Se os sacos que as mães e os pais carregam para a praia – enormes, atulhados até acima – não escondem nenhum segredo, sabendo-se perfeitamente o que levam dentro (toalhas, brinquedos, comida, água e chapéus, entre mil e uma outras coisas imprescindíveis), já os protetores solares, que também vão dentro do saco, nem sempre se sabe o que contêm. E isso, claro, é determinante para aferir a sua qualidade – que deve ser máxima – tendo em conta os malefícios dos raios solares. Com efeito, estamos todos conscientes dos perigos de apanhar sol sem proteção, já que a exposição à radiação ultravioleta (UV) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de cancro da pele.
Mas quais são os fatores a que importa prestar atenção na hora de comprar um protetor solar? De acordo com o dermatologista Diogo Forjaz, “no momento da escolha de um protetor solar, o mais importante é verificar o seu índice de proteção contra as radiações UVA e UVB”, pois “estes filtros são determinantes no nível de proteção que vamos proporcionar à nossa pele e a duração efetiva da mesma proteção”. Quanto à diferença entre os raios UVA e UVB, importa ter presente que, de todos os raios solares que chegam à terra, 5% é radiação UV, a qual é muito forte e pode ser prejudicial ao ser humano. Enquanto os raios UVA contribuem para o envelhecimento precoce da pele, os raios UVB são responsáveis pelas queimaduras e bronzeado, pelo que a pele deve ser protegida do efeito de ambos.
Segundo o especialista, “é importante escolher um protetor adequado ao nosso fotótipo [ver destaque] e características da nossa pele, ou seja, quanto mais baixo o fotótipo da pele, mais elevado o índice de proteção solar deve ser e é imprescindível que tenha uma proteção UVA e UVB eficaz e duradoura”. O médico lembra que existem vários índices de proteção solar [SPF, na sigla em inglês] disponíveis no mercado, nomeadamente, de baixa proteção (SPF 6/10), média proteção (SPF 15/20/25), alta proteção (SPF 30/50) e de muita alta proteção (SPF 50+). “Como é óbvio, como dermatologista, recomendo sempre o de muita alta proteção”, afirma, acrescentando ainda que “para manter a integridade da pele devemos adequar o protetor solar ao tipo e/ou estado de pele de cada pessoa”. Desta forma, “uma pele sensível deverá evitar filtros químicos e uma pele seca deve aplicar soluções mais nutritivas”, explica.
É importante escolher um protetor adequado ao nosso fotótipo [ver destaque] e características da nossa pele, ou seja, quanto mais baixo o fotótipo da pele, mais elevado o índice de proteção solar deve ser e é imprescindível que tenha uma proteção UVA e UVB eficaz e duradoura”
Sabe qual é o seu fotótipo?
Conhecer o fotótipo da pele é importante, pois é esta informação que indica como cada pessoa deve proteger-se do sol, sendo que quanto menor for o fotótipo, maiores deverão ser os cuidados durante a exposição solar, incluindo a utilização de SPF elevados. Existem seis fotótipos:
Fotótipo 1 – Peles muito claras, frequentemente com sardas. Cabelos loiros ou ruivos e olhos claros (azuis ou verdes). A pele é extremamente sensível ao sol, queima sempre e não bronzeia. Deve usar-se sempre proteção solar com SPF 50+.
Fotótipo 2 – Peles igualmente claras, mas um pouco menos que as do fotótipo 1. Cabelos e olhos claros. A pele é sensível ao sol e bronzeia muito pouco, queimando com facilidade.
Fotótipo 3 – Peles claras a médias, com cabelos loiros escuros ou castanhos e olhos de cor variável. A pele é ligeiramente sensível ao sol e bronzeia-se progressivamente, mas requer proteção adequada, caso contrário também se queima.
Fotótipo 4 – Pele castanho-clara, cabelos castanho-escuros ou pretos e olhos escuros. A pele é robusta e bronzeia com alguma facilidade, queimando pouco. O bronzeado dura muito tempo.
Fotótipo 5 – Pele média a escura, cabelos castanhos ou pretos, olhos escuros. Bronzeia muito e com facilidade, queima muito pouco, mas isso não significa que possa prescindir de proteção solar.
Fotótipo 6 – Pele escura ou muito escura, cabelos pretos e olhos escuros. Raramente queima. Ainda assim, quem pertence a este fotótipo também deve usar proteção solar, embora com baixo SPF.
Um protetor específico para cada necessidade
Uma das dúvidas que surge frequentemente quando se compram os protetores solares para a família prende-se com a importância de se usarem diferentes fórmulas para adultos e crianças. Diogo Forjaz confirma que é importante fazê-lo, porque “a pele das crianças tem uma estrutura mais fina e sensível e um microbioma ainda em formação”, razão por que “é essencial que apliquem protetores solares sem perfume para terem um maior escudo protetor e com o maior índice de proteção disponível para reduzir o risco de aparecimento de patologias solares futuras na idade adulta”.
A pele facial é mais fina e sensível e a utilização continuada de protetores corporais no rosto pode desequilibrar a sua microbiota, deixando-a mais sensível e vulnerável a reações alérgicas e imperfeições cutâneas”
Da mesma maneira, o especialista aconselha a aplicação de protetores solares diferenciados no rosto, uma vez que as características da pele desta zona são distintas das do corpo. “A pele facial é mais fina e sensível e a utilização continuada de protetores corporais no rosto pode desequilibrar a sua microbiota, deixando-a mais sensível e vulnerável a reações alérgicas e imperfeições cutâneas”, justifica. No mesmo sentido, reforça que existem até “protetores específicos para as áreas perioculares [ao redor dos olhos] e mucosa labial, que são áreas anatómicas do rosto ainda mais sensíveis”.
Outra questão que também surge com alguma regularidade prende-se com a necessidade de as peles muito morenas e negras usarem, ou não, proteção solar. O clínico deixa bem claro que, apesar de as peles com fotótipo mais elevado (ver destaque) terem uma maior proteção natural contra a radiação UVB, no entanto, “a sua melanina natural não as protege das radiações UVA, que penetra em maior profundidade e são as principais causas de alergias, de envelhecimento cutâneo precoce e da degeneração da pele, podendo conduzir ao aparecimento de problemas graves solares e carcinomas cutâneos”.
Como e quando usar protetor solar?
Tendo em conta que o sol nasce todos os dias e, mesmo quando está escondido atrás das nuvens, tem potencial para agredir a pele, Diogo Forjaz sublinha que “devemos utilizar um protetor solar adequado todo o ano”, embora “com mais regularidade durante o verão”. Além disso, o dermatologista esclarece que, ao contrário daquilo que a maioria das pessoas faz – que é colocar o protetor apenas quando chega à praia – “devemos aplicar o protetor solar adequado 30 minutos antes da exposição solar”. Depois, há que “reaplicar de duas em duas horas e, no fim, utilizar um creme regenerador e calmante para hidratar e proteger a pele, principalmente constituído por ácido hialurónico, vitamina E e antioxidantes, de modo a estar preparada para o dia seguinte”.
E mesmo que na embalagem seja referido que o protetor solar é resistente à água, torna-se necessário reaplicá-lo de duas em duas horas, porque “as soluções resistentes à água não invalidam a reposição da proteção quando existe uma exposição solar intensa e prolongada”, adverte. Ou seja, “temos sempre de repor a proteção solar, mesmo que nestes casos não seja necessário fazê-lo imediatamente após o contacto com a água”, destaca o Diretor Clínico da Clínica Forjaz e Coordenador do Departamento de Dermatologia do Hospital CUF Cascais.
É possível bronzear com SPF 50+?
Outro mito que também se ouve, no que toca à utilização de protetores solares, é que quem usa estes produtos com índice máximo de proteção (SPF50+) não consegue bronzear-se, mas aqui também importa repor a verdade. Desde logo, há que ter em conta que os fotótipos mais baixos têm dificuldade em bronzear, ou tal nunca chega a acontecer, independentemente de se usar, ou não, protetor solar. Aliás, nestes casos, se não usarem, a queimadura será a consequência mais óbvia.
Os protetores solares oferecem duas funções importantes: reflexão e absorção. Por um lado, os protetores adequados e recomendados conseguem refletir os raios solares nocivos. Por outro lado, têm uma capacidade de absorção da própria radiação não nociva, sendo importante absorver os raios solares ditos saudáveis, que nos dão vitalidade para fazermos a regeneração cutânea e estimular a melanina da nossa pele”
Além disso, o médico frisa que “os protetores solares oferecem duas funções importantes: reflexão e absorção. Por um lado, os protetores adequados e recomendados conseguem refletir os raios solares nocivos. Por outro lado, têm uma capacidade de absorção da própria radiação não nociva, sendo importante absorver os raios solares ditos saudáveis, que nos dão vitalidade para fazermos a regeneração cutânea e estimular a melanina da nossa pele”. Desta forma, “a aplicação contínua de protetor solar torna o bronzeamento cutâneo muito mais duradouro, muito mais bonito, prevenindo futuras queimaduras solares”, explica o também especialista em medicina estética, acrescentando que “as queimaduras solares são as mais perigosas, pois podem causar também queratoses actínicas [lesões cutâneas causadas pela exposição prolongada e repetida à radiação UV], patologias solares graves e conduzem ao aparecimento da flacidez e irregularidades cutâneas na fase adulta”.
E quanto à necessidade de absorção de vitamina D? Será que devemos optar por índices de proteção solares mais baixos para não comprometer a absorção desta vitamina imprescindível ao nosso organismo? Segundo Diogo Forjaz, “a vitamina D é sintetizada na pele pela absorção da radiação solar, no entanto, não necessitamos de uma longa exposição solar para este processo metabólico”. “Vinte minutos de exposição solar direta, de preferência nas primeiras horas da manhã, em que as radiações UV ainda não estão na sua fase mais agressiva, são suficientes para uma boa absorção”, concretiza, ressalvando que “a pele facial deverá sempre ser salvaguardada, pois é mais sensível”.
Nova marca de solares Wells: qualidade acessível a todas as bolsas
Num país em que o sol brilha praticamente todo o ano e é um cartão de visita, as necessidades dos portugueses no que à proteção solar diz respeito não devem ser descuradas. Nesse sentido, a Wells acaba de lançar a gama SOLARE, uma marca exclusiva de cuidados solares, com respostas para todas as necessidades e com uma característica importante: apresenta a qualidade das gamas habitualmente vendidas em farmácia, mas a preços mais acessíveis e adequados a todas as carteiras. Com efeito, os produtos Solare apresentam fórmulas hipoalergénicas, aprovadas por dermatologistas, especialmente desenvolvidas com os melhores ingredientes com vista a reduzir a probabilidade de reação alérgica. A gama Solare é composta por seis produtos:
Stick para lábios e cicatrizes 50+ – Com forte poder hidratante, protege eficazmente lábios e zonas sensíveis, como manchas e cicatrizes dos malefícios do sol. É apresentado num formato que favorece a aplicação.
Rosto 50+ – Protetor específico para o rosto contra os raios UVA e UVB, incluindo uma fórmula antienvelhecimento, enriquecida com vitamina E, reconhecido pela sua ação antioxidante, ácido hialurónico, pantenol e alantoína, ingredientes que promovem a hidratação da pele.
Corpo 30+ e 50+ – Formuladas para peles sensíveis com tendência a alergia ao sol, ambas as fórmulas protegem dos raios UVA e UVB, são hipoalergénicas, resistentes à água e têm uma textura invisível e de rápida absorção, enriquecida com ácido hialurónico e vitamina E, podendo também ser usadas no rosto. O produto FPS 30+ tem uma ação destinada a prolongar o bronzeado.
Kids 50+ – Tendo em conta as características específicas da pele dos mais novos, a fórmula criada para as crianças é hipoalergénica e não tem perfume, podendo ser também usada no rosto.
Afer Sun – Com a função de contribuir para regenerar a pele após a exposição ao sol, o after sun da gama diminui a temperatura da pele, hidrata intensamente, ajuda na reparação de queimaduras solares e prolonga o bronze. Inclui alantoína, mentol e pantenol na sua fórmula, além de ácido hialurónico e vitamina E.