Portugal é um dos países da OCDE onde há uma maior percentagem de casais com filhos em que ambos os pais trabalham. É, também, um dos países onde há, à partida, menor recurso ao teletrabalho e menor percentagem de mães com trabalhos em part time, designadamente pessoas que fizeram essa opção para terem mais tempo para os filhos. Estas são algumas das razões que mostram como Portugal deverá ser uma das economias mais penalizadas por um eventual novo fecho das escolas – uma decisão que, segundo pesquisa económica recente, é capaz de penalizar, a longo prazo, o produto económico e os rendimentos individuais futuros de forma potencialmente irreversível.

Para já, o Governo indicou, pela voz do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que está “inclinado” para manter as escolas abertas, pelo menos para já. Mas o primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta segunda-feira que o confinamento a anunciar esta semana será, muito provavelmente, “muito próximo” do de março – em que a decisão de mandar os alunos para casa foi das medidas que mais afetaram a vida de uma parte significativa da população. E isto quer dizer que as escolas, afinal, vão fechar? Costa disse que a “vontade do Governo” não é essa e cita os especialistas: “a posição mais consolidada por parte dos peritos não aponta para o encerramento dos estabelecimentos escolares”.

A hipótese estará a causar preocupação a muitos pais, numa altura em que o Governo não abre o jogo sobre o que vai decidir na quarta-feira sobre as escolas: se vão continuar a funcionar ou se vão fechar (como aconteceu no confinamento geral iniciado em março que, ao contrário do que foi recomendado pelo Conselho Nacional de Saúde Pública, envolveu desde o início o fecho das creches e pré-escolas e, também, a passagem das aulas para plataformas remotas).

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