Quando decidiu fazer a sua primeira viagem sozinha pensou em grande: três meses a andar pela América do Sul. A família e amigos disseram-lhe que ia sentir-se sozinha, que era louca mas corajosa. “Não me senti corajosa nem tive medos, apenas fui e adaptei-me ao que ia encontrando”, conta Rita Andrade, que na época tinha 27 anos. “Não me senti sozinha uma única vez”. Para Rita Andrade, viajar sozinha é uma liberdade incomparável e, na Europa, é possível fazê-lo sem grandes planos, ao ritmo de cada cidade. “Vivemos num continente magnífico e temos mesmo de ir aproveitando sempre que podemos para o explorar!”, afirma.

“Acredito no poder de transformação das viagens, certamente tornam-nos pessoas mais humildes e tolerantes.” Depois da sua grande viagem pela América do Sul, Rita viajou sozinha por Myanmar e Malásia, no continente asiático, e confirmou as impressões da sua primeira viagem: “ao viajar sozinha sinto que a comunidade local mais facilmente me acolhe, talvez por ser mulher. Sinto quase sempre que me recebem de braços abertos e muitas vezes me ‘adoptam’”, conta.

Estar sozinha e ser mulher obriga-a a estar mais atenta, mas não ao ponto de sentir medo. “O mundo não é este lugar perigoso que às vezes parece, ao vermos os noticiários. A maior parte das pessoas são simpáticas e prestáveis e ajudam-te caso precises.” Isto permite entrar intuitivamente na cultura e ritmos locais, algo que não acontece tão facilmente quando viaja com os amigos ou com o namorado, nota.

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Natureza, arte e o pulsar das cidades

A somar a isto, há uma liberdade viciante. “Fazemos o que nos apetece ao sabor da nossa própria vontade”, diz, “é uma sensação de liberdade incrível sabermos que só dependemos da nossa própria vontade. Chega a ser viciante”.

Com o vício da viagem a solo e a vontade de mergulhar no modo de vida local, para Rita Andrade, a Europa é o destino ideal para não sentir uma certa pressão para ver tudo. É mais fácil regressar e, na despedida, há uma sensação de até já. “Adoro sentir, mesmo que por poucos dias, que vivo ali!”

O contacto com a natureza, com arte e a gastronomia local acabam por fazer sempre parte destes momentos num país desconhecido, mas é o ritmo das ruas que acaba por aproximar esta viajante da essência do lugar. “O que mais gosto é explorar a pé e sentir o pulsar da cidade. Deixar-me perder e é assim que normalmente vamos dar aos lugares mais giros e fora dos roteiros mais turísticos: visitar mercados locais, acordar cedo e explorar uma zona turística ainda sem ninguém; sentar-me num café e ver a cidade a acontecer”, exemplifica.

O último voo foi para Amesterdão, nos Países Baixos, e é um bom exemplo da forma como gosta de dar significado às suas viagens. “Já visitei várias vezes, adoro deixar-me perder nas suas ruas e seguir os canais. Se estivermos atentos há sempre pequenas coisas engraçadas, uma bicicleta decorada de uma forma mais colorida, um boneco pendurado numa árvore, uma loja vintage giríssima, um edifício bem mais estreito e até torto que os do lado. Adoro observar e sentir estas pequenas coisas”, conta.

Da Costa Amalfitana, em Itália, a Budapeste, na Hungria, passando por Sevilha, Madrid, Pedraza e outros recantos de Espanha, Rita Andrade não se cansa de repetir destinos dentro da Europa e vai registando tudo no perfil de instagram Rita and the World. É nesta página que dá espaço a outro hobbie: a fotografia. “Como sou uma pessoa muito visual e gosto de fotografia também procuro lugares bonitos onde possa ter uma vista interessante – idealmente subir àquela torre ou miradouro de onde posso ter uma visão 360º. Degraus não me assustam e normalmente valem a pena!”

Uma viagem é uma lição

“A viagem ideal para mim é sem grandes planos, com tempo para explorar sem pressa: mochila às costas e ao sabor de transportes locais e casas familiares, restaurantes de rua com menus que mal consigo entender. Gosto de não ter logo tudo definitivo e marcado para poder ajustar os planos ao que me vão dizendo e o que me aconselham localmente durante as viagens,” descreve

Contactar com quem vive nestas cidades é também forma de ter a imersão que procura na cultura local e uma certeza de que criará memórias e aprendizagens. “É essencial ir de mente aberta, pois a cultura e geografia mudam e as suas gentes também, mas é isso é que torna as viagens entusiasmantes! E aqueles lost in translation bem engraçados que sempre acontecem”, diz Rita Andrade.

A independência e liberdade que sente ao viajar sozinha conjugadas com este confronto cultural tornam as viagens algo estruturante da sua vida. “Todas as viagens que fiz marcaram-me sempre de alguma forma e educaram-me a muitos níveis.”

Aventure-se como a Rita e parta à descoberta da Europa com a KLM. É só escolher uma cidade e prepara-se para viagens inesquecíveis, desde o avião ao seu destino.

Todas as fotografias foram cedidas por Rita Andrade