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Ao fim de 16 anos, Angela Merkel deixa o poder. Armin Laschet, Annalena Baerbock e Olaf Scholz são os candidatos ao cargo de chanceler
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Ao fim de 16 anos, Angela Merkel deixa o poder. Armin Laschet, Annalena Baerbock e Olaf Scholz são os candidatos ao cargo de chanceler

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Ao fim de 16 anos, Angela Merkel deixa o poder. Armin Laschet, Annalena Baerbock e Olaf Scholz são os candidatos ao cargo de chanceler

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Serão precisos três para substituir Angela Merkel? Vazio deixado pela chanceler atira Alemanha para a incerteza

Candidatos não entusiasmam e sondagens mostram que, pela primeira vez, será preciso uma coligação com três partidos. CDU pode ter o pior resultado da sua história. Sonho dos Verdes está mais distante.

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O momento em que Armin Laschet é apanhado a rir enquanto, a poucos metros, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, tentava consolar os familiares das vítimas das cheias que causaram, em julho, mais de 180 mortos na Alemanha, pode muito bem ter sido o momento que definiu o rumo da campanha eleitoral alemã e deitou um balde de água fria na União-Democrata Cristã (CDU). Quando falta menos de um mês para as eleições do próximo dia 26 de setembro, a certeza de que o candidato democrata-cristão seria o vencedor deixou de existir e na Alemanha já se pensa no cenário complexo do pós-eleições, no qual formar governo, perante a incerteza e a imprevisibilidade, será um enorme quebra-cabeças.

Depois de quatro mandatos de uma liderança popular e emblemática, substituir Angela Merkel no comando da Alemanha seria sempre uma tarefa difícil e ingrata, independentemente de quem fosse o seu sucessor. Mas, com a falta de popularidade dos candidatos a chanceler— Armin Laschet, pela CDU, Olaf Scholz pelo Partido Social Democrata (SPD) e ​​Annalena Baerbock pelos Verdes —, associada ao facto de, pela primeira vez, haver uma corrida a três, o sistema político alemão está em transformação, com consequências ainda imprevisíveis.

After the storm in North Rhine-Westphalia

Armin Laschet a rir enquanto se assinalava o luto pelas vítimas das cheias da Alemanha. Desde esse momento, candidato da CDU tem caído nas sondagens

dpa/picture alliance via Getty I

“Esta é a primeira vez que a chanceler incumbente não concorre às eleições, e é por isso que o panorama político está tão turbulento. Depois de 16 anos, Merkel deixa um legado e vai ser muito difícil para qualquer um destes três candidatos preencher o vazio que fica”, explica ao Observador Peter Matusheck, diretor do departamento de investigação política no Instituto Forsa, que semanalmente analisa as intenções de voto na Alemanha. “Neste momento, não há nenhuma coligação de dois partidos possível e há uma série de combinações para uma coligação de três partidos. E isso é algo completamente novo no nosso sistema político”, acrescenta o analista político alemão.

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Na história da Alemanha do pós-guerra, a nível nacional, as soluções de governo foram sempre encontradas em coligações de dois partidos (sem contar que a CDU vai sempre a eleições com a União Social-Cristã — CSU—, o seu partido irmão na Baviera). Dos últimos 16 anos, 12 tiveram um governo formado entre a CDU/CSU e o SPD, interrompidos apenas por um governo dos democratas-cristãos e do Partido Liberal Democrata (FDP) entre 2009 e 2013.

"Depois de 16 anos, Merkel deixa um legado e vai ser muito difícil para qualquer um destes três candidatos preencher o vazio que fica”
Peter Matusheck, diretor do departamento de investigação política no Instituto Forsa

Para as eleições do próximo dia 26 de setembro, conforme mostram as sondagens, prevê-se um cenário bem diferente, com os grandes partidos em queda livre. De acordo com a última sondagem do Forsa, divulgada na terça-feira, o SPD lidera as intenções de voto, com 23%, seguindo-se a CDU com 21% e os Verdes com 18%. Entre os partidos sem candidato a chanceler, o FDP tem 12%, enquanto a Alternativa para a Alemanha (AfD, de extrema-direita), tem 11% e o Die Linke (esquerda radical) tem 9%.

Além destes números, que revelam a fragmentação do sistema político alemão, importa também olhar para a popularidade dos candidatos a chanceler, numa altura em que Angela Merkel continua a ser a figura política mais popular no país. Conforme revela ao Observador Peter Matusheck, a última sondagem Forsa mostra que Olaf Scholz, ministro das Finanças e candidato do SPD é o candidato favorito de 29% dos alemães, seguindo-se Annalena Baerbock, dos Verdes, com 15% das preferências, enquanto Armin Laschet, candidato da CDU e ministro presidente da Renânia do Norte-Vestefália, o estado mais populoso da Alemanha, não vai além dos 11%.

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Se a CDU se encaminha para o pior resultado da história, o SPD, apesar de estar em primeiro lugar nas intenções de voto, está longe de ter aquilo que possa ser considerado um bom resultado — a confirmar-se os 23%, seria o segundo pior resultado da história do partido, logo a seguir aos 20% que teve em 2017, daí que o facto de os sociais-democratas liderarem as sondagens (com uma curta margem) seja apenas um sucesso relativo.

Scholz agora é visto como [um candidato] experiente, sólido, competente e um pouco chato. Noutras palavras: é semelhante a Merkel e é visto como o mal menor”
Kai Arzheimer, professor de Ciência Política na Universidade de Mainz

No entanto, Olaf Scholz, que além de ministro das Finanças é também vice-chanceler no atual executivo, tem conseguido beneficiar não só dos erros dos seus adversários diretos, como tem conseguido colher os louros da governação de Angela Merkel, apresentando-se como o sucessor natural da chanceler alemã, não arriscando nas suas intervenções e apresentando-se como o candidato da continuidade, embora esteja longe de convencer a maioria dos alemães.

Direção da CDU apoia Armin Laschet para suceder a Merkel, na Alemanha

“Alguns eleitores só agora estão a perceber que Merkel não vai estar nos boletins de voto. Há alguma semanas, todos os concorrentes (Baerbock, Laschet e Scholz) eram igualmente mal vistos pelo público, mas a campanha mudou. Scholz agora é visto como [um candidato] experiente, sólido, competente e um pouco chato. Noutras palavras: é semelhante a Merkel e é visto como o mal menor”, afirma ao Observador Kai Arzheimer, professor de Ciência Política na Universidade de Mainz.

Cenário diferente enfrenta Armin Laschet, que se no início tinha a seu favor a proximidade com Merkel e a experiência política, com o passar do tempo foi perdendo apoio entre o eleitorado tradicional da CDU. “Ao contrário de Scholz, Laschet enfrentou competição interna no início e desde então passou por uma série de momentos difíceis durante a sua campanha. As dúvidas sobre as suas capacidades tornaram-se parte da narrativa”, explica Arzheimer.

Armin Laschet, sucessor de Merkel, apanhado a rir-se enquanto Presidente alemão fala sobre as vítimas das cheias

Se Scholz é conhecido na Alemanha como “Scholzomat” (considerado autómato, pelo seu estilo robótico de falar), Armin Laschet, por seu turno, arrancou a corrida ao poder com o pé esquerdo, depois de ter enfrentando a concorrência do ministro-presidente do governo da Baviera, Markus Soder.

Armin Laschet e Olaf Scholz não entusiasmam e apresentam-se ambos como sucessores naturais de Merkel. Vantagem, para já, vai para o candidato do SPD

Getty Images

Depois das guerras internas, Laschet recebeu o apoio das principais figuras do partido e os democratas-cristãos acabaram por se resignar e dar apoio ao seu candidato. Contudo, depois de ter consolidado a sua liderança, Laschet começou a acumular gafes que o têm feito cair a pique nas sondagens, fazendo soar os alarmes entre os militantes da CDU. O riso inoportuno após as cheias que devastaram a Alemanha terá sido o momento mais grave e prejudicial, mas seguiram-se outros, como o vídeo amplamente divulgado nas redes sociais em que Laschet entra num restaurante sem máscara (apesar de ser obrigatório) ou quando se enganou no nome da candidata da CDU num comício em Wiesbaden, chamando-lhe Ingmar Jung em vez de Ingbert.

Todos estes episódios, a que se juntam as críticas de falta de características que o distingam enquanto líder político, têm contribuído para a imagem negativa de Laschet, que esperava ganhar facilmente as eleições, apresentando-se como o sucessor natural de Merkel — título que, neste momento, parece mais próximo do candidato do SPD, que, sem entusiasmar, vai cimentando a sua posição.

“São necessários três para dançar o tango, e agora a questão é saber o que vai fazer o FDP caso sejam necessários para uma coligação com os Verdes e o SPD ou com a CDU”
Michael Minkenberg, professor de política comparada na Universidade Europeia de Viadrina, em Frankfurt

Certo é que as intenções de voto nos dois maiores partidos alemães estão em queda, fruto do desgaste de décadas de governação sob a liderança das mesmas forças políticas, mas também devido à ascensão dos Verdes, cuja principal bandeira da campanha eleitoral — combate às alterações climáticas — ganhou uma enorme importância para o eleitorado alemão.

Nas eleições de 2017, os Verdes não foram além dos 8,9% dos votos, mas agora, de acordo com a última sondagem do Instituto Forsa, estão nos 18%, sendo que, em abril, chegaram mesmo a liderar as intenções de voto, reunindo 28% das preferências.

Armin Laschet ou Annalena Baerbock. Quem vai suceder a Angela Merkel?

Nessa altura, Annalena Baerbock ainda sonhou com a possibilidade de se tornar na próxima Angela Merkel e chegar a chanceler, mas uma série de polémicas — como a falsificação do currículo para o tornar mais apelativo, até acusações de plágio na sua tese de doutoramento — fez com que, nos meses seguintes, os Verdes caíssem nas sondagens, perdendo terreno para o SPD e a CDU. No entanto, tudo está em aberto e apenas cinco pontos separam os Verdes dos sociais-democratas.

“São necessários três para dançar o tango.” Verdes e liberais serão decisivos

Numa corrida a três em que nenhum dos candidatos está próximo de chegar aos calcanhares da ainda chanceler alemã, em termos de popularidade, o grande desafio no pós-eleições será alcançar uma coligação que permita estabilidade num país órfão da liderança de Angela Merkel, que, longe de ser uma figura carismática, foi uma líder de consensos, capaz de mobilizar as diversas forças políticas.

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“Acho que a saída de Merkel por si só não desestabilizará o sistema político. Tudo dependerá da nova configuração de forças e do tipo de coligação conseguida”, realça ao Observador Michael Minkenberg, professor de política comparada na Universidade Europeia de Viadrina, em Frankfurt, acrescentando que, tal como os atuais candidatos a chanceler, também Merkel não se destacava pelo seu carisma. “Nenhum dos três candidatos a chanceler pode reivindicar carisma, mas o carisma não é necessário para a estabilidade de um sistema político. De facto, na Alemanha, o carisma tem a reputação de pôr em causa a estabilidade”, acrescenta o politólogo.

Futuro do próximo governo alemã está nas mãos de Annalena Baerbock, dos Verdes, e de Christian Lindner, do FDP

dpa/picture alliance via Getty I

Um dos fatores que contribuíram para a liderança forte de Merkel foi a capacidade em unir os alemães nos momentos decisivos e a abertura para fazer acordos ao centro-esquerda e ao centro-direita, fosse com sociais-democratas, fosse com liberais, conseguindo manter a CDU como o partido em que mais alemães confiam.

“No final de contas, depende tanto dos Verdes quanto do FDP, e isso torna as próximas eleições e a formação do governo mais imprevisíveis do qualquer outra eleição nas últimas décadas”
Michael Minkenberg, politólogo

Mas, com a solução SPD e CDU desgastada e o fim do bipartidarismo dado como certo, é pouco provável que sociais-democratas e democratas-cristãos voltem a unir forças após o dia 26 de setembro — e, mesmo que o quisessem, necessitariam de um terceiro partido para terem uma maioria no Bundestag (parlamento alemão). Com esta fragmentação do sistema partidário, os Verdes e o FDP tornam-se decisivos para os diversos cenários pós-eleições.

“São necessários três para dançar o tango, e agora a questão é saber o que vai fazer o FDP caso sejam necessários para uma coligação com os Verdes e o SPD ou com a CDU”, realça Michael Minkenberg, notando que um dos grandes desafios do candidato a chanceler do partido mais votado será garantir o apoio do líder dos liberais, Christian Lindner. “No final de contas, depende tanto dos Verdes quanto do FDP, e isso torna as próximas eleições e a formação do governo mais imprevisíveis do qualquer outra eleição nas últimas décadas”, acrescenta o politólogo alemão.

Essa imprevisibilidade está bem patente nas diversas possibilidades de coligações, com todas as hipóteses em cima da mesa. Os cenários mais prováveis são ou a chamada coligação “Jamaica” (devido à cor de cada um dos partidos, em que o preto remete para a CDU, o verde para os Verdes e o amarelo para os liberais) ou a coligação “semáforo” (o vermelho diz respeito ao SPD, a que se juntam os liberais e os Verdes). Mas existem outras possibilidades.

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Uma delas seria uma coligação com as cores da bandeira alemã, numa solução com sociais-democratas, democratas-cristãos e liberais, ou até uma hipótese com os três partidos mais votados: CDU, SPD e Verdes. Dos cenários em cima da mesa, só a AfD, de extrema-direita, parece excluída, uma vez que o Die Linke, de esquerda radical, também pode vir a integrar o governo com o SPD e os Verdes — uma hipótese que Olaf Scholz, apesar das críticas de outros partidos (inclusive de Merkel, que entrou na campanha para atacar o seu vice-chanceler) ainda não descartou totalmente.

Muitas semanas de negociações e as questões sobre a durabilidade da próxima coligação

Perante este complexo cenário pós-eleitoral, chegar a um acordo entre partidos com ideias que podem ser contraditórias entre si será, certamente, um processo complicado. Em 2017, quando venceu as eleições com 33% dos votos (um resultado, ainda assim, bastante aquém das expectativas), a CDU de Merkel ainda tentou negociar uma coligação com Verdes e FDP — a chamada coligação “Jamaica” — de forma a retirar o SPD do governo, mas os liberais abandonaram as negociações, em divergência com os Verdes, deixando a chanceler obrigada a ceder e a governar novamente com os sociais-democratas.

"Em termos de manter um governo [ao longo da legislatura], não tenho a certeza de que vá ser muito difícil, mas prevejo que seja muito mais complicada a formação do governo. Vimos isso há quatro anos, e desta vez, espero algo ainda mais difícil"
Peter Matusheck, analista político

Quatro anos depois, os partidos alemães não terão outra hipótese a não ser chegar a pontos de entendimento, sob pena de a Alemanha mergulhar no caos e na incerteza. Adivinham-se, por isso, semanas de intensas negociações, em que as exigências serão muitas para garantir acordos que garantam durabilidade para a próxima coligação de governo.

“Em termos de manter um governo [ao longo da legislatura], não tenho a certeza de que vá ser muito difícil, mas prevejo que seja muito mais complicada a formação do governo. Vimos isso há quatro anos, e desta vez, espero algo ainda mais difícil, independentemente da coligação que venha a ser formada”, antevê Peter Matusheck, diretor do departamento de investigação política no Instituto Forsa, prevendo semanas ou até meses de negociações, uma vez que é provável que os três parceiros de coligação “queiram pôr todos os detalhes num acordo da coligação”, o que além de tirar “margem de manobra para questões que não tenham sido acordados” no futuro, pode prolongar o processo.

Na segunda-feira, candidatos a chanceler debateram pela primeira vez. Sondagem deu vitória no debate a Olaf Scholz

Getty Images

No mesmo sentido, o politólogo Kai Arzheimer antevê um processo negocial complicado, mas acredita que, findo esse período, a estabilidade regressará à Alemanha, dando como exemplo os casos bem sucedidos de governos de coligação com três partidos em diversos Länder (estados federados), como em Berlim (governo do SPD com os Verdes e o Die Linke) ou na Saxónia-Anhalt (executivo composto por sociais-democratas, democratas-cristãos e Verdes).

"Espero um processo prolongado na formação de uma coligação, mas assim que um novo governo assumir funções, não vejo porque seria menos estável do que os seus antecessores”
Kai Arzheimer, professor de Ciência Política

“Até ao momento, os governos de três partidos nos estados federais têm funcionado muito bem. A constituição alemã torna difícil formar um governo viável, mas também é difícil dissolver o parlamento. Espero um processo prolongado na formação de uma coligação, mas, assim que um novo governo assumir funções, não vejo porque seria menos estável do que os seus antecessores”, afirma o professor de Ciência Política na Universidade de Mainz.

Depois do dia 26 de setembro, até que seja encontrada uma nova solução de governo, o executivo de Angela Merkel ficará em funções de forma interina, algo que a grande maioria dos alemães gostaria que fosse permanente. No entanto, 16 anos depois, Merkel está mesmo de saída, e os candidatos a chanceler têm pouco mais de três semanas para convencer os eleitores que neste momento se sentem órfãos da sua “Mutti”.

Eleições alemãs: indecisão e incerteza

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