Quando os escoceses foram às urnas na quinta-feira, no boletim de voto não estava a opção de votar a favor ou contra a independência da Escócia do Reino Unido. No entanto, ninguém tem dúvidas de que a possibilidade de um novo referendo foi a questão central destas legislativas escocesas, cujos primeiros resultados começaram a ser divulgados esta sexta-feira, sendo que os resultados finais, que permitem tirar conclusões ou pelo menos pistas sobre o futuro da relação entre Londres e Edimburgo, só vão mesmo ser conhecidos ao final do dia de sábado ou até no domingo.

Nestas eleições, está em jogo muito mais do que a eleição do próximo governo escocês ou dos 129 deputados do parlamento regional (o Holyrood). Se os independentistas conseguirem o bom resultado que anteciparam durante a campanha eleitoral, isto é, uma maioria de pelo menos 65 lugares, prometem convocar um referendo sobre a independência da Escócia até final de 2023, antevendo-se um embate com o governo de Boris Johnson, intransigente nesta matéria.

Que o Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) seria o partido mais votado nas legislativas desta quinta-feira, não existiam grandes dúvidas, com as sondagens a preverem uma vitória confortável. Conforme nota Sarah Smith, editora da BBC na Escócia, “a questão é saber qual o tamanho da maioria que [Nicola Sturgeon] vai ter”, sendo que a força dos independentistas é fundamental para perceber até que ponto a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, conseguirá pressionar Boris Johnson a ceder na realização de um novo referendo sobre a independência da Escócia — o último realizou-se em 2014, tendo 55% votado contra o fim da união que dura há 314 anos.

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