento, portanto os financiadores têm de a ver como algo rentável.
O Ministério da Saúde russo anunciou este sábado em comunicado que “o primeiro lote da nova vacina contra o coronavírus do Instituto de Investigação Gamaleia foi produzido”. Contudo a opacidade à volta de todo o processo mantém-se.
Covid-19: Rússia anuncia produção do primeiro lote de vacina
Dmitry Kulish falou ao Observador de duas outras vacinas em ensaios clínicos, mas admitiu: “Infelizmente, é a mesma história, não é possível encontrar nenhuma publicação científica. E, acredite, isso deixa-me chateado”. Para este académico russo, o dinheiro acaba por dificultar a transparência: “O problema é que os empresários russos são extremamente competitivos e paranóicos. E a corrida histérica contra a Covid-19 não é só saúde, são grandes negócios”.
Mas o grupo do Centro de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Nikolai Gamaleia, que está a desenvolver a vacina financiado pelo Fundo Russo de Investimento Direto, não é o único a escolher patentear antes de mostrar resultados. Os colegas de outras farmacêuticas dizem-lhe o mesmo: “Foi o que nos ensinaste, primeiro a patente, depois a publicação”. Kulish reconhece que, enquanto professor de Inovação, é o que tenta transmitir aos alunos: “Se inventaram algo que pode ser comercializado, primeiro registam a patente e depois publicam os resultados”. A ideia é não perder a propriedade intelectual da descoberta.
“Se ficarmos dependentes de uma farmacêutica, não podemos negociar”
Anton Gopka, diretor da Faculdade Gestão de Tecnologia e Inovação da Universidade de São Petersburgo de Tecnologia da Informação, Mecânica e Ótica (ITMO), também lamenta a falta de transparência e fiabilidade do processo, com um anúncio oficial sem dados científicos publicados. “É questionável se estes dados [os poucos conhecidos] podem ser totalmente confiáveis, até porque os voluntários são saudáveis, mais ou menos jovens, e não são como a população em geral”, diz o cientista russo ao Observador.
Sputnik V: o que já se sabe sobre a primeira vacina da Covid-19 que Putin acaba de anunciar
Mas apesar de achar que “os ensaios clínicos e a comunicação científica deviam ter sido feitos de uma forma mais profissional e confiável”, Anton Gopka admite que existem bons motivos para celebrar terem sido os primeiros a licenciarem uma vacina que vise combater a pandemia que já matou quase 750 mil pessoas em todo o mundo. A começar pelo prestígio.
Dmitry Kulish concorda. “Não vou negar que estamos orgulhosos com este desenvolvimento”, diz. “Para o povo russo, é importante ser respeitado e mostrar que somos inteligentes e estamos a fazer coisas importantes. Não se trata só de fazer a Rússia novamente grande, trata-se de criar tecnologia excecional que é globalmente competitiva, e isso, para nós, são coisas diferentes.”
Esta capacidade científica e tecnológica, por um lado, e a independência, por outro, também são destacados por Gopka. “Se queremos vacinar dezenas de milhares de pessoas isso requer muito dinheiro”, diz. “Se ficarmos dependentes de uma grande empresa farmacêutica e não tivermos alternativa, não podemos negociar o preço.” Neste momento, são as farmacêuticas da Europa, Estados Unidos e China que se encontram mais avançadas no desenvolvimento das vacinas contra o SARS-CoV-2.
O registo da vacina, porém, não a põe necessariamente à frente das concorrentes, nem significa que vai já começar a ser distribuída pela população. “Muitas pessoas acham que o registo anunciado significa que o povo russo será vacinado a partir de amanhã [esta quarta-feira]”, critica o professor do Skoltech. “Mas o Presidente Putin disse claramente que o público russo só terá acesso à vacina em janeiro ou fevereiro do próximo ano.”
Antes disso, explica o especialista em indústria farmacêutica e biotecnológica, é preciso produzir milhões de doses e ter, pelo menos, dados preliminares dos ensaios clínicos feitos após o registo. E que ensaios são estes? Na prática funcionam como os ensaios clínicos de fase 3 que antecedem o licenciamento, com milhares de pessoas para testar a eficácia, mas com protocolos menos rígidos. Kulish acredita, no entanto, que este ensaio será feito “em condições estritamente controladas para diminuir quaisquer riscos”. Mas vê a vantagem em se acelerar o processo no âmbito dos registos especiais em situações de emergência.
“Para muitos, o argumento mais forte é o Presidente ter vacinado a filha”
A mensagem do Presidente russo surpreendeu não só por ter aprovado uma vacina que ainda não completou os ensaios clínicos, que atestam segurança e eficácia, mas porque contou que uma das suas filhas também tinha sido vacinada. “Para se compreender a importância desta declaração é preciso dizer que Vladimir Putin praticamente nunca fala da sua família, é um dos líderes mundiais mais reservados nesse sentido”, realçou José Milhazes, neste ensaio publicado no Observador.
Anton Gopka acha que esta informação basta para convencer a população a vacinar-se: “Para muita gente, o argumento de que o Presidente deu a vacina à filha é mais forte do que qualquer outro.” O fundador do fundo de investimentos em ciências da vida ATEM reconhece a estratégia usada. “A pessoa que toma decisões estratégicas para o país terá ouvido muitos cientistas — claro que se espera que haja uma representação dos melhores cientistas na Rússia —, que explicaram os riscos, etc. Então, [o Presidente] toma esta decisão, baseado num determinado conjunto de dados, e vacina a filha”, diz. “Para as pessoas isto significa que é a sério e que resulta.”
Dmitry Kulish considera que as pessoas não vão resistir a serem vacinadas, nem receia os movimentos antivacinação. “[As pessoas] só querem ter a vacina na mão, esquecer a Covid-19 e retomar as vidas normais outra vez. Não querem saber de [argumentos] emocionais ou científicos.” O confinamento foi um “acordo social” para tentar travar a pandemia, apesar de muitas pessoas não acreditarem que o vírus existia ou que deviam sacrificar os seus negócios, conta o professor. Agora, a vacinação em massa da população deverá funcionar da mesma forma — apesar de Putin ter anunciado que a vacina não era obrigatória.
“Estamos tão fartos do confinamento e do isolamento social por causa da Covid-19 que queremos que o governo faça qualquer coisa para o travar”, diz Dmitry Kulish, depositando todas as esperanças na vacina russa. “Agora que sabemos que tudo vai acabar em breve e que o governo anunciar que a vacina está pronta, vamos todos vacinar-nos e tudo acabará — a Covid-19 e o isolamento — e voltaremos à vida normal.”
“Se me oferecessem uma dose, ia tomar a vacina em frente dos jornalistas”
“O mundo inteiro acredita que [com este anúncio] a Rússia está armada em vaidosa, que pretende ser super poderosa em termos científicos e globais, mas que não tem nada”, constata o professor do Instituto Skolkovo de Ciência e Tecnologia (Skoltech). Acha que esta ideia não passa de “uma teoria da conspiração”, mas também admite que “é muito difícil acreditar em declarações dramáticas quando não há publicações, nem registos de ensaios clínicos” — neste caso os de fase 2 e fase 3.
Apesar do secretismo que rodeia a investigação, Kulish confia que há “desenvolvimentos farmacêuticos confiáveis”, a tal ponto que não teria problemas em fazer de uma espécie de cobaia: “Se amanhã me oferecessem uma dose da vacina, eu e a minha família íamos tomá-la, em frente dos jornalistas se fosse preciso”.
Este professor entende as dúvidas da comunidade internacional e dos próprios académicos russos, confusos e descontentes por não terem acesso a mais informação, mas confia na investigação por ter fontes privilegiadas: um dos responsáveis pelo desenvolvimento da vacina Sputnik V foi seu professor na universidade, outro foi parceiro de negócios. Ele próprio é um investidor e três dos sete projetos que está a financiar estão relacionados com desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. “Se continuo otimista é porque acredito nos meus colegas”, afirma. Primeiro, porque conhece a maior parte das pessoas envolvidas na experiência, sobre as quais diz que “são muito bons especialistas”, que “são respeitados e honestos”. Segundo, porque esta equipa esteve antes a trabalhar num vacina contra o ébola, com bons resultados, que foram publicados numa revista científica.
A vacina Sputnik V é baseada em adenovírus — que funcionam como uma caixa que leva as partes dos coronavírus que devem ativar o sistema imunitário —, uma tecnologia em desenvolvimento no Instituto Gamaleia há cerca de 10 anos. A vacina contra o ébola também usava esta tecnologia, “portanto, pelo menos metade do trabalho está feito”, diz Kulish.
“Eles prometeram publicar os resultados de todo o ensaio clínico desta vacina contra a Covid-19 dentro de aproximadamente meio ano, quando concluírem a terceira fase”, conta o professor. Ou assim que tenham a patente registada — que talvez aconteça mais ou menos pela mesma altura — segundo anunciaram os cientistas numa declaração publicada no YouTube.
O cientista recorda ainda que a Rússia tem um longo historial de investigação na área da imunologia e vacinação — por exemplo, contribuíram para a criação da vacina contra a poliomielite há mais de 60 anos. “A vacina da poliomielite teve um papel importante no combate a esta epidemia em todo o mundo. Metade do fornecimento da vacina vinha da Rússia.”
Quatro vacinas registadas até janeiro?
Dmitry Kulish não pode garantir, mas “está bastante confiante” que em breve haverá mais três vacinas contra a Covid-19 a serem autorizadas na Rússia, porque a vacina do Instituto Gamaleia, que não completou os ensaios clínicos de fase 2 nem começou os de fase 3, abriu um precedente no registo facilitado de novas vacinas para combater a pandemia.
Uma das vacinas em estudo é, exatamente, a vacina contra a poliomielite — à semelhança do que também está a ser feito com a vacina contra a tuberculose (BCG). A vacina da poliomielite não é feita para coronavírus, mas a resposta imunitária potente que desencadeia, nomeadamente com a produção de células T (que não precisam de encaixar perfeitamente no vírus como os anticorpos), pode ser usada como um detonador do sistema imune, explica Dmitry Kulish, que já trabalhou na empresa Nanolek que está a conduzir o estudo.
Pode a BCG, a vacina contra a tuberculose, ajudar no combate ao coronavírus?
Se o Instituto Gamaleia, de Moscovo, beneficiou dos apoios do Estado para o desenvolvimento de uma vacina contra o ébola e MERS, que agora adaptou para o SARS-CoV-2, o Instituto Vector (Centro de Investigação Estatal de Virologia e Biotecnologia), na Sibéria, fez o mesmo. Agora, o Instituto Vector transferiu a tecnologia para a empresa Biocad, que “tem a melhor capacidade farmacêutica da Rússia”, diz o professor do Skoltech. “Vai ser fácil para eles produzir a vacina sem investimentos adicionais.”
A quarta vacina referida pelo cientista não é de origem russa. A R-Pharm — com a qual este professor russo já colaborou — anunciou que vai produzir nas suas fábricas a vacina da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford. A licença permitirá vender a vacina na Rússia, Ásia e países árabes, mas para mais nenhum país do mundo, diz o académico. “Assim que a AstraZeneca registe a vacina no Reino Unido — em novembro ou dezembro, como planeiam —, a Rússia pode imediatamente registar a vacina também.”
Qual é o interesse de ter quatro vacinas na Rússia? Ou quase 30 vacinas em ensaios clínicos em todo o mundo? Por um lado, ainda não se sabe qual delas, ou se alguma delas, será eficaz para prevenir a infeção contra o SARS-CoV-2. Por outro, se uma ou várias se mostrarem eficazes, podem sê-lo apenas (ou especificamente) para uma parte da população, como crianças, doentes crónicos ou pessoas com sistema imunitário debilitado. Depois, é preciso ter capacidade para produzir doses de vacinas para serem distribuídas por todo o mundo. E, finalmente, este é um negócio importante para as farmacêuticas, pelo que pode significar em lucros e prestígio.
Os efeitos secundários indesejáveis e a incógnita sobre a eficácia
A única fase dos ensaios clínicos com alguma informação é a primeira, cujos objetivos são “avaliar segurança, tolerabilidade e imunogenicidade” do produto. “De forma geral, as empresas não são obrigadas a revelar os resultados dos ensaios clínicos” — nem na Rússia, nem nos outros países do mundo, diz Anton Gopka. (Com a Covid-19, no entanto, tem-se assistido a uma situação excecional, com as empresas e grupos de investigação a partilhar “muito mais informação”). Portanto, “não é errado”, mas “definitivamente não é transparente”. “Pedem-nos para acreditar nos membros do governo. E se alguma coisa der errado com um medicamento que aprovaram, com base em testes clínicos confidenciais, vão ser processados. E já aconteceu”, acrescenta Dmitry Kulish.
Os dois ensaios da primeira fase, com 38 pessoas cada, foram registados no portal ClinicalTrials.gov (aqui e aqui), alojado no site dos Institutos Nacionais de Saúde norte-americanos. Os resultados foram apenas anunciados pelo ministro da Defesa, mas até isso é pouco transparente. “Se queremos jogar a nível global temos de seguir as regras”, diz o fundador da ATEM.
O pouco que se sabe sobre as experiências feitas com a vacina Sputnik levou a comunidade científica russa e internacional a suscitar algumas questões. A começar pelos voluntários escolhidos: parte deles são militares. Se, por um lado, não se enquadram nas características da população em geral — espera-se que sejam mais saudáveis e mais ou menos jovens —, por outro, há o risco de não estarem no estudo de livre vontade.
Vacinas. Dos resultados promissores ao que ainda pode correr mal
Mesmo ignorando a escolha pouco diversificada dos voluntários, as declarações feitas sobre os efeitos secundários não podem ser postas de lado, até porque não são coincidentes entre várias fontes. A médica Svetlana Voltchikhina, uma das responsáveis clínicas pelos ensaios, disse que as funções vitais dos voluntários estiveram “dentro dos limites normais”, sem nenhum dano colateral grave ou complicações — isto após 18 voluntários terem terminado a experiência.
Mas Alexander Lukashev, diretor do Instituto de Parasitologia Médica, Doenças Tropicais e Transmitidas por Vetores da Universidade Sechenov, juntou um dado adicional relevante: ainda que a vacinação não tivesse causado efeitos negativos no organismo dos voluntários, houve um aumento da temperatura corporal após a injeção, que estabilizou ao fim de alguns dias. Ou seja, febre, tal como aconteceu com a filha de Vladimir Putin.
A febre que muitos voluntários reportaram é um efeito secundário comum em algumas vacinas, mas Anton Gopka lembra que, neste caso, e tratando-se de uma vacina em estudo, é preciso que este efeito secundário seja mais bem investigado. “Se sabemos que algumas pessoas ou todas tiveram temperaturas altas, isso é um sinal de alerta.” A preocupação do diretor da ITMO são os grupos de risco aos quais se pretende dar a vacina: profissionais de saúde, idosos e pessoas com doenças crónicas.
O jornal Fontanka, de São Petersburgo, que afirma ter tido acesso ao relatório do ensaio clínico elaborado pelo Instituto Gamaleia, diz que não foram testadas pessoas em número e diversidade suficiente para ter um quadro completo dos efeitos adversos. Ainda assim, foram registados 144 eventos adversos — nem todos com a mesma gravidade. Destes, 31 ainda não tinham passado ao fim do 42.º dia de observação . Tendo em conta o protocolo, as vacinas terão sido dadas no primeiro e no 21.º dia, o que significa quase 20 dias com sintomas indesejáveis.
Vadim Tarasov, diretor do Instituto de Medicina Translacional e Biotecnologia da Universidade, acrescentou ainda outro problema: alguns dos participantes, que estiveram em isolamento total, ficaram psicologicamente afetados. O especialista garante, no entanto, que todos tiveram acompanhamento profissional para solucionar esse problema. “Se é necessária a intervenção de profissional especializado significa que se trata de um efeito secundário grave”, diz Anton Gopka. O que não é exatamente o que foi anunciado oficialmente.
Claro que assumir o risco de usar um tratamento com efeitos secundários tem de ser compensado pelos efeitos benéficos que possa ter. A página do Instituto Gamaleia anuncia que “a vacina induziu anticorpos fortes e uma resposta imunitária celular”, mas isso quer tão somente dizer que o sistema imunitário reconheceu um agente estranho e o atacou com as ferramentas que tinha.
O relatório citado pelo jornal Fontanka é claro neste aspeto: “A capacidade protetora é atualmente desconhecida. A duração da proteção é desconhecida. Não foi realizado nenhum estudo clínico para estudar a eficácia epidemiológica.”
Evolução das vacinas contra a Covid-19: AstraZeneca procura aprovação na Rússia
A ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu durante a conferência de imprensa da DGS desta quarta-feira que o Infarmed terá todos os meios ao seu dispor para avaliar o acesso a uma vacina contra a Covid-19 em Portugal. “Ninguém está disponível para desperdiçar uma oportunidade para responder a esta doença que tem causado tantas dificuldades”, diz Marta Temido. Mas reforça: “O que interessa, quando tivermos a vacina, é que ela seja segura, eficaz e responda às necessidades dos portugueses”.
É preciso esperar para avaliar se vacinar a população toda na Rússia como se fosse um ensaio de fase 3 vai resultar bem ou se vai ser uma “oportunidade perdida de dar a melhor vacinação à população”, diz Brian Oliver, líder do grupo de Patogénese Molecular Respiratória na Universidade de Tecnologia de Sidney. “Contudo, se a vacinação se mostrar bem sucedida, estou certo de que as pessoas vão perguntar porque é que os outros países não escolheram esta opção.”